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Era Natal. Enquanto as crianças brincavam de maneira barulhenta na sala de estar com os brinquedos dados por Thomas, os adultos faziam o que sabiam fazer de melhor: beber. Amara se abdicara das bebidas alcoólicas oferecidas e dos cigarros acendidos. John contava animado as histórias de guerra ao lado de Thomas. Infelizmente, Arthur ainda se encontrava no hospital e Linda estava junto. Elisa compareceu mais cedo, mas não ficou por muito tempo alegando ter muito o que resolver em Londres. O clima até poderia parecer festivo, mas a senhora Shelby preferiu se afastar para um lugar mais tranquilo. No andar de cima recorreu à cama quando o mal-estar a atingiu novamente. Era sempre assim, começava com um enjoo, crescendo para uma tontura, o sono vinha logo depois. Eram sintomas clássicos que Amara bem conhecia, o que fazia com o medo e esperança em seu peito triplicasse.
— Amara. — A voz de Polly entonou no corredor, fazendo com que Shelby mais nova se colocasse sentada na beira da cama novamente.
— Estou aqui. — Amara arrumou os fios soltos e esperou que Polly a alcançasse no quarto.
— Ainda é cedo para dormir. — Polly comentou. Amara meneou a cabeça sem jeito.
O olhar escuro e erudito da mais velha estudou Amara. Diante aquela mulher, a Shelby mais jovem sabia que não teria para onde fugir. Polly era sensitiva de uma maneira muito diferente de Zaira.
— Você não bebeu nada do que foi oferecido. Brigou com o Thomas quando ele ousou acender um cigarro perto de você, e antes que diga algo, eu não acreditei na desculpa de que era para o cheiro não impregnar em seu cabelo. — Amara puxou o ar para os pulmões. Polly fechou a porta. Deu passos até se senta ao lado da mulher. — Pode tentar esconder isso dos outros, mas não de mim. Você está grávida, não é?
Amara acenou levemente, respondendo a pergunta em silêncio. Polly levou uma mão para o peito. Logo uma lembraça assombrou as duas mulheres.
— Você se lembra como foi a minha última gravidez? — Amara encarou as mãos. Uma dor latejante percorreu seu coração.
Como era possível isso ainda ser tão doloroso?
— Como posso esquecer? — Polly suspirou. — Você estava tão feliz e o Thomas sorria para os quatro ventos. Estavam tão realizados, haviam realmente conquistado tudo.
A primeira vez foi como um sonho. Amara sentiu medo, aliás, ainda era difícil de acreditar que realmente estava gerando uma pequena vida — o que era de se esperar após o casamento. Por outro lado, se sentiu mais forte, tendo mais um de seus desejos realizados. Ser mãe e ter uma família sempre fora seu sonho. Amara sabia que teria que lidar com sua vida profissional e maternal como mais um desafio. Contudo, o sonho tornou um terrível pesadelo quando dores travesaram seu corpo e o sangue escorreu por suas pernas em uma madrugada fria sem a companhia do marido. Depois disso, perdeu a fé de que um dia voltaria gerar um filho e a culpa pelo aborto caiu toda para ela.
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𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]
Fanfic𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 | +18 | Desejos podem ser perigosos. 𝐀𝐌𝐀𝐑𝐀 𝐅𝐋𝐘𝐍𝐍, jornalista e historiadora, se ver obcecada em criar seu maior trabalho embasado nas mentes criminosas mais famosas que o mundo já conheceu. Em meio às pesquisas e...