Chapter Eight

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- Roxanne?- me viro no susto e encontro Melanie, seguro o livro que tinha pegado contra meu peito escondendo o título.- O que faz aqui? Você normalmente não vem nesse horário.

- Eu só vim pegar um livro.- ela franziu o cenho mas assentiu.

- Você está livre amanhã? Está bem mentalmente? Depois disso tudo sobre a Viviane...

- Estou.

- Então amanhã pode vir fazer uma sessão? Um dos senadores de Nova York vem aqui porque anda reclamando de dores no peito.

- Que horas?

- Oito da noite, não se atrase.

- Não vou, prometo.- Melanie sorriu fraco e se afastou.

Depois de sair do cemitério, peguei meu celular. Liguei para meus pais perguntando se eles estavam bem, eles haviam me perguntado como eu estava com a notícia de Viviane, até disseram que eu deveria voltar para casa passar alguns dias com eles.

Mas eu disse que eu estava bem, iria ficar bem, o funeral de Viviane foi ontem, mas apenas para os familiares. As coisas dela forma tiradas do seu quarto e logo ele ficaria vago para uma próxima garota.

Fui para uma cafeteria, pedi um cappuccino e um pedaço de bolo de chocolate. Não tinha aulas hoje e já adiantei os trabalhos para a semana, tinha que aproveitar que as provas ainda estavam longes.

Agradeci a garçonete e dei uma garfada no bolo, abri o livro e folheei as páginas até a qual eu queria.

O livro contava as histórias das bruxas lá em mil seiscentos e sessenta e seis e quando elas fundaram as casas. Não tinha muitas informações que poderiam ser úteis sobre a sétima ou que possam estar ligadas a Viviane.

Anotei em um agenda pessoal que sempre carregava na mochila os dados que tinha: sétima casa, corpo Viviane: símbolo corvo e cortes do braço, talvez para tirar o sangue mais rápido? Mas por que? O que a sétima casa tem haver?

Quem é o culpado e por que?

Dei a última garfada no bolo e minha atenção foi para janela vendo dois carros de polícia passarem em alta velocidade. Entrei nas mensagens e vi o grupo de fofocas da universidade.

Gente, mais um corpo morto de um estudante, na praça Swan.

- Oh porra.- tomei o resto do cappuccino, deixei o dinheiro na mesa, me levantei fechando o livro e a agenda com a caneta dentro. Sai da cafeteria depois de guardar as coisas na minha mochila e disquei o número de Ben no celular.

- Alô?

- Ben, onde você está? Está em aula?

- Não, estou no carro na rua Fields a caminho para a aula, por que?

- Pode chegar atrasado hoje? Eu to na cafeteria Viene, vem aqui me buscar, rápido.

- O que foi? Aconteceu algo?

- Mais um corpo.- ele ficou em silêncio e depois a ligação foi desligada, olhei para tela do meu celular confusa.

Depois de nem cinco minutos o carro de Ben parou na frente da cafeteria, abri a porta e entrei, Benjamin deu partida logo em seguida.

- Como assim mais um corpo?- girou o volante virando na rua.

- Mandaram no grupo e eu vi dois carros de polícia passando, provavelmente estão indo para lá.

- Mas é de tarde, o assassino iria matar de tarde? Quando poderia ter testemunhas passando?

- Ben, eu realmente não sei o que se passa na cabeça de um assassino mas já está feito, vira aqui.- ele virou o carro, olhei as mensagens.- Já sabem de quem é o corpo, Jonas Qhin. Conhece?

- Não.

Ele parou o carro em uma vaga, saímos do mesmo e atravessamos a rua até a praça. A ambulância ainda não tinha chegado, apenas os policiais, eles já cercavam a praça com fita.

Eu e Benjamin entramos no meio do grupo de pessoas que estavam sendo barradas pelos policiais, fiquei na ponta dos pés levantando o queixo e conseguia ver um corpo caído perto do chafariz da praça. Policiais conversavam ao redor enquanto outro tiravam fotos para a perícia.

- Vai fazer o mesmo do outro caso?- Ben falou perto de mim.

- Vou, fique atento se ver alguém se afastando.- ele assentiu, ficamos alguns minutos lá e depois nos afastamos do grupo. A ambulância chegou, nós dois tentamos ficar próximos da ambulância mas mantendo uma distância.

A maca se aproximava com o corpo, com o vento forte, o alumínio que cobria ele voou um pouco e consegui ver o corpo da vítima.

- Cortes, iguais de Viviane.- digo para Ben, uma paramédica abaixou o alumínio e a maca foi para dentro da ambulância.

Vi dois policiais conversando perto de uma viatura, um deles se afastou deixando a policial sozinha.

- Nossa chance, me de cobertura.- Ben assentiu, andei até a viatura, me aproximei da policial.- Oi, você poderia me ajudar?

- Claro, jovem.- sorri, peguei seu pulso e o segurei, a mulher me olhou confusa tentando soltá-lo mas desacelerei seus batimentos igual fiz da última vez.

Olhei para os dois lados, vi Ben afastado conversando com três policiais os distraindo, abri a porta da viatura e coloquei a mulher sentada.

Ela estava sonolenta, seus olhos quase fechando, parei de me preocupar ao meu redor e me concentrei nos seus batimentos para não diminuir muito eles.

- Descreva a cena do crime.

- Perto....da fonte....desenho estranho no....peito...sangue seco no chão...ao redor. Sem pegadas...sem arma...crime.

- O que mais?

- Estranho....corpo sem...sangue...absorvido...grama.- franzi o cenho tentando reformular a frase, a pulsação aumentou um pouco mas eu diminui.

- O corpo está sem sangue? A grama absorveu o sangue?- perguntei confusa, que sentido aquilo tinha? A policial apenas pendeu a cabeça para o lado.- Alguém estava perto quando vocês chegaram?

- Não...

- Algum suspeito?- a policial murmurou algo que eu não entendi.- O que disse?

Sua cabeça pendeu para frente e seu corpo caiu, segurei ela, me desconcentrando.

- Merda...- digo baixo, coloco a mão nas suas costas e desacelero um pouco mais para que ela ficasse desmaiada por mais tempo.- Alguém me ajuda!- digo chamando a atenção das pessoas que estavam ao meu redor.

Os três policiais se aproximaram e Benjamin ficou atrás deles me olhando confuso ou com medo de eu ter feito merda.

- O que aconteceu?- um policial segurou na porta da viatura olhando a policial.

- Eu só queria saber o que estava acontecendo aqui, perguntei para ela e ela desmaiou do nada.- um policial segurou a mulher.

- Chame um médico.- fui para perto de Benjamin e comecei a puxar seu casaco.

- Vamos embora, agora.- Sussurrei perto do seu ouvido, os policiais ficaram distraídos e começamos a andar rápido até correr.- Vamo. Corre.

Benjamin abriu o carro, entramos no mesmo e deixamos o local.

A Sétima CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora