Chapter Nineteen

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Ajeitei o sobretudo caramelo que usava e sai da casa, entrei no carro de Benjamin e o garoto me deu um selinho.

Eu gostava de beija-ló e aparentemente o sentimento era mútuo, mas eu ainda não sabia que rumo nossa amizade tomaria, porque eu gostava de Ben. Não sei se quero uma amizade colorida, mas só vou me preocupar com isso depois dessa maré que estamos enfrentando baixar.

- Você está bem?

- Estou.- menti, eu não consegui dormir direito durante a noite, tive que passar bastante corretivo para esconder as olheiras. Ben virou o volante e o carro começou a andar.

- Já estamos alguns minutos atrasados, provavelmente a detetive já deve estar nos esperando.

- Você acha que ela vai nos ajudar?

- Não tenho certeza, mas o que ela estava fazendo justamente na quadra de basquete que suspeitamos ser o próximo ataque?

- Se ela for outra sombria...- Ben riu fraco.

- Ela não é, ela é normal, quando eu a toquei o medo dela estava tão alto que eu nunca tinha sentido um assim.

- Claro né, uma mulher contra três caras e além do mais eles estavam com espíritos vingativos dentro do corpo deles. Medo é algo que as mulheres vivem todo dia.- Ben me olhou mas não falamos nada, aquilo era a realidade do mundo.

Ben estacionou o carro e saiu do mesmo, olhei para o lugar onde estávamos.

- A delegacia?- pergunto saindo do carro, vou para perto de Ben e ele coloca o braço no meu ombro.

- Denise quer conversar no escritório dela, talvez não confie na gente.

- Meio óbvio. Se comporte em.- Ben riu.

Entramos na delegacia, Benjamin falou com a mulher da recepção e ela nos indicou a direção. Subimos um lance de escada para o segundo andar e andamos até a porta.

Abri a mesma e Denise estava no celular, a mulher nos olhou e desligou a ligação. Era um escritório como os outros, olhei os cantos vendo se tinha alguma câmera.

A detetive usava o distintivo e tinha uma arma presa na cintura da calça, engoli a seco quando Benjamin fechou a porta. Os batimentos da mulher estavam acelerados mais do que antes de entrarmos, ela estava com medo.

- Bom dia.

- Bom dia.- eu e Ben falamos juntos.

- Então...vocês fazem parte de uma das sociedades de Hillward, não é?- olhei para Ben e ele também me olhou surpreso.

- Como sabe? Você é parte de uma?- perguntei.

- Não, mas minha esposa faz parte de uma. Casa...cinco?

- Curadora?- Benjamin perguntou.

- Isso. As coisas que eu sei sobre as sociedades são tudo o que ela me contou, mas não se preocupem, não vou contar a ninguém.- como ela ainda não teve a mente apagada? Talvez a esposa dela não tinha a dedurado.

- O que aconteceu ontem?- perguntei, Denise deu a volta na mesa e se sentou na cadeira.

- Tem alguns dias que eu percebi um padrão nos assassinatos e se eu estiver certa, o próximo acontecerá na quadra de basquete. Eu fui nela nas últimas noite e ontem aqueles três homens estavam quando eu cheguei.

- Como eles agiam?- Benjamin perguntou.

- Estranhos, estavam os três parados em pé sem dizerem uma palavra ou se movimentarem, foi então quando eu cheguei perto deles e eles começaram a vir na minha direção fazendo sons estranhos. As pupilas dilatadas, pareciam...que não respiravam, mas aí vocês apareceram e me salvaram.

- Os homens?

- Dois estão vivos, um acabou morrendo antes de chegar no hospital.- engoli a seco e olhei para baixo.

- Agora o que vocês estavam fazendo lá?

- Também sabemos sobre o padrão, estamos tentando resolver essa caso e sabemos mais informações que a polícia.- Ben disse.

- Vocês deveriam ficar fora disso.

- Se estivéssemos fora, a senhora estaria morta agora.- Ben diz, a detetive ficou séria e encostou as costas na cadeira.

- O que sabem?

- Vamos fazer um acordo.- digo e os dois me olham.- A senhora nos da informações de suspeitos ou algo a mais que souber e nós lhe explicando o que está acontecendo. Mas já vou avisando que esse caso...acho que não será solucionado pela polícia.

- Está me chantageando?

- É pegar ou largar.- Ben disse, Denise suspirou e assentiu.

- Uma das casas está envolvida nos assassinatos, não sabemos quem é o culpado. Mas essa pessoa está fazendo um ritual que afetará a cidade toda, um ritual que fará os mortos voltarem a vida.- a detetive nos olhou e riu, olhei Ben e ele balançou a cabeça.

- Isso é loucura.- disse ainda rindo.

- Está mesmo dizendo isso depois de ter testemunhado ontem? Você viu ela controlando os corações daqueles homens e me viu expulsando os espíritos malignos que estavam em seus corpos, além de ver os espíritos com seus próprios olhos.- Ben argumenta, a detetive se calou e engoliu a seco.

- Certo, mas o que isso vai afetar a cidade?- Denise pergunta.

- Espíritos estarão a solta, assombraram as casas, entrariam no corpo das pessoas para fazer o que quiserem. Mas pelos menos, com as proteções nas fronteiras da cidade, isso só vai ficar aqui.

- Isso é ruim.- olhei ben e depois Denise.- Todos na cidade morreram, e ela se tornará uma cidade fantasma. Mas isso não vai acontecer se pegarmos o culpado antes do ritual ser completo.

- Então era por isso que vocês estavam nas cenas dos crimes?- assentimos, a detetive ficou alguns minutos em silêncio.- A cidade toda vai ficar em perigo com esses...fantasmas ou espíritos sei lá?

- Sim, não vai dar para evacua-lá sem levantar suspeitas e provavelmente a polícia não vai acreditar nisso, além de que estaremos expondo as sociedades.- Ben disse.

- Qual o plano de vocês?

- Saber quem é o culpado, levá-lo aos líderes das sociedades e rezar para ele ter uma morte lenta.- olhei surpresa para Ben, ele me olhou e sorriu fraco.

- Vão matar o culpado?

- Detetive, você não sabe quem estamos enfrentando. Quem quer que seja o culpado, está mexendo com as ordens naturais da vida. A morte é a melhor opção.- digo, a detetive não parecia muito feliz mas aceitou.

- Vou ajudá-los mas se vocês pegarem o culpado primeiro, quero interrogá-lo antes dos líderes fazerem...só Deus sabe.

- Fechado.- ela se levantou e mexeu em algumas gavetas tirando uma pasta de dentro da mesma.

- Vou imprimir as folhas dos suspeitos, já volto, não toquem em nada.- assenti, a detetive saiu da sala.

Ben pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos, olhei para a mesma, ele acariciava as costas da minha mão com o polegar.

- Você está bem, sobre a notícia dos homens?

- Estou, pelo menos eu salvei dois.

- Espero que essa lista de suspeitos não seja grande.

- Vamos conseguir.- nos olhamos e sorri fraco.

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Finalmente eu acabei de escrever essa história, estava com um bloqueio para o final.

Então a postagem dos capítulos serão mais frequentes.

Beijos.

A Sétima CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora