fourteen

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- Vocês acham que cabem 6 pessoas nesse carro minúsculo? - Harley perguntou enquanto rodeava um audi-r8 branco que Tony costumava dirigir sempre.

- É o único disponível para roubar no momento. - Respondi. - É se espremer aí dentro ou andar até a Times Square.

- Cansei só de imaginar. - Kamala pigarreou.

- E outra: se a Lizzie tiver uma recaída, nós precisamos trazê-la de volta o mais rápido possível. E quem vai carregar ela quando ela estiver praticamente desaparecendo nas nossas mãos? - Eu nunca olhei tão intensamente para Harley como hoje. Foi uma sensação completamente estranha, de alguém que não seja meus pais se preocupando comigo de tal jeito.

- Que bonitinho, você se importa! - Gwen fingiu ter se comovido com a frase, e depois riu. - Faz semanas que ela não tem uma recaída, ela está completamente bem. - E me encarou esperando uma reação, e eu concordei, olhando para Harley.

- Olhem! - Kitty disse alto, apontando para o teto, onde uma pequena câmera preta residia em um dos cantos da garagem.

- Ótimo, Bruce Banner sabe que estamos aqui. - Disse. - O painel das câmeras está no laboratório dele. Se sairmos, ele vai correndo contar para o Capitão América.

- Eu estou em um momento que eu não ligo mais. - Kamala disse e Peter concordou. - Vamos simplesmente sair, sumir por algumas horas, e voltar. É de tarde, voltamos quando escurecer.

- Minha roupa tem um rastreador. - Lembrei desse infortúnio. - Vocês podem ir sem mim, se quiserem, tô começando a perder a vontade com o tanto de coisa que apareceu no caminho.

- Eu posso tirar isso. - Harley disse, com um sorrisinho no rosto. - Se sua missão era cortar o barato de todos para ninguém sair, você falhou. E ninguém vai sair sem você, primeiramente.

- É pegar ou largar. É ter a melhor tarde do mundo ou ficar aqui dentro desse prédio. - Kamala sorriu com a proposta.

- Eu quero viver uma vida fácil. -Respondi. - Mas eu acho que uma única vez não vai matar ninguém, certo?

Foi necessário meio minuto para Harley interceptar o rastreador e desativa-lo rapidamente, depois disso, saimos do prédio de Tony Stark. Eu respirei fundo quando pisei fora do prédio, e acabei ficando para trás junto com Gwen quando começamos a caminhar em direção a Times Square. Era começo de tarde ainda, perto da hora do almoço, era o momento onde os Vingadores estavam separados fazendo coisas de seu agrado, e como agora cada um estava em missão separados, ninguém sentiria falta de 6 adolescentes. Nem mesmo Hope ou Scott. Nem mesmo Tony.

- Você não é nossa líder, aliás. - Gwen comentou e eu ri com sarcasmo e surpresa.

- De repente? - Ela me olhou, confusa. - Precisava falar isso quando tivemos um minuto a sós?

- Nosso grupo é do tipo que não precisa de um, por quê cada um tem um instinto de líder.

- Se você diz. - Eu dei de ombros.

- Menos o Peter. - Gwen se corrigiu. - Ele é muito agoniado, mas será um bom super-herói.

- Entendi. Cada um é bom em algum ponto. Menos o Peter. - Eu sorri com indiferença para ela.

- Você está exagerando agora falando nesse tom. - Gwen observou. - Exatamente como Tony Stark.

- Faz sentido eu ser filha dele então. - Eu disse algo que nunca imaginei dizer. Sou filha dele, sou filha de Tony Stark. Estava começando a colher a idéia de que isso não era um sonho realizado e sim um pesadelo constante.

Kamala nunca tinha ido na Times Square. Peter dizia quase todo o momento como era divertido passar por ali como o Homem Aranha. Gwen concordou com um sorriso. Eu observava a conversa deles calada, sem nada para dizer, estava ao máximo em foco para não ter uma recaída ali mesmo.

A Filha de Tony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora