Banho.

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Por: André

Meu peito estava queimando. Não sei se era de dor ou de ansiedade, e apesar de tudo o que poderia sugerir o fato de eu estar ali, no chuveiro, sem camisa, com a Graça me ajudando no banho, eu estava me sentindo cuidado por ela. Meu corpo queimava sim por ela, mas eu sabia que ainda não era a hora nem o momento pra cruzar esta fronteira. Eu não iria fazer nada além do que deveria fazer naquele momento, mas eu sabia que era um momento de intimidade, pois ela era a mulher que eu amava, e estava ali, cuidando de mim, apesar de estar visivelmente envergonhada.

- Graça... se você puder ensaboar pelo menos as minhas costas, está ótimo. O resto do corpo, bem... eu consigo me virar. - falei, tentando dar a entender que o convite que fiz não foi para forçá-la a dar um passo que eu sabia que ainda era cedo para nós dois.

- está bem! - ela disse sorrindo enquanto tirava sua jaqueta e ficava de camiseta.

Eu já tinha entrado no box, estava tentando fazer o que eu podia, lavando o meu cabelo com uma mão só e de lado debaixo do chuveiro para não pegar água no curativo.

- André, acho que do jeito que você está fazendo vai acabar molhando o curativo. Deixa eu te ajudar! - Graça deu um passo e entrou no box, acabando por se molhar com a água corrente.

Ela então, cuidadosamente ensaboou meus cabelos, meus ombros, e, por fim, minhas costas. Neste momento eu estava de costas para ela, e suas mãos macias faziam movimentos circulares nas minhas costas, não pude deixar de pensar em como seria finalmente tê-la em meus braços. Neste momento me virei de frente pra ela, a deixando assustada por uns dois segundos. Sem perda de tempo segurei em sua nuca, empurrando seu corpo contra a parede. Eu só estava com um braço bom, o suficiente para tomá-la de beijos insaciáveis enquanto ela, ofegantemente, retribuía. Suas mãos passeavam em minhas costas, agora não mais com a desculpa de me ensaboar. Meu braço revezava entre levar as mãos em sua nuca e descê-la pelo seu corpo, apertando-o contra o meu. Mas eu sabia que nossa pequena aventura no chuveiro não poderia passar muito disso, embora meu corpo estivesse queimando de desejo. Quando finalmente perdemos o ar, me afastei lentamente com os olhos fixados nos dela.

- Meu amor, me perdoe... eu tenho te desejado noite e dia e... - Graça me interrompeu.

- André... não há nada que eu queira mais no mundo. Não precisa me pedir perdão. Mas não estamos sozinhos, e você está se recuperando, é melhor pararmos por aqui...

- Espera... Eu acho que não fiz essa pergunta oficialmente, quero aproveitar o momento. Graça... você aceita namorar comigo? - suspirei.

- Claro que aceito, meu amor! - Disse ela me dando um último beijo. - Agora que eu já te ajudei a lavar suas costas eu vou sair pra te dar privacidade...

- Você não precisa ir se não quiser... - Eu disse com um olhar malicioso.

- Bom, querer não é poder, né meu amor? - Disse Graça ao prender os cabelos molhados e secar seus braços.

Ela pegou sua jaqueta, jogou um beijo pra mim, saiu e fechou a porta. 

Entre a paixão e a razão - André e GraçaOnde histórias criam vida. Descubra agora