Chapter Twenty - Eight

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Entrei na cafeteria, a neve do lado de fora estava diminuindo, em poucas semanas o inverno iria acabar e a primavera começaria.

Por baixo do sobretudo eu ainda usava algumas bandagens nos antebraços e costas, os ferimentos estavam quase totalmente curados.

Olhei a cafeteria e Denise acenou, sorri e me aproximei da detetive, me sentei na cadeira na sua frente.

- Como você está?

- Bem melhor e a senhora?- ela abaixou um pouco o decote da blusa e eu vi a cicatriz grossa entre seus seios.

- Graças a você e Benjamin, eu estou viva.

- Quando que aconteceu?

- No mesmo dia que conversamos aqui, depois da morte da segunda vítima. Estava saindo do escritório quando as luzes piscaram e tudo ficou escuro, era como se eu estivesse vendo o que estava acontecendo mas não podia falar ou agir.

- Imagino que teve ter sido horrível, pelo menos você lutou, ela não conseguiu comer sua alma.

- Ela podia fazer isso?- perguntou.

- Podia.

- Jesus, eu nem acredito que isso tudo aconteceu.- segurou minha mão.- Me desculpa, pelos machucados e por ter suspeitado de você.

- Tudo bem, não foi você que causou eles e a parte de suspeitar...é normal não é? Parte da profissão.

- É.- riu fraco sem graça.

- E sua esposa?

- Está bem, está aliviada que eu estou viva. Benjamin me contou o que aconteceu em detalhes.- assenti.- Eu tenho uma dívida com vocês dois.

- Bom, se a gente se meter em encrenca você pode nos tirar da cadeia.

- Fique longe de encrenca.- pontou um dedo e eu ri.

- Pode deixar.- olhei para a janela e vi Benjamin se aproximando, as mãos dentro dos bolsos do sobretudo e usava um cachecol envolta do pescoço. Ele sorriu de lado e acenou, Denise acenou de volta.- Eu tenho que ir, meu namorado está me esperando.

Denise sorriu e assentiu, me levantei e sai da cafeteria. Fui para perto de Ben e segurei seu braço, o garoto beijou minha cabeça.

- Como foi?- perguntou quando começamos a andar.

- Bem, eu gosto dela.- o olhei.- E então, o que vamos fazer para comemorar minha alta do hospital?

- Nada de bebida ou drogas, ordens do médico.

- Chato. Cadê o seu carro?

- Não vim com ele hoje.

- Então vamos ter que andar até a minha casa?- Ben riu e eu resmunguei.

- Nem é tão longe assim.- revirei os olhos.

- E os seus pais?

- Eles querem te conhecer, quando contei tudo para eles minha mãe ficou " como diabos essa garota fez isso?".- eu ri.

Andamos o caminho todo conversando, já começava a anoitecer quando chegamos a porta da minha casa. Ben subiu os degraus da varanda atrás de mim até a porta.

- Vai entrar comigo?

- Por que não?- franzi um pouco o cenho, ele sorriu de lado e deu um selinho nos meus lábios.

Passei a chave na fechadura e abri a porta.

- Surpresa!- sorrio quando Daniel e Alisse gritam jogando confete.

- O que é isso?- digo rindo, Ben entrou e fechou a porta.

- Uma noite de filmes para comemorar a sua saída do hospital.- Alisse disse.

- Temos pipoca, duas caixas de pizza, muito chocolate, refrigerante e um bolo para melhorar.- Daniel disse se aproximando.

- Eu tenho os melhores amigos do mundo.- abracei os dois e eles retribuíram o abraço.

- Podemos começar com um filme de terror? Que tal invocação do mal?- Alisse sugeriu.

- Não, pelo amor de Deus, nada relacionado a espíritos.

- Por que? Você ama.

- Que tal um terror psicológico?

- Pode ser também.- Alisse e Daniel foram para a cozinha, me virei para Ben.

- Você sabia né?

- Eu que dei a ideia.- sorri fraco colocando meus braços envolta de sua nuca.- Se você tivesse prestado atenção, teria visto meu carro parado do lado de fora.

- Eu realmente não vi o seu carro.

- Você gostou?

- Eu amei. Obrigada.- dei um selinho em seus lábios.

- Vamos pombinhos, a pizza vai esfriar.- Daniel disse, eu ri e fui ajudar eles.

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