Termino de fazer o último cacho, ajeito minha roupa e volto para o meu quarto, coloco meu sobretudo preto e celular no bolso de trás da calça.
- ROXIE, SEU SUGAR DADDY CHEGOU!- rio com Alisse gritando.
Desço as escadas e Alisse me olha com um sorriso malicioso.
- Vou estar na festa na casa ao lado do prédio de medicina, qualquer coisa me liga.
- Tudo bem, cuidado e use camisinha.- a empurrei de leve e nós duas rimos. Fechei a porta de casa e o vento frio da noite atingiu minhas bochechas.
Vi o carro de Ben e andei na direção dele. Minha roupa era toda preta, uma calça com botas de cano curto com um pequeno salto, a blusa cinza de manga longa e o sobretudo longo.
- Abre logo se não vou congelar de frio.- digo e ele destravou a porta, entrei e o carro estava aquecido fazendo meu corpo se arrepiar com o choque térmico.
Ben girou o volante e deu partida no carro. Ele estava gostoso para caralho, usava calças pretas, um cinto da gucci, uma blusa preta de botões, as mangas arregaladas até o cotovelo mostrando as tatuagens.
O casaco estava no banco de trás, um sobretudo verde escuro, seu cabelo preto estava sobre sua testa, as vezes ele o jogava para trás deixando mais bagunçado.
Puta merda.
Quando o carro parou em um sinal, Ben finalmente me olhou. Seu olhar abaixou e depois subiu para meu rosto.
- Você está...
- Qual adjetivo vai usar dessa vez?- ele sorriu de lado.
- Bonita, mas isso você já é todo dia.
- Aí, obrigada ajuda muito minha autoestima. Você também não está nada mal.- nos encaramos e depois rirmos, o sinal abriu e ele virou a esquina.- Qual o plano?
- Encontrar Marcos, perguntar onde está a chave, pegar ela e se mandar. Vai querer ir no cemitério hoje?
- É melhor. Ai não adiamos mais isso.
Depois de alguns minutos, Ben estacionou o carro, já dava para escutar a música alta da festa. Mesmo com o frio da noite de inverno, a casa parecia estar cheia.
Saímos do carro e Ben colocou seu sobretudo. Nos aproximamos, subimos os degraus da varanda e entramos na casa.
Estava cheia, a música que tocava agora era Rude Boy da Rihanna, gente rindo, bebendo, jogando e fumando por todo lugar. Sentia o leve cheiro de maconha, indicava que em algum lugar alguém fumou ou fumava.
Não reconhecia ninguém, não tinha muitas amizades foram Daniel e Alisse. De uma caixa térmica eu e Benjamin pegamos duas Ices para beber, a cerveja já tinha acabado.
- Onde ele pode estar?- falei perto de Ben por causa da música alta.
- Não sei, temos que explorar por aí.- soltei o ar e bebi o segundo gole da garrafa que segurava. No balcão da cozinha, um grupo jogava Beer pong em copos vermelhos.
- Ben!- nós dois nos viramos e vimos dois garotos se aproximando, aparentemente não estavam tão sóbrios.- Pensei que você não viria, tão chato, só pensa em estudar.
- É, resolvi vir.- um dos garotos olhou para mim e apontou com o copo de cerveja pela metade.
- Essa é a sua amiguinha que você tanto fala?
- Amiguinha?- olho para Ben.
- Ele fala tanto de você.- o outro disse.- Acho que ele gos...
- Ei! Acho que você está bebado demais.- Ben tapou a boca do mesmo e o outro amigo riu.- Saiam daqui ahm, vão atormentar outra pessoa.
Os dois bêbados riram e saíram, apenas olhei para Ben enquanto eu segurava um riso.
- Não liga para eles.- ele diz, bebi mais da minha garrafa, Ben olhou para os lado.- Ali!
Olhei para o canto embaixo da escada, um garoto ria com outro garoto e uma garota. Ele tinha a pele marrom, talvez tivesse descendência indiana ou de algum país do sul da Ásia, o cabelo escuro curto.
Nos aproximamos, eu dispensei os dois amigos que estavam conversando com ele antes.
- Marcos?
- Sim? O que foi?
- Sou o Benjamin, conversamos esses dias por mensagem.
- Ah sim, você avisou que viria.- terminou de beber sua bebida, olhei para os lados vendo se alguém olhava para nós mas todos estavam muito distraídos em seus próprios mundinhos.- Vocês querem a chave da tumba sete, por que?
- Estudo, queremos estudar a história da casa.- olhei para Ben, que desculpa merda. O garoto, que parecia ser mais velho que o Ben, riu.
- Fale a verdade.- ele jogou o corpo para frente e segurou o ombro de Benjamin, seu sorriso se fechou e sua expressão mudou para confusa ou perplexo, os olhos subiram para o rosto de Ben.- Você...
Segurei o pulso de Marcos, Ben tirou o a mão do garoto do seu ombro. Marcos me olhou, diminui a frequência dos seus batimentos cardíacos.
- Onde está a chave?- ele parecia lutar contra, mesmo ficando fraco. Marcos deixou cair seu colo de plástico no chão e segurou meu pulso, larguei o seu quando senti um choque. Olhei assustada para o garoto e ele levantou o olhar para meu rosto.
- Cuidado com os seus passos sangradora, um passo errado e o mal dessa universidade vai te pegar. Eu vejo sangue no seu futuro.- disse perto do meu ouvido, Ben segurou seu ombro o afastando de mim e Marcos soltou meu pulso. Não sei se estava em choque pelo o que aconteceu ou pela profecia dada pelo membro da casa três.
Marcos olhou para Ben.
- Não vou mudar o futuro de vocês, só se quiserem pagar o preço alto.- ele olhou para mim e depois para Ben de novo.- No escritório lá em cima, lado esquerdo última porta, está no fundo falso da última gaveta da mesa.
- Obrigada.- digo.
- Não sei se você deveria estar me agradecendo, sangradora. Vão logo.- puxei a manga do sobretudo de Ben.
- Vamos.- nos afastamos, senti o olhar de Marcos enquanto subíamos as escadas para o segundo andar.
Eu vejo sangue no seu futuro.
Um arrepio passou pela minha espinha.
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A Sétima Casa
FantasyA Universidade Willhard era o sonho de qualquer estudante, com seu enorme campus e bons ensinos. Porém, nem tudo na faculdade era perfeito, ela tinha seus segredos. Willhard possuía seis sociedades secretas, cada uma com um dom diferente e especial...