Thais.

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- SILÊNCIO, POR FAVOR! - Gritei.
- quem você pensa que é pra me mandar ficar quieta? Eu quero saber onde é que está minha filha! Você pode me dizer onde ela está?
- Bom, senhora, caso você não tenha percebido, estamos num hospital. E eu sou uma policial. Posso te prender por desacato se continuar neste tom. A Jade está na escola e se você estivesse aqui cuidando dela como o André, saberia onde é a escola e o horário em que ela estuda.
- como você se atreve? Você também deve ser namoradinha do André, né? Não e só colega de trabalho pelo jeito que fala.
- Olha, você não teste a minha paciência que ela não está sobrando hoje. Eu estou cuidando da Jade porque como você deve ter percebido o André está em coma, e este papel que você está fazendo aqui está ridículo.
- Pois muito bem, eu já estou aqui e quero eu mesma buscar minha filha e levar ela pro hotel, não precisa mais ficar com ela, entendido?
- não, não entendido, eu prometi ao André que cuidaria da Jade na ausência dele e é isso que eu vou fazer, você querendo ou não.
- A bruxa começou a gargalhar.
- minha querida, caso você não tenha percebido, eu sou a mãe dela.
- e minha querida, a guarda dela é do André. Mas podemos resolver de uma forma mais tranquila: pede pra Jade decidir com quem ela quer ficar e pronto.
- Sabe que eu amei essa ideia? Minha filha deve estar morrendo de saudade de mim e vai adorar ficar comigo. - revirei os olhos.
- agora, se me dá licença, vou ver o André. Passar bem.
- ok, querida. Vou ficar aqui no aguardo de você trazer a Jade. - e deu um sorriso falso. Vaca. Como o André se envolveu com uma mulher louca assim?

Bom, eu já tinha problemas demais para ter que ficar lidando com uma mulher sem educação logo a essa hora do dia. Segui até a UTI onde André estava internado. Drª Vera estava fazendo algumas anotações e então me aproximei.

- E aí, doutora. Como ele está hoje?

- Bom, Graça, ele está estável, mas ainda está muito cedo para tirarmos o sedativo, precisamos esperar mais alguns dias. Mas creio que ele ficará bem, o quadro dele já está fora de perigo.

Naquele momento eu até esqueci toda a raiva que a mãe da Jade me fez passar. Eu me senti tão aliviada em saber que ele estava fora de perigo que apenas me debrucei em lágrimas segurando as mãos de André. 

O tempo foi passando e deu a hora de buscar Jade na escola. Chamei um dos meninos e a mãe dela para irem comigo, afinal, nem saber onde a menina estuda ela sabe. 

Chegamos na escola e Jade ficou muito surpresa ao ver a mãe, mas ela pareceu feliz.

Jade: Mãe!! você veio!! que surpresa! 

Thais: filha, claro que eu vim! estava morrendo de saudade! 

Jade: Como você ficou sabendo do que aconteceu com o papai?

Thais: bom, na verdade foi uma coincidência, eu já estava vindo pra cá, só fiquei sabendo do que houve quando cheguei na casa dele. Fui te buscar e não tinha ninguém em casa, perguntei no condomínio e me disseram tudo.

Jade: mãe, eu to com muito medo, não quero perder meu pai...

Thais: filha, fica tranquila, ele vai ficar bem, e não pense nisso agora, eu quero que você vá comigo pro hotel que eu estou.

Jade: mãe, me desculpe, mas eu não quero ir, eu quero ir ver o meu pai.

Thais: tudo bem, mas depois você vem comigo, tá bom?

Jade: tudo bem... Graça!! - Jade correu e me abraçou. - você viu meu pai hoje? como ele está? 

- Oi, meu amor. Ele está estável, fora de perigo, graças a Deus. A sua mãe disse que quer que você fique com ela... tudo bem mesmo por você?

Jade: Tudo sim, contando que eu consiga visitar meu pai todos os dias e ver você também.

Sorri e dei um beijo na testa dela.

- Bom, como é seu nome mesmo, dona...?

- Thais, meu nome é Thais. - Disse ela com um sorriso irônico. - Bom, eu não vou me opor à decisão da Jade, mas sei que o André não vai gostar nada disso. Eu vou estar de olho em vocês.

- Não precisa, querida. Pode deixar que eu vou cuidar muito bem da minha filha. - E puxou Jade, foram andando para o carro. 

Vinícius, que estava nos acompanhando, observou tudo e assim que Thais e Jade se afastaram, falou:

- É, parece que ela não gostou muito de você.

- Pois estamos quites, porque eu também não gostei nada dela. 

- Fica tranquila. Talvez ela seja assim porque ainda gosta do André...

- Bom, se ela gosta ou não não me importa. Vamos embora porque quanto menos tempo eu ter que aturar essa mulher, melhor. 



Entre a paixão e a razão - André e GraçaOnde histórias criam vida. Descubra agora