Chapter Five

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Acordei com Aly balançando meu ombro.

- Roxie, a polícia está aqui embaixo. Eles querem conversar com você, eu já dei meu depoimento.

Me levantei, fui no banheiro e lavei o rosto para tirar o sono, escovei os dentes e prendi meu cabelo em um coque frouxo. Troquei o short do pijama por um jeans, a blusa era grande cinza e coloquei um casaco fino branco, parecia uma avô mas estava frio.

Antes de sair do quarto mandei mensagem para Benjamim.

Vou conversar com os policiais, tenho aula às 13h, que horas vamos para a casa seis?

Bloqueei a tela e joguei o celular na cama.

Desci as escadas encontrando dois policiais sentados no sofá junto com uma detetive. A detetive se levantou quando eu terminei de descer as escadas.

- Senhorita D'Angelo?

- Eu mesma.- digo. A mulher tinha seus trinta talvez, o cabelo era curto castanhos escuro, raspado na lateral, usava roupas formais, o distintivo preso na calça.- Eu posso pegar pelo menos uma xícara de café antes?

- Claro, fique a vontade.- fui para a cozinha que era do outro lado da sala. Enchi uma xícara com café quente e coloquei algumas colheres de açúcar.

Andei até a sala e me sentei na poltrona perto do sofá, os policiais me olhavam, a detetive aparentava ser a mais simpática.

- Vocês querem alguma coisa? Água, café...

- A senhorita Hills já nos ofereceu, obrigada.- a detetive segurou um gravador e começou a gravar, seu coração estava no ritmo normal, calmo.- Bom, senhorita D'Angelo, iremos apenas fazer algumas perguntas simples, para situarmos a situação do caso de Viviane Gales.- Assenti e dei um gole na minha xícara.- Seu nome é Roxanne D'Angelo, certo?

- Certo.

- Pode me dizer onde estava na noite de domingo entre nove da noite e três da manhã?- tomei outro gole de café.

- Bom.- limpei a garganta porque o café desceu rasgando.- Desculpa.

- Tudo bem.

- Bom, eu e Viviane fomos em uma festa na casa de um dos garotos do curso de administração, se eu não me engano o nome dele era Peter. Chegamos na festa umas oito horas, oito e meia, então eu e ela ficamos na sala da casa rindo, bebendo e dançando.

- Vocês foram dirigindo?

- Não, Viviane não tinha carteira e eu tenho carteira mas não tenho carro, fomos a pé mesmo porque não é tão longe daqui. Uhm, nós bebemos e rimos, eu só bebi alguns drinks e cerveja, Viviane bebeu cerveja e usou LSD.

- Ela usava drogas frequentemente?

- Não em todas as festas mas em algumas sim, eu também não acompanhava ela em todas, Viviane era a mais festeira entre nós três.

- Você usou drogas naquela noite?

- Não, eu já usei dois anos atrás mas nunca mais usei por causa de um..trauma que desenvolvi, apenas bebo álcool.- a detetive assentiu e fez um movimento com a mão livre para que eu continuasse.- Bom, eu não me liguei muito no horário, eu acabei subindo para o quarto de um garoto e a última coisa que eu vi foi Viviane rindo apoiada no ombro de um garoto.- a memória parecia fresca na minha mente, a gargalhada de Viviane abafada por causa da música e quase perdendo o equilíbrio por estar começando a ficar bêbada.

- Esse garoto, você o conhecia?

- Não, mas provavelmente Viviane conhecia, ela conhecia a maior parte da universidade. Eu sou mais introvertida no termo de amizades.- tomei mais um gole de café.

- Como ele se parecia?

- Não lembro direito, porque ele estava de costas para mim mas tinha o cabelo longo loiro até o pescoço sabe? Os ombros eram largos, acho que usava jeans e uma blusa quadriculada.- um policial anotou, a detetive assentiu, seu olhar caiu no gravador conferindo se ainda estava gravando.

- Depois de subir as escadas, você não viu mais a senhorita Gales?

- Não, eu acordei com dor de cabeça e era de manhã já. Sai da casa e não a vi em lugar nenhum, quando cheguei aqui até conversei com Aly, ela me deu o último remédio de dor de cabeça e até brincamos que Viviane poderia aparecer a qualquer hora.- meu coração doeu.- Talvez se eu tivesse ficado com ela...ela ainda poderia estar viva.

- Não se preocupe senhorita D'Angelo, a senhorita não está sendo considerada como suspeita, apenas precisávamos das informações sobre a festa. Há outra testemunha que viu Viviane poucas horas dela morrer.- queria perguntar quem, mas não iria me responder, então apenas assenti.

- Detetive, foi...foi mesmo assassinato?

- Suspeitamos que sim.- terminei de tomar meu café, a detetive fez mais algumas perguntas sobre minha convivência com Viviane e depois foi embora com os policiais.

Comi algumas torradas com geleia e depois subi para meu quarto. Me joguei na cama e desbloqueei a tela do meu celular.

Benjamin: O que a polícia queria? Eu tenho aula até 19:15, depois eu passo de carro na sua casa e vamos para o cemitério.

Você tem carro?

Ele ficou on-line e começou a digitar.

Benjamin: Tenho, surpresa?

Você tem cara de filhinho de papai.

Benjamin: Eu comprei o carro com o meu dinheiro, para a sua informação. Nunca aceitei dinheiro do meu pai.

Ai desculpa, não queria te deixar puto.

Benjamin: Não estou, apenas falei da verdade. Me passa o seu endereço.

Passei o endereço e conversei mais um pouco com o garoto. Depois fui para o banheiro tomar um banho e me arrumar para a aula.

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Estava sentada no sofá mexendo no meu celular, o horário marcava sete e vinte e sete da noite. Alisse entrou na casa e fechou a porta.

- O que você está fazendo ainda arrumada?- tirou a mochila dos ombros.

- Esperando uma pessoa.- levanto meu olhar do celular e me viro olhando Aly.- Acha que estou muito arrumada?

- Você está normal. Mas me diga, quem é?

- Uma pessoa.

- Homem ou mulher?

- Homem, nossa idade. Ainda não tenho um sugar daddy.- aly se aproximou e deu batidinhas no meu ombro.

- É um encontro?

- Não. Apenas vamos...conversar, andar pelo campus aproveitando o penúltimo dia de outono.

-Uhmmm.- cutucou meu ombro repetidas vezes e eu ri fraco, senti meu celular vibrar na minha mão.

Estou na frente da casa.

Me levantei colocando o celular no bolso, ajeitei meu cabelo. Ele estava solto, eu usava uma blusa preta de manga curta, cinto preto e uma calça jeans azuis, coturno e uma jaqueta jeans preta.

Abri a porta e Aly me seguiu, tinha apenas um carro parado na frente da casa. Eu e Alisse ficamos em choque, porque o carro era nada mais nada menos que uma mercede benz gt 63s preta.

- Tem certeza que não é um sugar daddy?- dei uma cotovelada em Aly que riu, ela fechou a porta e eu me aproximei do carro. Benjamin destravou a porta e eu entrei.

- Porra e eu achando que era um carro mais simples.- Benjamin riu enquanto eu fechava a porta, seu casaco antes no banco da frente agora estava no meu colo. Ele girou o volante saindo da vaga e deu partida no mesmo.

A Sétima CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora