A Filha de Tony Stark

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Quando acordei, numa noite de sexta feira chuvosa e fria, eu senti todo meu corpo doer novamente, e em algumas partes, eu conseguia sentir. Era uma sensação estranha, e parecia que eu não viveria mais daqui pra frente com isso. Não conseguia distinguir se isso era uma doença, uma benção ou um castigo. E, quando notei que ainda estava nessa sala branca e fechada, já era tarde demais, a voz alta e autoritária de meu querido pai ecoou por todo o cômodo. 

Parecia que tinha levado um tiro no peito.

— Me diz, — engoli em seco, evitando olhar para ele. — como você se meteu nisso, garota?

— Eu estava voltando da escola. — Falei no mesmo tom de voz. Ele sorriu minimamente.

— Você acreditaria que eu derramei uma simples lágrima quando eu descobri? — Ele se aproximou, emudecendo os lábios.

— Você não é do tipo que mente. — Vi ele puxar uma cadeira e se sentar ao lado da cama. Eu me sentei e analisei a situação, ele ficou calado, sem se mexer ou dizer nada. Notei que, no meio do seu peito, ainda tinha o reator Arc, na qual eu não tinha uma boa amizade. Ele notou meu desconforto, e disse:

— Eu vou me livrar disso daqui a pouco. — Ele informou e me encarou de volta com um semblante vazio. — Não se preocupe.

— Isso... — por algum motivo, eu não conseguia pronunciar a frase que ecoava dentro da minha cabeça agora. — pode matar você?

— Agora não, mas... — Pensar nas próximas palavras que ele me falaria me deixava nervosa. — no que eu me meto para ajudar alguém que necessita de mim pode.

— Você é o Homem de Ferro! - Comentou com tanto orgulho que tal nome poderia até mesmo curar o câncer. 

— Eu só sou uma sardinha enlatada. — Ele cruzou as pernas. — Tem muitos melhores que eu por ai.

— Como aqueles deuses e mutantes. — Sorri.

— Thor. Loki. — Ele sorriu também. — Você gostaria de conhecê-los. São bons com crianças.

— Creio que não, mas se você diz... — Eu riu alto, o que contagiou Tony por alguns segundos, antes de lembrar que tinha um orgulho a zelar. E eu também tinha um. Ele me abandonou, Pepper me abandonou. Não se esqueça disso nunca na sua vida.

As luzes se apagaram de repente por alguns minutos, Tony pulou na cadeira com um susto repentino e se pôs de pés rapidamente. Eu encarei a lâmpada um pouco nervosa e com medo. Deveria temer tudo só por estar nesse prédio. Quando as luzes se acenderam, o homem alto com roupas pretas parado na porta, que agora estava fechada, com as mãos na costa sorriu vitorioso em direção ao egocêntrico Tony Stark.

— Creio que dirá aos outros que você tem uma filha. — A voz grave do homem me fez esfriar da nuca até os pés. Meu corpo parou de funcionar por alguns instantes.

— Eles já sabem, não é um segredo. — Eu ouvi isso com um ponto de interrogação estampado no rosto. Ao notar, ele disse com um tom debochado: — Eu só a escondi da mídia, é horrível ser famoso.

— Creio também que iria me dizer que tem uma bomba dentro da Torre dos Vingadores. — Olhou para mim, e eu me senti tão aflita ao ponto de querer pular pela janela.

— Fury, o que veio fazer aqui? Dizer muitos creios e ir embora? — Tony ficou impaciente, e, para se acalmar, ele começou a andar calmamente pelo quarto.

— Você sabia que existem pessoas com a mesma habilidade que ela? — Olhou para Tony e logo depois para mim denovo, eu tentava ao máximo não entrar em pânico. — Ava Starr. Conhece? Ela nos foi útil por muito tempo, conquistamos e acabamos com o mau como se fosse nada. Até aquele velho de cabelo branco a tirar de nós.

— Me diz um negócio, — Parou em frente a janela e respirou fundo. — você vai toma-la de mim e a transformar em um soldado seu?

Nick Fury não respondeu.

— Ela tem cara de Steve Rogers? — Apontou nervoso para mim. — Ou de irmãos Maximoff?

Fury continuou calado.

— Ela é minha filha! — Tony ficou de frente ao homem de preto, eu senti meu coração saltar pela boca. Em que merda eu meti dessa vez? Que tipo de guerra eu irei  começar?

— Eu a quero, um poder como o dela vai ser útil para tentarmos fazer um sequer arranhão no Caveira Vermelha. — Fury ficou nervoso, ele queria estar certo em tirar a filha de um pai. — Estamos criando um grupo de jovens aprimorados para realizarmos essa missão.

— Então é isso. — Tony riu sem humor e com sarcasmo. — Deixa eu chutar como vai se chamar esse grupo: Os Jovens Vingadores! Vingadoreszinhos! Cópia dos Vingadores. — Tony continuou a falar: — Como você não tem poder sob nós, ou sob os outros grupos,  você cria sua própria equipe com adolescentes e pessoas que pode controlar. — Tony parecia incrédulo. — Isso é problema da S.H.I.E.L.D., do Cap. e do Barnes. — Tony, se tivesse com a armadura, teria acabado com Nick Fury ali e agora. — Tira a Elizabeth dos seus planos, ela não vai a lugar nenhum.

— Mas temos um problema grande: ele quer destruir cidades, pessoas e vocês. — Nick Fury não tinha motivos para me tirar do prédio a não ser me transformar em uma arma de destruição. Isso eu já entendi. — Peter Parker, Gwen Stacy, Harley Keener, Pietro Maximoff, Anna Marie, Kitty Pryde, Kamala Khan. Temos recrutado muita gente poderosa, mas mesmo assim, Caveira Vermelha continua sendo o ser mais poderoso da terra de todas as maneiras possíveis.

— Quer saber? Eu não ligo. — Tony foi claro.

— Ele quer destruir o mundo em que você vive e transformá-lo em um inferno. — Fury gritou.

— Eu sou amigo do Peter Quill. — Tony se sentou na cama. — A resposta continua sendo não. Ela só tem 16 anos, Fury! — Tony estava ficando louco e quase arrancava seus cabelos da cabeça. Eu notava ele tremendo e tentando manter o foco. — E só um instante, Pietro está morto! — Tony viu o sorriso ladino se formando no rosto daquele homem. — Você é maluco!

— Eu tenho a cura, Hank Pym tem ela em mãos. — Tony ficou calmo e deixou que seus ombros elevados se abaixassem. Ele deixou a calmisse cair sobre ele. — Deixe ela lutar conosco, que eu a curo logo quando tudo acabar.

— Mesmo isso sendo tentador... — Tony voltou a se sentar na cadeira. — Não.

— Você quem manda. — Nick pegou na maçaneta e olhou uma última vez para o Homem de Ferro. — Sabe como me chamar.