two

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Quando Nick Fury saiu da sala e sumiu pelos corredores da Torre como se fosse um membro dos Vingadores, eu vi Tony perder toda sua postura de um rico egocêntrico. eu deitei na cama, deixei que minhas costas batessem com força no colchão macio. Fechei os olhos com força e suspirei o mais fundo que conseguia.

— Você ouviu isso? — Tony disse, encarando uma das câmera de segurança do quarto com medo e com os nervos a flor da pele.

— O que você vai fazer? — Perguntei, nervosa em ouvir a resposta e temendo o plano rápido que eu sabia que ele estava fazendo em sua cabeça. Tony me encarou, ficando calado por alguns segundos.

— Primeiro, parabéns, você é uma Vingadora. — Arregalei os olhos com o choque da noticia. Então, aquele era o plano: eu ser uma vingadora. Sem treino, sem estratégia, apenas o legado do pai. — Segundo, vou levá-la até Hank Pym. — Disse logo após, levantando-se da cama se sentindo o homem mais esperto do mundo.

— Você entende que Nick Fury tem Hank Pym do lado dele, não é? — Ele me encarou com pressa e duvida. — Ele não deu a informação de graça.

— Você tem um ponto, as vou ignorá-lo. — Ele se virou de costas pra mim. — Eu conheço Hank Pym. — Lógico que sim, você tem um plano, grande Tony Stark.

— Você não pode levá-la daqui, Stark. — Bruce Banner entrou na sala com pressa. Presenciar aquela conversa tensa entre Tony Stark e Nick Fury pela tela de um computador parecia meio perturbador pra ele. — Você quer ajudar, eu sei, mas tirá-la daqui vai matá-la.

— Ok, entendi, então eu trago o velho até aqui. — E saiu sem aviso. Eu encarei aquilo chocada, e olhei para Bruce.

— Bem vinda aos Vingadores. — Ele disse com um sorriso falso. — É horrível, entediante, e você pode morrer no final, como o Pietro. 

Duas semanas se passaram rápido e Bruce, ao longo dos dias, me ajudou a me controlar e controlar meu poder com veracidade e maestria. Mas, no final, eu ainda não estava 100% apita pra muita coisa. A qualquer momento eu poderia ter uma crise, atravessar o chão, e morrer presa na parede. Mas não pensava muito nisso, o nervosismo trazia isso à tona

— Beth, você precisa se levantar. — Bruce havia desistido, por ora, de participar das reuniões e missões dos Vingadores apenas para me ajudar. Era fofo da parte dele, mas eu sabia que se eu não fosse filha de Tony Stark, ele não iria me ajudar. E também sabia que ele não queria sair em missões e virar o Hulk.

Eu conseguia me controlar a parte de cima da cintura, mas minhas pernas decidiam por si só quando queriam funcionar, e eu tentava ao máximo controlá-las.

— Tente fazer igual fez com seus braços. — Bruce me segurou pelos mesmos e eu foquei o máximo possível. Eu não iria atravessar o chão, não iria ser partida no meio, Bruce irá me segurar. 

— Se eu cair, não ria de mim. — Como resposta, Bruce sorriu, tendo o maior cuidado possível. Eu sorri também, nervosa, e nenhum pouco confiante de que conseguiria.

Mas no final, consegui, e pela primeira vez em meses, eu estava em pé sozinha. Bruce soltou meus braços e eu andei pelo quarto com passos largos e pesados. O chão estava frio, mas aquilo nem chegou a me incomodar. Andei até a janela e, pela primeira vez, vi como aquela paisagem de Manhattan era.

— Ainda não acabou. — Bruce comentou, chamando minha atenção. — Precisamos fazer algo pra conter você, tipo uma roupa. Ou quem sabe, uma armadura.

— Eu ainda não vou poder sair daqui, então? — Vi quando Bruce balançou a cabeça, negando sua pergunta. Respirei fundo, e analisei Manhattan com olhos curiosos. Eu pensava nessa cidade dia e noite, e como eu queria morar aqui, numa casa pequena, com meus pais nada amáveis. Mas aqui estou, presa num quarto na Torre dos Vingadores, sendo constantemente vigiada por um e ignorada por vários.

A Filha de Tony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora