Chapter Twenty - Three

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- Diga.- falo assim que atendo a ligação, passo a página do livro que estava lendo. Aproveitei que a sala da tumba quatro estava vazia e peguei alguns livros para tentar achar alguma forma de proteção.

- Vamos lá, Maxwell está na biblioteca agora. Consegui conversar com um dos garotos da casa dele e ele disse que viu Maxwell todas as noites em casa.

- Mas o crimes aconteceram mais pela madrugada.

- Então, ele pode espera os outro dormirem ou fecharem a porta para sair, não consegui nenhuma informação se ele é um leitor ou escritor. E você achou alguma coisa?

- Uma poção, não é complicada, apenas preciso dos ingredientes certos.- fechei o livro e me levantei com ele em mãos.

- Que bom.

- Espere um pouco.- subi as escadas até sair da tumba.- Ben, eu estava pensando em algo sério.

- O que?

- Eu estava pensando no que sua professora nos disse, sobre aquele ritual que deu errado.

- O que tem nele?

- Eu não sei se Maxwell teria motivos para fazer isso, o por que dele fazer um ritual antigo para invocar os mortos. Mas o que está quebrando minha cabeça é que no dia que fomos na tumba, que eu fui atacada, tinha apenas as almas dos estudantes lá, faltava a alma do cliente.- Ben ficou quieto.- Ben?

- Está dizendo que talvez o espírito do cliente pode estar causando tudo isso?

- Eu não sei. Apenas foi uma coisa que veio na minha cabeça.

- Onde você está?

- Saindo do cemitério.

- Fique aí, chego em dez minutos.

- Mas...- a ligação foi encerrada, olhei para a tela do meu celular.

Essa ideia que talvez o espírito do cliente esteja causando tudo isso, veio quando eu me lembrei do que Ben tinha falado na tumba sete. Que aquela menina tinha aceitado a própria morte, então não faria mal.

Passou os minutos e eu vi o carro de Benjamin, ele estacionou perto de uma calçada e eu entrei no banco de carona.

- Por que veio?

- Porque é melhor explicar pessoalmente e eu não estava tão longe.- disse.- Existem vários tipos de espíritos, os espectros são aqueles que não aceitaram a própria morte e se tornaram amargos, existe os normais que aceitaram a própria morte e estão ou no limbo ou a caminho do pós vida, e também existe os macabres.

- Macabres?

- Eles não aceitaram a morte e tem cede de vingança, são piores que espectros. Eles são um estágio pré-demoníaco.- Benjamin me olhou.- Se o que você afirmou é verdade, estamos fodidos.

- Por que?

- Eu nunca enfrentei um macabre, eles são poderosos, eu nem sei se nossos escudos aguentariam a presença dele.

- Então Maxwell pode ser um macabre?

- Se o cliente virou um macabre e ele possuiu Maxwell...

- O que?

- Não sei se estaremos falando com o próprio Maxwell, há chances do macabre ter engolido sua alma e apoderado do seu corpo.- estava em choque.

- Não vamos tomar decisões precipitadas. Tem alguma forma de descobrirmos se realmente é o tal cliente? Talvez ele já esteja no pós vida. Por que não tentamos nos comunicar com o ouija?- Ben riu.

- Ouija são para espíritos fracos e inofensivos, estamos brincando com leões Roxie, apenas podemos nos comunicar com eles por meio de um ritual.- ficamos em silêncio.

- Você disse que consegue vê-los, você em algum momento viu o de Viviane?- Ben desviou o olhar.

- Na noite que ela morreu, depois nunca mais vi, talvez ela tenha aceitado que morreu e tenha ido para o pós vida.

- Então podemos pedir ajuda a ela. Temos que descobrir o nome do cliente, da para ela e saberemos se ele está no pós vida ou não.

- Nomes tem poder, Roxanne. Acho que a ideia de tentar uma comunicação é boa mas o ritual...

- O que tem o ritual?

- A casa sete era conhecida como casa dos mortos.- ele me olhou.- O ritual tem laço com a morte.

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Há essa altura eu já estava quase desistindo de estudar, passei dois dias focada em livros e pensando no ritual que Benjamin me disse.

O garoto ficava de olho em Maxwell, Denise estava na patrulha envolta da estufa para impedir o assassinato.

Agora eu estava na biblioteca da universidade procurando jornais da época que a casa sete foi fechada e por sorte achei uma manchete baixada no computador, a folha estava amarelada mas as letras em preto eram bem visíveis.

Três estudantes dados como desaparecidos, foram achados mortos dentro de uma tumba no cemitério Los Bones.

Abaixei a matéria com o mouse e lia os detalhes dela.

Não se sabe exatamente o que aconteceu naquela tumba, mas certamente que há ligação com a família Billheart. A carteira do filho mais novo da família, William Billheart, dado como desaparecido na mesma semana que os estudantes, foi achada na cena do crime.

Porém seu corpo não foi encontrado, o diretor Billheart ainda acredita que seu filho está vivo e as autoridades continuam a busca.

Pesquisei mais sobre a família Billheart, William era filho mais novo do diretor e aparentemente sofria de uma depressão após perder a noiva que se suicidou.

Isso talvez explicaria porque ele escolherá a casa sete, porque eles poderiam acabar com essa depressão e angústia do garoto ou talvez ele tentasse entrar em contato com a noiva falecida, Audrey Greendale.

- William Billheart e Audrey Greendale.- um arrepio tomou conta da minha espinha.

Sai da biblioteca e coloquei o celular na orelha esperando a ligação completar, Benjamin atendeu em quatro toques.

- Ben? Vamos fazer o ritual hoje.

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