Dias se passaram e eu e Benjamin intercalávamos de ir na quadra de basquete, mas nada aconteceu.
As vezes eu me arrependia de andar com aquele garoto, porque ele me assustava dizendo e apontava aonde tinha fantasmas. Agora eu não sabia se os arrepios que eu sentia era do frio ou de algum fantasma perto de mim.
Fazia quase duas semanas e o assassino não aparecia, aparentemente não tinha um tempo para matar porque todos os outros assassinatos tiveram dias de diferença.
- Tá pronta?
- Óbvio que não.- digo.
- Mas você já fez isso antes.
- E doeu também.- Ben riu atrás de mim.
- Pode esticar o pulso por favor.- o tatuador disse, estiquei o pulso apoiando na mesa. Ele limpou o local na minha pele e colocou o modelo da tatuagem.
Um pequeno galho de folha de louro na lateral do meu pulso esquerdo, mesmo braço que eu tinha a minha outra tatuagem.
Eu e Ben estávamos no único estúdio de tatuagem da cidade, era pequeno mas ganhava bastante por causa dos diversos estudantes bebados que vinham fazer tatuagens que não fariam sentido no dia seguinte.
Eu iria fazer essa tatuagem para me proteger, ainda mais contra esses fantasmas e espectros vingativos, não queria ter meu pé puxado novamente.
Pedimos para Daniel escrever no livro dele que o tatuador iria usar a tinta que Benjamin trouxe que era a certa para essa tatuagem, espero que nada aconteça com a minha pele.
Escuto o barulho da máquina de tatuagem, na rádio do estúdio começou a tocar a música Killing Me Softly With His Song da Fugees.
Comecei a sentir a dor leve das agulhadas quando o tatuador começou a passar a máquina na minha pele, me concentrava em controlar meu coração tirando a sensação da dor.
Senti a mão de Ben no meu ombro e o medo da agulha saiu do meu corpo, ele tirou de mim. Virei o rosto o olhando e depois voltei a olhar para a tatuagem, a tinta não parecia ser preta, era um marrom escuro quase preto.
Demorou uma hora e meia para fazer a mesma, mas o resultado ficou bonita. Não era grande, até chegava a ser delicada.
- Você também tem uma.- o tatuador apontou para o pulso de Ben, ele terminou de colocar o plástico envolta da minha tatuagem.- É tatuagem de casal?
- Não...nós...
- Tem um significado para nós dois.- Ben disse e eu o olhei, o tatuador riu fraco e se levantou. Eu paguei a tatuagem, coloquei meu sobretudo e luvas.
Saímos do estúdio e entramos no carro de Benjamin, tirei as luvas quando senti o aquecedor ligado. Ben esticou a mão, puxei a manga do sobretudo e dei meu pulso coberto pelo plástico.
- Clauditur corpore possit impugnare.- a tatuagem ficou preta por instantes como se estivesse absorvendo algo, senti uma leve dor de cabeça mas depois passou e a tatuagem voltou a ficar normal.- Pronto, você tem um corpo fechado agora.
- Isso não altera no meu dom, né?- levantei minha mão na direção do peito de Benjamin e comecei a fechar meus dedos, o garoto arfou e colocou a mão no peito, seus batimentos acelerados.
Abri os dedos de novo e Ben puxou o ar, a mão ainda no peito, desacelerei os batimentos para ele ficar calmo.
- Por Deus não faça mais isso, por um instante eu pensei que ia morrer.- encostou a cabeça no encosto de cabeça enquanto fechava os olhos, eu ri fraco.
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A Sétima Casa
FantasyA Universidade Willhard era o sonho de qualquer estudante, com seu enorme campus e bons ensinos. Porém, nem tudo na faculdade era perfeito, ela tinha seus segredos. Willhard possuía seis sociedades secretas, cada uma com um dom diferente e especial...