Chapter Eleven

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Olhei uma última vez para a praça do Anjo caído e me virei para começar a subir as escadas do prédio de Administração e Direito.

Entro no prédio e Benjamin já me esperava na recepção. As vezes eu sentia raiva por ele ter bom gosto nas roupas, ele já era bonito, com as roupas certas ficava mais ainda. Não que eu ligasse mas...ah esqueça.

Ben usava um tênis, calças pretas, uma blusa xadrez verde escura, as mangas estavam um pouco arregaladas que mostrava suas tatuagens no braço direito.

Ele sorriu fraco quando me viu e me guiou até o elevador.

- Mais alguma coisa sobre a detetive?- perguntou quando as portas se fecharam.

- Não. Você já teve a suas aulas hoje?

- Falta apenas mais duas mas dá tempo de conversar com a senhora Meyner.

- Eu já tive minhas aulas, depois das suas você quer ir no posto comer besteira?- ele riu fraco.

- Você só come besteira?

- Não, ah qual é, hoje é sexta. Não estou afim de ir em uma festa hoje.

- Tudo bem, tudo bem, você ganhou.- o elevador abriu e andamos pelo corredor até a sala quinze.

Entramos na mesma e uma mulher se levantou da mesa do professor.

- Senhorita D'Angelo certo?

- Sim.

- Prazer, Elisa Meyner. Benjamin me disse que vocês queriam conversar comigo.- demos um aperto de mãos, eu e Benjamin nos sentamos nas carteiras e a mulher ficou apoiada na mesa.

Ela aparentava ter seus sessenta anos, a pele era marrom clara, os olhos avelãs e o cabelo preto com fios branco de corte curto.

- Bom, o que vocês querem saber?- cruzou os braços.

- Queremos saber o que exatamente a sétima casa fazia, se você sabe sobre alguma coisa.- digo.

- Bom, eu sou da velha guarda dos criadores então sei mais ou menos e é claro que também escutei alguns amigos meus comentando na minha época de faculdade.- ajeitou seu casaco.- A sétima casa era conhecida como casa dos mortos, além de mexerem com os sentimentos mais obscuros dos seres humanos, eles também usava magia proibida.

- Magia proibida?- pergunto.

- Era assim que eles mexiam com os mortos, para estudá-los, estudar a vida e a morte, como funciona exatamente um corpo, falavam com espíritos. Não sei muito sobre essa magia, mas sei que as bruxas lá na época que criaram a divisão das casas, usavam ela para o mal.

-Como ela foi fechada?- Ben perguntou.

-  Três estudantes estavam em uma sessão, e "sem querer" o cliente morreu nas mãos deles.

- Como assim "sem querer"?- faço aspas com os dedos.

- Há especulações que eles o mataram de propósito ou foi o erro de um dos estudantes, ninguém sabe o certo o que de fato aconteceu. Em fim, desesperados eles tentaram usar a magia proibida par ressuscitar o cliente e tentar se safar mas algo deu errado e todos morreram durante o processo, e o corpo do falecido carbonizado.

- Que horror.- digo, Ben encostas suas costas na cadeira cruzando os braços.

- Eles foram dados como desaparecidos mas seus corpos foram achados dias depois, então os líderes se reuniram e baniram a casa para a segurando de todos.

- Eles faziam alguma espécie de rituais?- Ben perguntou.

- Sim, faziam, não sei quais mas faziam.- toquei olhares com Benjamin.

- Mais alguma coisa que a senhora sabe?

- Eles tinham bastantes livros com informações, talvez ainda estejam na tumba, porque ninguém séria estúpido o bastante para queimar aquele material importante.

- Mas a tumba está fechada.- Ben disse.

- Mas tem os túneis.- olhei para Benjamin e depois para a senhora.

- Sim, a porta do túnel que dá para a tumba sete tem uma fechadura.- ela diz.

- Você sabe onde está a chave?

- Não, acho que provavelmente com alguém da casa três, eles que cuidam da segurança da tumba sete.

- Tudo bem, muito obrigada pela ajuda, senhora Meyner.- conversamos mais um pouco e depois saímos da sala, Ben se despediu e correu para a sala da sua aula.

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Depois das suas aulas, já era de noite quando fomos para o seu carro.

- Tá, temos mais informações preciosas. Agora é descobrir com quem está a chave.

- Deixe isso comigo, vou ver se conheço alguém da casa três.- Ben disse.

A casa três era os futores, eles podem ver o futuro dos outros e até alterá-lo mas pagando um preço alto.

- Você tem tantos amigos assim?- pergunto.

- Não, mas eu converso com algumas pessoas, troca de informações.

- Nossa, vai virar um ótimo advogado.- ele sorriu de lado.

Eu gostava da presença de Benjamin, nunca tive muitos amigos homens mas eu me sentia bem ao lado dele.

- Pode escolher a música.- me olhou com aqueles olhos verdes quando o carro parou em um sinal, peguei o celular ligado no bluetooth.

- Gosta de Artic Monkeys?

- Quem não gosta? Você gosta de Artic Monkeys, Nirvana... tem algo que você não gosta?

- Rap.

- Ah, mas não julgo, também não escuto muito.

Chegamos no posto, pedimos uma pizza e compramos algumas garrafas de coca cola, não iria beber cerveja sozinha então fiquei na coca cola.

Nos sentamos de frente um para o outro em uma das mesas da loja de conveniência vazia.

- Quero ver como uma sangradora funciona, pode testar em mim.- abaixo minha lata de coca.

- Me da o seu pulso.- ele estendeu, segurei o mesmo e seus batimentos estavam calmos. Me ajeitei na cadeira aproximando meu rosto quase encostando meu nariz no nariz de Ben.

Tum! Tum! Tum! Tum!

Seus batimentos aceleraram, vi seu olhar cair para meus lábios, desacelerei seus batimentos e Ben olhou para seu próprio pulso.

Tum! Tum. Tum! Tum.

Me sentei de novo na cadeira e peguei um pedaço de pizza.

- Isso foi estranho.

- O que? Você olhando meus lábios ou eu desacelerando seu coração?- provoquei, ele pegou um pedaço de pizza.

- Foi uma sensação estranha, não sei explicar.

- O coração é um órgão muito divertido de brincar.

- Não brinque com o meu, sangradora.- sorrimos.

- Agora usa o seu.- Ele abriu a boca mas seu celular tocou, ele pegou o mesmo e atendeu.

- Oi mãe.- disse abaixando a pizza comida pela metade.

Eles passaram um tempinho no telefone, já tínhamos comido toda a pizza.

- O que foi?- pergunto quando ele desligou a ligação.

- Problemas de família, nada grave.

- Uhm.- digo e terminamos de beber a coca cola, depois ele me deu carona de volta para casa.

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E aí, gente?
Alguma Teoria?

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