𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎┊𝟎𝟑𝟑

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Acima da mesa, dividindo espaço entre o telefone e a máquina de escrever, papéis inundavam a visão da Sra. Shelby. Embora soubesse que poderia facilmente deixar aquele serviço para Michael Gray, Amara tinha consciência de que se fizesse isso, sucumbiria aos pensamentos malignos que a assolavam desde o dia do atentado. Cada vez que refletia ou deduzia o que havia realmente acontecido naquele dia, sentia o coração acelerar, a cabeça doer e o estômago revirar. Aqueles não eram bons sinais e infelizmente, Amara sabia que não seriam os últimos.

Tentando limpar os pensamentos, voltou a atenção aos papéis. Os ganhos de Solomons com seus agentes estavam sendo bem repartidos, o judeu cumpria com a palavra e não causava dor de cabeça a ninguém. O jornal era promissor na Europa, mesmo que ainda recebesse críticas cruéis, cujo, Amara tentava não se intimidar. Há algumas semanas havia recebido documentos de Andrea, eram acordos que deveriam ser fechados ainda naquele ano. Amara encarou o telefone ao lado, enquanto estalava os dedos com certa aflição. Talvez devesse ligar para o advogado, mas Thomas estava sendo rigoroso, tomando o dobro de cuidados com ela: sem contato com o exterior, ele cuidaria de tudo, assim prometeu a esposa.

Inferno. Praguejou mentalmente, ao jogar-se para trás. Tentou aliviar os músculos rígidos na cadeira de couro, mas pareceu em vão. Estava quase se sentindo uma prisioneira na própria casa. Desde o atentado, Thomas a mantinha na mansão sob os cuidados de muitos homens armados do lado de fora. Há dois dias ela via seu livre arbítrio ser reduzido a nada. Ao puxar a gaveta, viu duas passagens para Boston que aconteceriam em uma semana. Lembrou-se das palavras de Thomas: Devemos ter cuidado, vamos sair sem que ninguém saiba. No entanto, sua casa ainda se encontrava cheia, os passos de crianças e adultos, além dos empregados, a lembravam constantemente disso.

Um falatório vindo do andar de baixo chamou a atenção de Amara, que por alguns segundos, deixou ser levada pelas preocupações. Na cozinha, Sarah estava com um semblante para poucos amigos, assim como Ariana. Amara não precisou perguntar nada as Lowry, já que Krishna a empurrou sutilmente para o corredor novamente.

— É melhor nem ouvir tudo que aconteceu. — A indiana gesticulou. — Como se sente?

— A Ariana parece brava, ainda tem a ver com o sumiço da Sarah no dia da festa? — Amara olhou por cima do ombro, enquanto era puxada para longe.

— Sarah está naquela fase rebelde que todas nós já passamos. — Krishna disse em um tom experiente. — Ela sumiu ontem no meio da noite e chegou hoje cedo. Claro que a Ariana já a esperava com aquela carranca no rosto, nem o Nick conseguiu controlá-la. Ela estava com o irmão mais novo do Thomas...

— Finn! — Falaram juntas.

Os galhos quebrados no meio da noite com certeza não eram obras de Anúbis. Agora Amara sabia que o que a despertou na madrugada havia sido algo maior e bem mais esperto. Tentou imaginar que tipo de diversão uma garota como Sarah procurava em um jovem como Finn. Quando crianças, costumavam ter brincadeiras pouco saudáveis, e agora que se encontravam mais crescido, provavelmente não estavam fazendo diferente. Provavelmente o medo de Ariana fosse que Sarah descobrisse ainda cedo a anatomia masculina, e que como ela, não conseguisse se afastar tão facilmente de um Shelby. Krishna falou algo quando duas crianças de John atravessaram o caminho. A mansão Shelby era grande, mas a indiana soube acertar o caminho para a sala principal, onde acomodou a amiga em um sofá de três lugares.

𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora