𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎┊𝟎𝟎𝟖

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A noite havia se tornado longa, e nenhuma das mulheres conseguido dormir. Pela manhã, um banho morno foi preparado com cuidado. Amara ainda podia sentir o toque do homem em seu corpo, sua língua áspera percorrendo seu rosto. Ela afundou na banheira não se importando que o volume de água caísse pelas bordas. Embaixo d'água, viu o teto em sua forma turva. Voltou à superfície, respirando fundo quando seu pulmão pediu por oxigênio. Seu coração estava acelerado, suas mãos começavam a tremer devido às lembranças. Amara alcançou uma esponja grossa e esfregou cada parte do seu corpo com força. Ainda que sua pele reclamasse por conta do material áspero, ela queria se sentir limpa, e não se importaria de esfregar o quanto fosse necessário.

Uma peça de roupa estava bem dobrada sobre a cama. Amara vestiu sem emoção. Era um vestido longo e simples, com mangas curtas e florido. As meias brancas iam até seus joelhos, preso por uma liga em sua peça íntima. Se encarou no espelho, percebendo que marcas de dedos marcavam sua bochecha esquerda. Com a pouca maquiagem que tinha na bolsa, ela disfarçou o que pôde. Seu cabelo parecia ter crescido um pouco mais, agora alcançava a altura dos seios. Amara sabia que logo teria que cortá-los, por preferência, gostava de manter os fios curtos um pouco acima do ombro.

Amara se sentou à mesa. O café da manhã era a refeição mais importante para os ingleses e isso explicava a quantidade exagerada de comida em um prato. Ariana se sentou à sua frente, seu semblante ainda era preocupado, mas tinha algo que ela conseguia transmitir com o olhar: paz e segurança. Um riso fraco foi trocado entre as mulheres. Amara sabia que poderia trazer problemas futuros à enfermeira, o pensamento de sair da casa de Ariana era quase tentador, mas não sabia se conseguiria viver sozinha em um lugar tão diferente do que estava acostumada. A década de vinte era ainda mais sombria do que ela havia aprendido em suas pesquisas, além disso, coisas ainda piores iriam acontecer na história. Caso não voltasse logo para casa, tristemente presenciaria tudo.

— Talvez não devesse ir trabalhar hoje. — Ariana sugeriu. Amara suspirou enquanto mastigava os feijões do café. — Se precisar, posso tirar folga para ficar com você.

— Não precisa fazer isso por mim. Já tem feito tanta coisa. — Respondeu, sem emoção. — Não sei se devo ficar em casa, você sabe, isso levantaria suspeitas pelo que fiz.

— O que você fez foi em legítima defesa. — Ariana disse. — Não está sozinha nessa luta.

— Mas eu fiz sozinha. — Amara desviou o olhar para a xícara de café. — A essa hora já devem ter encontrado o corpo.

— Não se preocupe com a polícia daqui. — Ariana deu de ombros. — Vão pensar que foi uma briga de rua, aliás, ele era um bêbado, não?

Não importava quem ele era, mas como o deixara. Tom agonizou com uma garrafa de vidro enfiada em sua jugular, uma área fatal, provavelmente, havia levado vinte minutos para falecer. Era sua vida contra a dele, e ela escolheu a própria defesa. Infelizmente, estava vivendo em uma época machista o suficiente para ser acusada de assassinato, com muito azar, pegaria pena de morte e seria levada à forca. Amara afastou os pensamentos para longe, engolindo um sabor amargo que se formava em sua boca. Ela era a vítima dessa história e não ele.

𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora