Entre a paixão e a razão - André e Graça

Sorvete.

André me deixou com Jade no shopping e seguiu o dever que o chamava. Fui com Jade em dezenas de lojas, ela experimentou dezenas de vestidos e achou o perfeito. Conversamos muito, ela parece ser a dona do fã clube do André do tanto que elogia o pai. Passamos na sorveteria pra fechar a tarde com chave de ouro, quando Jade começou a se abrir:
- Graça, você acha o meu pai bonito?
- Achar o André bonito? sim, ele é bonito sim, mas por que a pergunta?
- É que eu queria muito que ele arranjasse uma namorada. Ele é tão legal e cozinha tão bem...
A menina fez uma cara de quem tava lendo o meu pensamento, olhando fixamente para mim para saber minha reação.
- Ah, mas isso, é ótimo pra ele, com certeza torna tudo mais fácil, né? Quem não ama comer? - Sorri.
- Pois, é. Sabia que ele nunca tinha me apresentado a nenhuma amiga dele antes, Graça?
- O que a senhorita está querendo dizer com isso, hein, senhorita Jade?
Apertei o nariz dela e ela sorriu.
- Não sei, é que vocês dois são bonitos, adultos... legais, se dão bem... Aí eu pensei que...
- Tá pensando demais, menina. Seu pai é meu chefe, imagina que ele te escuta falando isso? Eu morro de vergonha!
- Ah, Graça, mas pode admitir que ele é um partidão, admite, vai!
- Tá bom, tá bom! Eu admito... Massss.... Na verdade tem uma pessoa que eu to saindo, sabe. E eu ainda não sei se a gente tá namorando, se não tá... se vai pra frente ou não... sabe como é, né? Quer dizer, não sabe não! Você é uma criança, esquece tudo que eu falei!
- sei como é, Graça. - Ela deu um suspiro e continuou: - Bom, que pena, seria muito legal ter você como boadrasta, gostei muito de você.
- Eu também gostei muito de você, criaturinha. Amigas?
- Amigas!