Chapter Thirteen

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Termino de fazer o último cacho, ajeito minha roupa e volto para o meu quarto, coloco meu sobretudo preto e celular no bolso de trás da calça.

- ROXIE, SEU SUGAR DADDY CHEGOU!- rio com Alisse gritando.

Desço as escadas e Alisse me olha com um sorriso malicioso.

- Vou estar na festa na casa ao lado do prédio de medicina, qualquer coisa me liga.

- Tudo bem, cuidado e use camisinha.- a empurrei de leve e nós duas rimos. Fechei a porta de casa e o vento frio da noite atingiu minhas bochechas.

Vi o carro de Ben e andei na direção dele. Minha roupa era toda preta, uma calça com botas de cano curto com um pequeno salto, a blusa cinza de manga longa e o sobretudo longo.

- Abre logo se não vou congelar de frio.- digo e ele destravou a porta, entrei e o carro estava aquecido fazendo meu corpo se arrepiar com o choque térmico.

Ben girou o volante e deu partida no carro. Ele estava gostoso para caralho, usava calças pretas, um cinto da gucci, uma blusa preta de botões, as mangas arregaladas até o cotovelo mostrando as tatuagens.

O casaco estava no banco de trás, um sobretudo verde escuro, seu cabelo preto estava sobre sua testa, as vezes ele o jogava para trás deixando mais bagunçado.

Puta merda.

Quando o carro parou em um sinal, Ben finalmente me olhou. Seu olhar abaixou e depois subiu para meu rosto.

- Você está...

- Qual adjetivo vai usar dessa vez?- ele sorriu de lado.

- Bonita, mas isso você já é todo dia.

- Aí, obrigada ajuda muito minha autoestima. Você também não está nada mal.- nos encaramos e depois rirmos, o sinal abriu e ele virou a esquina.- Qual o plano?

- Encontrar Marcos, perguntar onde está a chave, pegar ela e se mandar. Vai querer ir no cemitério hoje?

- É melhor. Ai não adiamos mais isso.

Depois de alguns minutos, Ben estacionou o carro, já dava para escutar a música alta da festa. Mesmo com o frio da noite de inverno, a casa parecia estar cheia.

Saímos do carro e Ben colocou seu sobretudo. Nos aproximamos, subimos os degraus da varanda e entramos na casa.

Estava cheia, a música que tocava agora era Rude Boy da Rihanna, gente rindo, bebendo, jogando e fumando por todo lugar. Sentia o leve cheiro de maconha, indicava que em algum lugar alguém fumou ou fumava.

Não reconhecia ninguém, não tinha muitas amizades foram Daniel e Alisse. De uma caixa térmica eu e Benjamin pegamos duas Ices para beber, a cerveja já tinha acabado.

- Onde ele pode estar?- falei perto de Ben por causa da música alta.

- Não sei, temos que explorar por aí.- soltei o ar e bebi o segundo gole da garrafa que segurava. No balcão da cozinha, um grupo jogava Beer pong em copos vermelhos.

- Ben!- nós dois nos viramos e vimos dois garotos se aproximando, aparentemente não estavam tão sóbrios.- Pensei que você não viria, tão chato, só pensa em estudar.

- É, resolvi vir.- um dos garotos olhou para mim e apontou com o copo de cerveja pela metade.

- Essa é a sua amiguinha que você tanto fala?

- Amiguinha?- olho para Ben.

- Ele fala tanto de você.- o outro disse.- Acho que ele gos...

- Ei! Acho que você está bebado demais.- Ben tapou a boca do mesmo e o outro amigo riu.- Saiam daqui ahm, vão atormentar outra pessoa.

Os dois bêbados riram e saíram, apenas olhei para Ben enquanto eu segurava um riso.

- Não liga para eles.- ele diz, bebi mais da minha garrafa, Ben olhou para os lado.- Ali!

Olhei para o canto embaixo da escada, um garoto ria com outro garoto e uma garota. Ele tinha a pele marrom, talvez tivesse descendência indiana ou de algum país do sul da Ásia, o cabelo escuro curto.

Nos aproximamos, eu dispensei os dois amigos que estavam conversando com ele antes.

- Marcos?

- Sim? O que foi?

- Sou o Benjamin, conversamos esses dias por mensagem.

- Ah sim, você avisou que viria.- terminou de beber sua bebida, olhei para os lados vendo se alguém olhava para nós mas todos estavam muito distraídos em seus próprios mundinhos.- Vocês querem a chave da tumba sete, por que?

- Estudo, queremos estudar a história da casa.- olhei para Ben, que desculpa merda. O garoto, que parecia ser mais velho que o Ben, riu.

- Fale a verdade.- ele jogou o corpo para frente e segurou o ombro de Benjamin, seu sorriso se fechou e sua expressão mudou para confusa ou perplexo, os olhos subiram para o rosto de Ben.- Você...

Segurei o pulso de Marcos, Ben tirou o a mão do garoto do seu ombro. Marcos me olhou, diminui a frequência dos seus batimentos cardíacos.

- Onde está a chave?- ele parecia lutar contra, mesmo ficando fraco. Marcos deixou cair seu colo de plástico no chão e segurou meu pulso, larguei o seu quando senti um choque. Olhei assustada para o garoto e ele levantou o olhar para meu rosto.

- Cuidado com os seus passos sangradora, um passo errado e o mal dessa universidade vai te pegar. Eu vejo sangue no seu futuro.- disse perto do meu ouvido, Ben segurou seu ombro o afastando de mim e Marcos soltou meu pulso. Não sei se estava em choque pelo o que aconteceu ou pela profecia dada pelo membro da casa três.

Marcos olhou para Ben.

- Não vou mudar o futuro de vocês, só se quiserem pagar o preço alto.- ele olhou para mim e depois para Ben de novo.- No escritório lá em cima, lado esquerdo última porta, está no fundo falso da última gaveta da mesa.

- Obrigada.- digo.

- Não sei se você deveria estar me agradecendo, sangradora. Vão logo.- puxei a manga do sobretudo de Ben.

- Vamos.- nos afastamos, senti o olhar de Marcos enquanto subíamos as escadas para o segundo andar.

Eu vejo sangue no seu futuro.

Um arrepio passou pela minha espinha.

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