- Diga.- falo assim que atendo a ligação, passo a página do livro que estava lendo. Aproveitei que a sala da tumba quatro estava vazia e peguei alguns livros para tentar achar alguma forma de proteção.
- Vamos lá, Maxwell está na biblioteca agora. Consegui conversar com um dos garotos da casa dele e ele disse que viu Maxwell todas as noites em casa.
- Mas o crimes aconteceram mais pela madrugada.
- Então, ele pode espera os outro dormirem ou fecharem a porta para sair, não consegui nenhuma informação se ele é um leitor ou escritor. E você achou alguma coisa?
- Uma poção, não é complicada, apenas preciso dos ingredientes certos.- fechei o livro e me levantei com ele em mãos.
- Que bom.
- Espere um pouco.- subi as escadas até sair da tumba.- Ben, eu estava pensando em algo sério.
- O que?
- Eu estava pensando no que sua professora nos disse, sobre aquele ritual que deu errado.
- O que tem nele?
- Eu não sei se Maxwell teria motivos para fazer isso, o por que dele fazer um ritual antigo para invocar os mortos. Mas o que está quebrando minha cabeça é que no dia que fomos na tumba, que eu fui atacada, tinha apenas as almas dos estudantes lá, faltava a alma do cliente.- Ben ficou quieto.- Ben?
- Está dizendo que talvez o espírito do cliente pode estar causando tudo isso?
- Eu não sei. Apenas foi uma coisa que veio na minha cabeça.
- Onde você está?
- Saindo do cemitério.
- Fique aí, chego em dez minutos.
- Mas...- a ligação foi encerrada, olhei para a tela do meu celular.
Essa ideia que talvez o espírito do cliente esteja causando tudo isso, veio quando eu me lembrei do que Ben tinha falado na tumba sete. Que aquela menina tinha aceitado a própria morte, então não faria mal.
Passou os minutos e eu vi o carro de Benjamin, ele estacionou perto de uma calçada e eu entrei no banco de carona.
- Por que veio?
- Porque é melhor explicar pessoalmente e eu não estava tão longe.- disse.- Existem vários tipos de espíritos, os espectros são aqueles que não aceitaram a própria morte e se tornaram amargos, existe os normais que aceitaram a própria morte e estão ou no limbo ou a caminho do pós vida, e também existe os macabres.
- Macabres?
- Eles não aceitaram a morte e tem cede de vingança, são piores que espectros. Eles são um estágio pré-demoníaco.- Benjamin me olhou.- Se o que você afirmou é verdade, estamos fodidos.
- Por que?
- Eu nunca enfrentei um macabre, eles são poderosos, eu nem sei se nossos escudos aguentariam a presença dele.
- Então Maxwell pode ser um macabre?
- Se o cliente virou um macabre e ele possuiu Maxwell...
- O que?
- Não sei se estaremos falando com o próprio Maxwell, há chances do macabre ter engolido sua alma e apoderado do seu corpo.- estava em choque.
- Não vamos tomar decisões precipitadas. Tem alguma forma de descobrirmos se realmente é o tal cliente? Talvez ele já esteja no pós vida. Por que não tentamos nos comunicar com o ouija?- Ben riu.
- Ouija são para espíritos fracos e inofensivos, estamos brincando com leões Roxie, apenas podemos nos comunicar com eles por meio de um ritual.- ficamos em silêncio.
- Você disse que consegue vê-los, você em algum momento viu o de Viviane?- Ben desviou o olhar.
- Na noite que ela morreu, depois nunca mais vi, talvez ela tenha aceitado que morreu e tenha ido para o pós vida.
- Então podemos pedir ajuda a ela. Temos que descobrir o nome do cliente, da para ela e saberemos se ele está no pós vida ou não.
- Nomes tem poder, Roxanne. Acho que a ideia de tentar uma comunicação é boa mas o ritual...
- O que tem o ritual?
- A casa sete era conhecida como casa dos mortos.- ele me olhou.- O ritual tem laço com a morte.
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Há essa altura eu já estava quase desistindo de estudar, passei dois dias focada em livros e pensando no ritual que Benjamin me disse.
O garoto ficava de olho em Maxwell, Denise estava na patrulha envolta da estufa para impedir o assassinato.
Agora eu estava na biblioteca da universidade procurando jornais da época que a casa sete foi fechada e por sorte achei uma manchete baixada no computador, a folha estava amarelada mas as letras em preto eram bem visíveis.
Três estudantes dados como desaparecidos, foram achados mortos dentro de uma tumba no cemitério Los Bones.
Abaixei a matéria com o mouse e lia os detalhes dela.
Não se sabe exatamente o que aconteceu naquela tumba, mas certamente que há ligação com a família Billheart. A carteira do filho mais novo da família, William Billheart, dado como desaparecido na mesma semana que os estudantes, foi achada na cena do crime.
Porém seu corpo não foi encontrado, o diretor Billheart ainda acredita que seu filho está vivo e as autoridades continuam a busca.
Pesquisei mais sobre a família Billheart, William era filho mais novo do diretor e aparentemente sofria de uma depressão após perder a noiva que se suicidou.
Isso talvez explicaria porque ele escolherá a casa sete, porque eles poderiam acabar com essa depressão e angústia do garoto ou talvez ele tentasse entrar em contato com a noiva falecida, Audrey Greendale.
- William Billheart e Audrey Greendale.- um arrepio tomou conta da minha espinha.
Sai da biblioteca e coloquei o celular na orelha esperando a ligação completar, Benjamin atendeu em quatro toques.
- Ben? Vamos fazer o ritual hoje.
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A Sétima Casa
FantasyA Universidade Willhard era o sonho de qualquer estudante, com seu enorme campus e bons ensinos. Porém, nem tudo na faculdade era perfeito, ela tinha seus segredos. Willhard possuía seis sociedades secretas, cada uma com um dom diferente e especial...