capítulo 6

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Acordo com o barulho do galo cantando. Já se passaram 8 dias desde minha chegada a Nova York. Durante esses dias, eu e Carlos estamos nos dando super bem; ele me apoia e respeita meu tempo. Aproveitei esses dias para estar com minha mãe e minhas colegas, e tirei um tempo também para organizar minhas coisas referentes à mudança, pois ela é amanhã. Durante todo esse tempo, estive em contato com a Maria; pedi para que ela encontrasse uma arquiteta e apenas passei o design de como queria que o quarto ficasse, e já está tudo pronto. Minhas aulas começam depois de amanhã; já comprei todos os materiais, ou seja, já estou bastante adiantada.
Levanto, faço minhas higienes, me ajoelho e entrego meu dia ao Senhor. Vou ao closet e escolho uma roupa confortável, pois vou cavalgar. Desço as escadas e vou para a mesa de café. Minha mãe contratou uma mulher muito simpática que se chama Cida para ajudá-la nos afazeres aqui de casa. Achei ótimo, pois assim ela não fica tão sobrecarregada.
— Bom dia, como estão? Minha mãe me vê e me abraça: "Como vou sentir falta disso?" 
— Oi, meu amor, dormiu bem? 
— Sim, mãe, muito bem, só estou um pouco ansiosa. 
— É assim mesmo, filha, estou sofrendo antecipadamente. Ela fala e começa a chorar, sentando-se à mesa. 
— Mamãe, não chore, por favor. Na hora que você quiser, pode me visitar, e não vou para tão longe. 
Ela concorda e começamos a comer. Convido a Cida a comer com a gente. Ela fica meio envergonhada, mas logo puxo assunto sobre várias coisas e ela relaxa. Terminamos, ajudo a retirar a mesa e vou rumo aos estábulos. 
Avisto o garanhão de longe e, ao me ver, ele fica todo animado. Faço carinho e começo uma conversa com ele.
— Oi, meu grandão. Hoje é a nossa despedida. Vou ter que ir atrás dos meus sonhos. Quero que fique bem. Vou sentir tanta a sua falta. Assim que puder, venho ver você. Falo lembrando das minhas memórias dele com meu pai. Não aguento e acabo chorando. Sinto que ele entendeu que é uma despedida, pois cavalga como nunca. Lembro de todas as minhas conversas com Deus nesses campos e de tudo que já passei aqui. Paro e me recordo, fico alguns minutos assim e volto pra casa.

Solto o garanhão no cercado, entro, pego as chaves do carro e vou à cidade

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Solto o garanhão no cercado, entro, pego as chaves do carro e vou à cidade. Antes de entrar no carro, ouço meu celular tocar na cozinha, pego-o e atendo, subindo rumo ao quarto para pegar minha bolsa. 
— Alô! 
— Oi, meu amor, como você está? 
— Oi, Carlos, sim, estou bem. Estou de saída, vou à cidade. 
— Assim, estou na construção do prédio dos Morgan. Almoça comigo? 
— Sim, claro. E você, está bem? 
Estou meio a meio, um pouco feliz e triste, pois amanhã você já se vai. 
— Carlos, não vamos falar sobre isso, está bem? 
— Está. Vou fazer a reserva na Celys, te pego às 12:00, ok? 
— Sim, aguardo você. 
Estou saindo pela porta e minha mãe me chama, dizendo que vai comigo, pois quer comprar umas coisas para ela. Ela sai e vamos juntas. Eu dirijo e, cerca de meia hora depois, estamos na cidade. 
Vamos a uma lojinha de arquitetura. Quero comprar alguns artigos de decoração para o meu banheiro, pois o quarto já está pronto. Minha mãe também compra algumas coisas.
Vamos a um mini shopping. Minha cidade é pequena e não tem tanta tecnologia e desenvoltura igual às metrópoles. Compro alguns vestidos, calças e roupas de frio, pois Nova York está muito frio. Minha mãe é super antenada na moda e é basicamente devido a ela que meu estilo é meio legal. Sorrio, pensativa.
Compramos tudo e decido passar em frente ao escritório de Carlos, que, por sinal, é bem grande, possui 3 andares e o avisto de longe na recepção. Acho que ele já ia sair. Digam o que disserem: ele é lindo! As mulheres daqui da cidade piram nele, e fico, claro, me achando um pouquinho por ele me querer tanto.
— Oi, peão! Estávamos voltando pra fazenda e resolvi vir ver você — falo meio alto da janela do carro, e ele nos avista. 
Ele dá "oi" pra minha mãe e depois abre a porta do motorista, me pega no colo, me abraça e me dá vários beijos. 
— Estava morrendo de saudades de você, meu amor. Obrigada por vir. 
— Eu também estava com saudadezinha de você, mas agora precisamos ir, senão me atraso para o nosso almoço, e você não quer isso, não é? 
— Claro que não! Mas quero que você conheça o escritório antes; você ainda não tinha vindo aqui. 
— Mas, amor, estou só com os pelos do garanhão e toda suada. Vim só comprar algumas coisas. O que seus funcionários vão pensar de mim? Falo sorrindo. Ele me olha apaixonado e responde:

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