Entre a paixão e a razão - André e Graça

O plano falho.

Por: Thaís

- É, André... quem te viu, quem te vê, hein? Sabia que eu não estou me importando nem um pouco em te ver assim? E o mais legal de tudo é que eu consigo falar pra Graça o que eu quiser que você não está aqui pra desmentir, você não escuta, não fala... Disse a ela que nós ainda temos uma ligação, que ainda nos amamos... e agora a Jade ficará sob minha responsabilidade. Eu deveria ter pena de você, mas não tenho nenhuma! Não vou perdoar a Jade ter sempre preferido você.
Agora eu te tiro ela e de quebra ferro com o seu casinho só pra me divertir. Bom, já fiz a minha parte aqui fingindo que to preocupada com você, agora vou indo pois a maternidade me espera.

Me afastei do quarto de André e liguei para Vinícius.
- E aí, como está indo a sua parte do plano?
- ainda nada... to aqui é a casa tá cheia, ainda não consegui nenhum momento a sós com a Graça. Mas ela ainda vai ser minha. Sempre que eu quero uma mulher eu consigo, agora não vai ser diferente.
- Nossa. Como você é autoconfiante. Bom, eu to nessa mais por diversão, meu negócio é ter minha filha de volta. Eu vou desligar pra não ficar esquisito, tchau.

Aguardei o tempo que havia dado a Graça para se despedir de Jade revirando os olhos na cadeira do hospital. Graça chegou com Jade no horário previsto, elas visitaram André, fiz com que elas se despedissem e levei Jade comigo. Ela não parecia muito feliz com a ideia, mas sabia que seria uma questão de costume.
- Filha, você está feliz em passar mais tempo com a mamãe?
- tô, mãe... mas eu to muito preocupada com o meu pai, queria poder passar mais tempo com ele... e se ele não acordar?
- Eu prometo que você o visitará todo dia. E não coloque isso na sua cabeça, a mamãe está aqui agora. - A única coisa que me deixava triste em ver André em coma é ver como isso afetava a Jade. Infelizmente não tenho como privá-la desse sentimento.
- Tudo bem, mãe.
- o que você quer fazer agora? Ir comer algo? Visitar algum museu?
- mãe, na boa? Não to no clima, só quero descansar... quer dizer, eu queria ver meu pai mais uma vez antes de ir, será que eu posso?
- Aí... está bem, filha. Mas vá rápido. - Deixei Jade ir ver o pai uma última vez antes de leva-la e a acompanhei até a sala onde tive que dar de cara com a sem sal da Graça.
A Graça estava igual uma manteiga derretida sobre André, mas se afastou quando eu cheguei. Dei um sorriso malicioso, pois sei que mexi com ela ao falar sobre André e eu (apesar de na real não termos nada).
Jade se aproximou de André e deu um beijo em sua testa, chorando, pedindo pra ele acordar. Neste momento, eu e Graça concordamos apesar de todas as divergências que deveríamos nos afastar e respeitar o momento pai e filha. De repente, os olhos de André começam a mexer. Não é possível... Ele mexe as mãos e abre os olhos enquanto escorre uma lágrima. Jade e Graça começam a gritar e eu me retiro da sala. É, parece que meu plano falhou.