Um dia de cada vez.

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Por: André

No dia seguinte as buscas ao Pedro começaram. Edevaldo ficou encarregado de procurar Pedro na peixaria, fiquei em casa acompanhando tudo por telefone com Marcos, e Vinícius acompanhada Graça ao levar e buscar Jade na escola e no caminha de ida e volta à delegacia. Enquanto estou lendo alguns papéis na mesa da sala, Edevaldo me liga.
- Fala, André. Tá melhor, cara?
- Oi, Edevaldo, estou melhor sim. Me fala, vocês têm alguma pista do Pedro? Acharam ele na peixaria?
- eu te liguei pra falar exatamente disso. Ele não está aqui. Temos que ver se alguém tem alguma ideia de pra onde ele foi, ou qual a última vez que ele foi visto. Por aqui não tem ninguém.
- beleza, vou fazer algumas ligações. Obrigado, amigão.
- falou. Vê se melhora.

Desliguei e imediatamente me lembrei de ligar pro Antônio. A esta altura, já estava bem claro que nem ele nem Sofia tinham nenhum envolvimento com a veludo azul, e ele morava no Vidigal, conhecia o Pedro da peixaria, talvez soubesse de algo.
No mesmo minuto, liguei pro Antônio, que não parecia muito feliz com a minha ligação, ainda estava chateado por termos investigado a Sofia.
- Antônio, eu preciso muito da sua ajuda. Você viu o Pedro?
- como assim? Agora o cara da peixaria é suspeito também? André, por que o senhor, com todo respeito, não me deixa de fora dessa história?
- Antônio, eu entendo que ainda esteja chateado. Mas é o meu trabalho investigar, e eu já sei quem está por trás de tudo. E preciso da sua ajuda.

Houve um momento de silêncio. Antônio começou a falar:
- preciso que você me explique isso direito. O que o Pedro tem a ver?
- primeiro, preciso que você saiba que na verdade a peixaria era um disfarce. Pedro era um de nós, ele é um policial que atuava disfarçado no Vidigal. Porém, descobrimos que na verdade ele utiliza a peixaria para produzir e revender a droga. Por conta de termos ele infiltrado na polícia, nossas investigações não saiam do lugar, e inclusive tínhamos a Sofia como principal suspeita. Mas agora nós temos prova de que ele está envolvido, eu preciso que você me ajude. Você sabe onde ele está? Conhece alguém que pode ter visto ele?
- André. Me desculpe, eu quero ajudar onde eu puder. E eu não só conheço alguém, como eu mesmo o vi ontem.
- você viu??? Por favor me dê mais detalhes disso!
- Ele pediu uma corrida até o aeroporto, disse que iria visitar uns parentes fora... Bem que achei estranho. Meu Deus, eu nunca iria imaginar isso...
- Antônio, preciso que você me diga todas as informações possíveis, horário, lugar, o que ele disse. Tudo o que for possível!

E assim descobrimos que Pedro tinha fugido! Conseguimos o direito à quebra de sigilo das companhias aéreas, pedimos uma relação dos vôos naquele prazo de horário e se achamos algum no nome dele. Dito e feito, achamos um vôo pra Inglaterra. Ele se achava muito esperto, mas iríamos pegá-lo. Entramos em contato com a justiça inglesa, que se empenhou em procurá-lo e deportá-lo. Infelizmente, por conta de ele ter saído do Brasil, não havia muito que pudéssemos fazer, mas iríamos até o fim. Enquanto isso, iríamos seguir com a investigação para pegarmos os demais suspeitos.

Depois dessa manhã conturbada, enquanto almoço e espero Jade chegar do colégio, recebo uma mensagem de texto:

"André, voltei para a Itália. Vou te dar um tempo de paz. Mas depois volto. E não volto pra perder, volto com tudo.

Thaís.".

Mais essa! Eu só não fiquei mais estressado pois havia descoberto pra onde Pedro tinha fugido. Pelo menos, agora entendi o sumiço da Thaís, foi melhor não ter que lidar com mais esse problema agora. Vamos lidar com um problema de cada vez.

Entre a paixão e a razão - André e GraçaOnde histórias criam vida. Descubra agora