nineteen

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— Lizzie. — Era Kate me chamando diante a porta, eu sabia que era, mas foi a voz de Harley que soou na minha cabeça. Eu me assustei e pulei no chão, e minha barriga doeu enquanto eu tirava forças de todos os lugares para chegar até o corpo de Harley.

Mas nada aconteceu.

Ele ainda estava intacto. Não estava frio e nem duro. Apenas parado.

— Lizzie, Lizzie, Lizzie. — Kate abriu a porta e a luz invadiu o quarto e quase me cegou. — Está com fome, querida? — E ela estendeu um prato de comida japonesa e eu  com toda raiva tomei da mão dela. Ela fez uma careta e caminhou até Harley.

Bucky estava parado na porta. Analisava eu comendo com rapidez. A feição dele era totalmente e unicamente de raiva.

— Vamos. — Ela ordenou que Bucky pegasse o corpo dele e levasse até Hong Kong. Eu tentei intervir, pergunta o que fariam com ele, mas Bucky só me empurrou no chão e derrubou toda a comida.

Eu respirei fundo. E entrei em total estado de choque. Eu fechei os olhos e tentei puxar ar com toda força do mundo.

E de repente, algo bateu na minha cabeça. Uma voz interior dizendo que finalmente estava na hora de morrer. Não parecia tão cruel como soava, a voz interior dizia com calma apenas para me entregar sem lutar.

A dor no meu corpo sumiu, e eu sentei de frente para porta e fechei meus olhos.

(...)

Era noite e estava frio, então Zemo me deu um de seus casacos de couro quando me puxou para fora da sala. Ele ficou bem encaixado no meu corpo, aquilo me fazia sentir parte de seu pequeno grupo de super-heróis.

A ponte em direção a Madripoor era enorme e estranhamente bonita. E a ilha parecia encantadora de longe. Eu olhava para aquele show de cores vivas se mexendo no ar enquanto andava em direção a ela.

Eu tentava ignorar Remy LeBeau.

— Aqueles são o Pietro e Luna. — Uma menina loira totalmente abatida disse quando chegou ao meu lado e apontou com o dedo para duas pessoas paradas bem no meio da ponte. Ela era alta, sorria sempre que falava, mas desmanchava quando via o olhar de Zemo sobre ela. Ela sempre soava triste forçadamente e tinha uma voz baixa pra tentar disfarçar algo.

Ela era Cassandra Lang. A filha do Scott Lang.

E eu lembrei brevemente que Scott pensa que ela está em casa com a família, mas ela estava aqui.

— Ele não sabe? — Ela levantou o olhar e balançou a cabeça. — A gente vai sair dessa.

E não era mais por mim que eu devia lutar. Scott fez tudo que pôde pra ensinar o que eu sei, então eu tinha que salvar o mundo dele, pelo menos uma vez.

Eu deveria recompensar com muito mais o que as pessoas fazem por mim.

Chegamos mais perto e então analisei o irmão da Wanda, um skrull. Ele não deveria ser verde, aliás? E Luna, que levava consigo o nome Maximoff, estava lá também. Uma garotinha que possuía cabelos loiros e um semblante assustado.

Deixei meus pensamentos para depois e segui Zemo, que caminhava na frente de todos com um líder supremo. Ele andava como um vilão, respirava como um vilão, agia como uma vilão. E ele trabalha para os mocinhos. Que contradição. Que mundo estranho.

Logo atrás de mim estava o Soldado Invernal. Ele me olhava com fúria e eu sentia que, qualquer passo errado que eu desse, ele me quebraria no meio.

Eu não conseguiria fugir dali.

Meu corpo doía, mas era uma dor que eu aprendi a moderar. Eu podia fazer um show de dramaticidade e tentar fugir, mas já era tarde demais para tal ato. Eu poderia ter tentado isso a caminho do jato ou a caminho de Madripoor.

A Filha de Tony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora