A Sétima Casa

Chapter Twenty

- Três suspeitos?- digo vendo as folhas, Benjamin jogou uma maçã e eu peguei a mesma.

Era a primeira vez que eu estava no seu quarto,  a casa estava vazia porque os outros dois companheiros de Ben estavam em suas aulas.

O quarto era bem arrumado, havia diversos livros na escrivaninha e a cama com lençóis arrumados.  Benjamin se sentou na cadeira da escrivaninha e colocou o computador no seu colo.

Eu estava deitada de barriga para baixo na sua cama, os pés cruzados com meias e as botas estavam no chão, meu sobretudo estava lá embaixo no cabideiro.

Mordi a maçã vendo a primeira folha.

- Victor Jasson? Aluno de arquitetura. Conhece?- pergunto.

- Não.

- Brian Evans, filosofia.

- Conheço alguém que conhece ele.- digitou algumas coisas no computador e depois o virou para eu ver, era o perfil de Brian.

- Falaram que ele estava sumido durante os horários do crime e depois voltava para casa normalmente.

- Ele vai dar uma festa hoje daqui a duas horas.- Ben disse olhando do computador para mim.- Quer ir interrogá-lo nela ou amanhã?

- Ele é parte de uma sociedade?

- Não sei.- Ben fechou o computador e veio na direção da cama.- Você está com medo.

- Para de sentir os meus medos.- ele riu.

- É a mesma coisa que eu te pedir para parar de ouvir meus batimentos cardíacos.- ele se sentou na cama e pegou a maçã da minha mão comendo o resto dela, eu resmunguei.- Você tinha bebido naquela noite e aquele garoto já estava suspeitando da gente.

- Quando ele te tocou ele...

- Viu se eu era um sombrio? Provavelmente.- completou.- Mas pelo menos ele não pode contar a ninguém, a não ser que ele quer pagar um preço alto.

Juntei as folhas e as afastei, virei de barriga para cima e olhei para o teto cinza claro do quarto dele.

- Você esqueceu que você conseguiu informações controlando o coração de um detetive e uma policial? Ou que você controlou três homens para que eles ficassem vivos?

- A policial desmaiou e um homem acabou morrendo.- Digo me apoiando nos meus cotovelos, Ben inclinou o corpo para o lado.

- Estou tentando te ajudar mas você só piora.- sorrio fraco.- Você é forte, Roxie, se continuar com esse pessimismo eu vou mandar um espírito te assombrar.

- Você não pode fazer isso.

- Você não sabe o que eu sou capaz.- disse se aproximando.

- Duvido muito.

- Mesmo assim, eu dou um jeito. Hm?- eu o beijei, seus lábios contra os meus. A mão de Benjamin foi para a lateral do meu rosto, depois deslizou para minha nuca.

Puxei sua camisa para ele chegar mais perto, seu peito encostando no meu. Ben deitou quase que em cima de mim e voltou a me beijar, uma mão na minha cintura.

Depois trocamos selinhos, abri os olhos e nos olhamos, malditos olhos verdes e seu cabelo agora estava um pouco bagunçado.

- Ben?

- Hm?

- Você acha que será passageiro?...Esse lance entre nós dois.

- A verdade?- assenti.- Espero que não.- sua mão foi para meu rosto acariciando minha bochecha.- Eu gosto de você, sangradora. Acho que esse "lance" pode se tornar algo a mais.