Chapter Seven

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- Sétima Casa?- olhei a capa do livro, A história das seis sociedades secretas de Willhard.- A sétima casa? A casa banida?

- Você sabe a história?

- Não muito.

- Bom, eu também não sei muito. A sétima casa era a casa dos sombrios, dizem que foi a primeira casa ser criada pelas bruxas mas durante a formação da ordem ficou como última.

- Eles tinham mais de um dom certo?

- Sim, eles podiam sentir e tirar a angústia, o medo e escuridão de dentro das pessoas, além de mexerem com os mortos, a única casa que conseguia.

- Por isso eram ligados aos sangradores, por séculos os sangradores usavam o dom para matar as pessoas esmagando seus corações e os corpos iam para a sétima casa para estudo de anatomia e pós vida.- prestei atenção na aula de explicação de Melanie.

- Isso.

- Mas por que ela foi banida?

- Dizem que a sétima casa estava tentando ressuscitar os mortos, ninguém havia conseguido fazer isso e também era contra as leis naturais do universo. Então houve uma briga entre as casas e a sétima foi fechada, as novas leis foram criadas.

- Mas o que a sétima casa tem haver com a morte de Viviane? Será que é alguém que faz parte dela? Viviane conhecia essa pessoa? Mas por que matar ela?

- Calma Roxie, uma pergunta de cada vez, temos mais perguntas que respostas. Eu não faço a mínima ideia do que a casa está envolvida, mas está, o símbolo não é atoa e estava no peito de Viviane.

- Pelo menos sabemos que não é um assassino em série.

- Mas pode ser algo pior.- assenti apreensiva.

- Será que é realmente alguém que faz parte da sétima? Tem décadas des do fechamento dela, ninguém com o dom da casa apareceu.

- Não acho que seja uma brincadeira, mas também não sei se é alguém parte da sétima, eu realmente não sei o que está acontecendo.

Passamos mais uma hora anotando todas as informações sobre a sétima casa, mas ainda parecia que falta informação.

- Não tem algum outro lugar com mais livros sobre a sétima casa?- perguntei fechando a porta da tumba, me juntei a Benjamin e começamos a andar.

- Não sei, acho que é proibido ou estão escondidos.- parei de andar, Benjamin parou alguns passos na frente e me olhou, apontei com o celular a tumba número sete, abandonada e lacrada.

- Será que tem algo lá dentro?

- Está louca? Não podemos entrar e provavelmente está vazia, os túneis para ela estão fechados.- olhei uma última vez para tumba e andei ficando ao lado de Benjamin.

- Precisamos de mais informações. Vou ver o que eu consigo.

- Também vou.- saímos do cemitério e entramos no carro, Benjamin ligou o mesmo e o aquecedor começava a aquecer o carro.- Quer que te deixe na sua casa?

- O que vai fazer agora?- olho meu celular vendo que marcava quase onze horas.

- Ir para casa, comer algum pacote de biscoito, terminar de fazer alguns slides para uma apresentação daqui alguns dias...- colocou uma mão no volante esperando eu responder.

- Quer ir no Posto?- ele deu de ombros e virou o volante saindo da vaga. O posto era um posto de gasolina com uma loja de conveniência 24h, bem conhecida pelos estudantes.

Depois de algumas minutos, Benjamin parou o carro, sai do mesmo e bati a porta. O sininho da loja fez barulho quando entramos na mesma.

Pegamos uma pizza de queijo com calabresa, algumas latas de Coca Cola e alguns pacotes de doces. Tentamos dividir o preço mas eu acabei dando apenas uma pequena quantia, não tinha trazido minha carteira.

Benjamin pagou o resto e saímos da loja, mesmo com o frio, nos sentamos no banco do lado de fora, vendo o posto vazio, do outro lado da rua tinha o campo de treino do curso de educação física e esportes da faculdade.

- Não me diga que você tem um black card.- digo abrindo a latinha de coca, Benjamin riu.

- Não. Eu não sou rico.- o olhei e apontei para o carro preto estacionado poucos centímetros.- Olha, eu não sou. Meus pais são empresários famosos, viajam muito, claro que eu tenho o dinheiro deles mas boa parte que eu uso é da herança da minha avó. Depois que terminar a faculdade, irei trabalhar e fazer meu próprio dinheiro.- pegou um pedaço de pizza, saia fumaça por estar quente.

- Me compra uma bolsa da Gucci.

- Não.- ambos rimos.

- Minha mãe é professora, mas não ganha muito bem, meu pai é vendedor de carros novos, basicamente o salário dele que sustentava minha família. Eu passei para Willhard estudando, não sou filha de pais ricos iguais alguns estudantes daqui são.- mordi meu pedaço de pizza.

- Eu não entendo algumas pessoas, acho que alguns só estão aqui pelas festas, não pelos estudos, essa é uma das melhores universidades do país.

- Mesmo depois de três anos estudando aqui, ainda não acredito que estou aqui sabe? Parecia um sonho, até...

- É.- comemos alguns pedaços de pizza.

- E então senhor DeKappel, estás solteiro na pista?- digo bebendo minha coca, segunda lata.

- Por que a curiosidade?- se encostou no banco, uma lata na mão.

- Estamos nos conhecendo ué, talvez seremos parceiros nesse grande mistério envolvido o assassino de Viviane. Não quer ser meu amigo?

- Sim, estou solteiro. E você?

- Também, sem ninguém basicamente, desde pequena fui difícil com relacionamentos, minhas inseguranças, as pessoas também não colaboram.

- Te entendo, realmente eu te entendo.

- Você já teve algo com Viviane?- olhei para ele.

- Por incrível que pareça não, apenas um beijo quando eu estava bebado e ela chapada. Éramos mais melhores amigos sabe, nada além disso.

- Também nunca tive nada com ela, não fazia meu tipo, mas era uma ótima amiga, sempre me fazia rir.- ele levantou uma sobrancelha.

- Então você é bi?

- Bi ou Pan, nunca sei ao certo, tenho preferência aos garotos, mas já fiquei com os dois gêneros. E você? Não é possível que é totalmente hétero.- ele riu, droga, começava a gostar da sua risada.

- Bi, não tenho preferência.

- Então tenho chance.- nos encaramos mas começamos a rir, eu reparei que as vezes o coração do garoto acelerava ou errava algumas batidas.

Conversamos, rimos e comemos todos os pacotes de doces. Depois ele me levou de carro até minha casa.

- Bom.

- Bom.- diminuiu o rádio e me olhou.

- Obrigada pelo passeio, quero andar mais vezes com esse carro.

- Só pensa no carro então?

- Estava zoando. Mas em fim, amanhã antes da minha aula vou fazer algumas pesquisar sobre a sétima casa, vou ver o que acho.

- Também vou pesquisar, te mando mensagem.

- Então... Boa noite.

- Boa noite, Roxie.

- Boa noite, Ben.- sorri fraco e sai do carro, apenas fechei a porta de casa quando ele já tinha saído.

A Sétima CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora