Chapter Twenty - Five

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Já estava amanhecendo, deixamos Daniel na casa dele e viemos para a casa de Ben, eu e ele conseguimos dormir apenas por duas ou três horas.

Eu não queria ficar sozinha, ainda sentia a sensação da água quando fechava os olhos.

Estávamos deitados por baixo das diversas cobertas por causa do frio, meus cabelos já estavam secos, Benjamin abraçava meus ombros.

Já havia lhe contado tudo que tinha acontecido.

- O que a poção que você achou faz?

- Acho que vai impedir que espíritos entrem em nossos corpos, mesma coisa que as tatuagens só que mais forte.

- O que precisa?

- Água quente, algumas palavras e ervas.- ficamos em silêncio.- O que foi?

- Você morreu, Roxie. Morreu nas minhas mãos. Eu senti seu corpo mole debaixo da água...Nunca tinha feito aquele tipo de ritual.

- Mas eu estou aqui, não estou?

- Está, mas ainda...ainda estou em choque. - apoiei minha cabeça no seu peito.- As vezes eu só queria ser um pessoa normal, sem...esse dom.

- Talvez, se conseguirmos resolver esse caso, os líderes repensem e reabram a sétima casa.

- Não. É melhor deixá-la trancada, para o bem de todos e dessa universidade.- ri fraco, meus olhos foram para a porta do banheiro que estava aberta e dava para ver a pia.

O espelho de repente ficou embaçado como se tivesse vapor no ar e letras começaram a ser escritas, minha respiração falhou por um instante quando eu li " ROXIE" no reflexo.

Em algumas horas, se olhe no espelho ou algo que reflita. Será nosso meio de comunicação.

Afastei as cobertas e sai da cama sentindo o chão gelado contra meus pés descalços.

- Roxie?- escutei Ben chamar mas eu entrei no banheiro e apoiei minhas mãos na pia. Benjamin saiu das cobertas preocupado e andou na direção do banheiro ficando atrás de mim.

As letras " ROXIE" evaporaram, o espelho ficou normal com o meu reflexo e de Ben. Então ele mudou para o rosto de Viviane, atrás dela tinha a mesma paisagem da floresta.

- Ben! Não esperava você aqui.- Viviane disse, a voz com eco, sorri fraco.

- Oi, vivi.- Ben diz sorrindo triste olhando a amiga no espelho.

- Outro filho da puta...- um trovão ecoou pelo céu.- Eles não gostam de palavrões aqui...outra pessoa que me escondeu que tinha poderes, vocês dois em. - cruzou os braços.

- Você conseguiu?- perguntei.

- Consegui, mas tenho más notícias. Não existe nenhum William Billheart ou Audrey Greendale aqui, as almas deles nem vieram para cá.

- Você tem certeza?- Ben perguntou.

- Sim, eu falei com todos que eu podia  e ninguém sabe. Os pais deles estão aqui mas os filhos não, aliás os pais deles irão reencarnar logo.- olhei Ben e depois voltei a olhar Viviane.

- Obrigada Viviane.

- Nada, amiga. Faça outro ritual para falar comigo se precisar de ajuda, saiba que eu sempre estarei ao seu dispor, como um anjo da guarda, mesmo você já tendo um, mas você não pode ver ele.- sorri fraco.- Olhe aqui Benjamin, se você fizer algo com essa garota...eu não posso te bater mas posso voltar e te assombrar para o resto da sua vida.

- Já entendi o recado, Viviane.

- Acho bom.- ela sorriu, mandou um beijo no ar e sua imagem sumiu voltando para o meu reflexo e de Benjamin.

- Estamos fodidos.

- Completamente.- Ben disse.

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Peguei a água fervendo e coloquei nos dois copos, misturei as ervas e bastava esperar alguns minutos para elas serem absorvidas pela água.

Ben entrou na loja de conveniência com a cara nada boa.

- O que seu pai disse?- digo depois de mexer no chá.

- Ele quase me matou no meio da ligação, mas me disse o que acaba com um macabre.

- Como então?

- Golpe no coração junto com um feitiço de banimento, poucas palavras. A essência do macabre se fixa no coração, como um parasita, então assim exterminamos ele de vez.

- Então quer dizer...

- Que Max vai morrer? Provavelmente.- olho para os copos e a água começava a ficar com cor amarronzada.

- E sobre aquilo que eu te perguntei mais cedo?

- Eu acho que você está certa, então quer dizer que teremos mais trabalho. E provavelmente a polícia vai estar atrás da gente depois.

- Podemos ser os novos Bonnie e Clyde.- Ben riu.

- Não seria uma má ideia.- sorri, tirei as ervas e deixei apenas o líquido no copo. Entreguei um para Benjamin.

- Não pense, apenas beba de uma vez.

- No três. Um...

- Dois...

- Três.- viramos a bebida, abaixei o copo vazio e fiz careta sentindo o gosto amargo passar pela minha garganta.

- Acho que vou vomitar.- digo.

- Quanto tempo a poção dura?

- Dois dias. - olhei o relógio que marcava quase uma hora da tarde, Benjamin me entregou duas folhas de papel dobradas e eu já sabia o que estava escrito nelas.- Vamos nos separar, iremos acabar com isso hoje.

- Você sabe o que fazer?- assenti.

- E você?- ele também assentiu.

Dei um selinho rápido em seus lábios e caminhei em direção da porta.

- Roxie...- me virei e o olhei, Ben abriu e fechou a boca hesitando em falar.- Esqueça, depois eu falo.

- Mais um motivo para sobrevivermos hoje.- sorri de lado e saiu da loja de conveniência.

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