- Roxanne?- me viro no susto e encontro Melanie, seguro o livro que tinha pegado contra meu peito escondendo o título.- O que faz aqui? Você normalmente não vem nesse horário.
- Eu só vim pegar um livro.- ela franziu o cenho mas assentiu.
- Você está livre amanhã? Está bem mentalmente? Depois disso tudo sobre a Viviane...
- Estou.
- Então amanhã pode vir fazer uma sessão? Um dos senadores de Nova York vem aqui porque anda reclamando de dores no peito.
- Que horas?
- Oito da noite, não se atrase.
- Não vou, prometo.- Melanie sorriu fraco e se afastou.
Depois de sair do cemitério, peguei meu celular. Liguei para meus pais perguntando se eles estavam bem, eles haviam me perguntado como eu estava com a notícia de Viviane, até disseram que eu deveria voltar para casa passar alguns dias com eles.
Mas eu disse que eu estava bem, iria ficar bem, o funeral de Viviane foi ontem, mas apenas para os familiares. As coisas dela forma tiradas do seu quarto e logo ele ficaria vago para uma próxima garota.
Fui para uma cafeteria, pedi um cappuccino e um pedaço de bolo de chocolate. Não tinha aulas hoje e já adiantei os trabalhos para a semana, tinha que aproveitar que as provas ainda estavam longes.
Agradeci a garçonete e dei uma garfada no bolo, abri o livro e folheei as páginas até a qual eu queria.
O livro contava as histórias das bruxas lá em mil seiscentos e sessenta e seis e quando elas fundaram as casas. Não tinha muitas informações que poderiam ser úteis sobre a sétima ou que possam estar ligadas a Viviane.
Anotei em um agenda pessoal que sempre carregava na mochila os dados que tinha: sétima casa, corpo Viviane: símbolo corvo e cortes do braço, talvez para tirar o sangue mais rápido? Mas por que? O que a sétima casa tem haver?
Quem é o culpado e por que?
Dei a última garfada no bolo e minha atenção foi para janela vendo dois carros de polícia passarem em alta velocidade. Entrei nas mensagens e vi o grupo de fofocas da universidade.
Gente, mais um corpo morto de um estudante, na praça Swan.
- Oh porra.- tomei o resto do cappuccino, deixei o dinheiro na mesa, me levantei fechando o livro e a agenda com a caneta dentro. Sai da cafeteria depois de guardar as coisas na minha mochila e disquei o número de Ben no celular.
- Alô?
- Ben, onde você está? Está em aula?
- Não, estou no carro na rua Fields a caminho para a aula, por que?
- Pode chegar atrasado hoje? Eu to na cafeteria Viene, vem aqui me buscar, rápido.
- O que foi? Aconteceu algo?
- Mais um corpo.- ele ficou em silêncio e depois a ligação foi desligada, olhei para tela do meu celular confusa.
Depois de nem cinco minutos o carro de Ben parou na frente da cafeteria, abri a porta e entrei, Benjamin deu partida logo em seguida.
- Como assim mais um corpo?- girou o volante virando na rua.
- Mandaram no grupo e eu vi dois carros de polícia passando, provavelmente estão indo para lá.
- Mas é de tarde, o assassino iria matar de tarde? Quando poderia ter testemunhas passando?
- Ben, eu realmente não sei o que se passa na cabeça de um assassino mas já está feito, vira aqui.- ele virou o carro, olhei as mensagens.- Já sabem de quem é o corpo, Jonas Qhin. Conhece?
- Não.
Ele parou o carro em uma vaga, saímos do mesmo e atravessamos a rua até a praça. A ambulância ainda não tinha chegado, apenas os policiais, eles já cercavam a praça com fita.
Eu e Benjamin entramos no meio do grupo de pessoas que estavam sendo barradas pelos policiais, fiquei na ponta dos pés levantando o queixo e conseguia ver um corpo caído perto do chafariz da praça. Policiais conversavam ao redor enquanto outro tiravam fotos para a perícia.
- Vai fazer o mesmo do outro caso?- Ben falou perto de mim.
- Vou, fique atento se ver alguém se afastando.- ele assentiu, ficamos alguns minutos lá e depois nos afastamos do grupo. A ambulância chegou, nós dois tentamos ficar próximos da ambulância mas mantendo uma distância.
A maca se aproximava com o corpo, com o vento forte, o alumínio que cobria ele voou um pouco e consegui ver o corpo da vítima.
- Cortes, iguais de Viviane.- digo para Ben, uma paramédica abaixou o alumínio e a maca foi para dentro da ambulância.
Vi dois policiais conversando perto de uma viatura, um deles se afastou deixando a policial sozinha.
- Nossa chance, me de cobertura.- Ben assentiu, andei até a viatura, me aproximei da policial.- Oi, você poderia me ajudar?
- Claro, jovem.- sorri, peguei seu pulso e o segurei, a mulher me olhou confusa tentando soltá-lo mas desacelerei seus batimentos igual fiz da última vez.
Olhei para os dois lados, vi Ben afastado conversando com três policiais os distraindo, abri a porta da viatura e coloquei a mulher sentada.
Ela estava sonolenta, seus olhos quase fechando, parei de me preocupar ao meu redor e me concentrei nos seus batimentos para não diminuir muito eles.
- Descreva a cena do crime.
- Perto....da fonte....desenho estranho no....peito...sangue seco no chão...ao redor. Sem pegadas...sem arma...crime.
- O que mais?
- Estranho....corpo sem...sangue...absorvido...grama.- franzi o cenho tentando reformular a frase, a pulsação aumentou um pouco mas eu diminui.
- O corpo está sem sangue? A grama absorveu o sangue?- perguntei confusa, que sentido aquilo tinha? A policial apenas pendeu a cabeça para o lado.- Alguém estava perto quando vocês chegaram?
- Não...
- Algum suspeito?- a policial murmurou algo que eu não entendi.- O que disse?
Sua cabeça pendeu para frente e seu corpo caiu, segurei ela, me desconcentrando.
- Merda...- digo baixo, coloco a mão nas suas costas e desacelero um pouco mais para que ela ficasse desmaiada por mais tempo.- Alguém me ajuda!- digo chamando a atenção das pessoas que estavam ao meu redor.
Os três policiais se aproximaram e Benjamin ficou atrás deles me olhando confuso ou com medo de eu ter feito merda.
- O que aconteceu?- um policial segurou na porta da viatura olhando a policial.
- Eu só queria saber o que estava acontecendo aqui, perguntei para ela e ela desmaiou do nada.- um policial segurou a mulher.
- Chame um médico.- fui para perto de Benjamin e comecei a puxar seu casaco.
- Vamos embora, agora.- Sussurrei perto do seu ouvido, os policiais ficaram distraídos e começamos a andar rápido até correr.- Vamo. Corre.
Benjamin abriu o carro, entramos no mesmo e deixamos o local.
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A Sétima Casa
FantasyA Universidade Willhard era o sonho de qualquer estudante, com seu enorme campus e bons ensinos. Porém, nem tudo na faculdade era perfeito, ela tinha seus segredos. Willhard possuía seis sociedades secretas, cada uma com um dom diferente e especial...