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O calor era agradável como uma brisa suave de verão. Bem, talvez fosse verão. A mulher passou a mão pelo chão, sentindo não só a grama pinicar a pele, mas como invadir suas narinas pungentemente. Bruscamente ela acordou, fechando os olhos rapidamente quando a claridade a atingiu. Instintivamente levou uma mão para frente o rosto, se protegendo dos raios solares só para poder enxergar ao redor com mais facilidade. Durou um tempo até que entendesse tudo que havia acontecido. Parecia ter vivido um verdadeiro sonho lúcido. Porém, todos os acontecimentos e sensações ainda vibravam em seu peito. Amara sabia que tudo que vivera era real, e isso se confirmou quando o homem ao lado murmurou. Thomas.
Acordando de um sonho, o Shelby sentou-se com uma ligeira dor de cabeça. Era como se estivesse tendo a mais fodida ressaca após uma noite regrada de álcool e drogas. Thomas abriu os olhos após piscar com força, e quando tentou falar algo, sentiu a voz pesada e a garganta seca. Parecia ter cruzado um verdadeiro deserto escaldante. Felizmente, estava em casa, ele reconhecia bem a entrada de paralelepípedos cinzas e o jardim que a esposa cuidava com tanta dedicação. Uma mão segurou a sua, foi então que ele encarou a mulher ao lado. Amara não parecia tão diferente dele, mas ela estava bem, o que era o suficiente para acalmar o terror que quase o consumiu na noite passada.
Ainda sem dizerem nada, se levantaram avaliando tudo ao redor. O sol estava quente e radiante, como se a tempestade da noite passada nunca houvesse acontecido. Pássaros cantavam alegremente do alto das árvores, enquanto outros voavam livremente no céu. A grama parecia mais verde, assim como as flores possuíam mais cores. Amara encarou o próprio corpo, usava a camisola rosa de cetim, assim como Thomas ainda usava um pijama. Um latido surgiu do fundo da casa, fazendo o casal acreditar que não haviam ido a lugar algum. Talvez eles só tivessem adormecido em meio a chuva e nada acontecera depois disso. Havia tantas suposições e nenhuma resposta até então.
— Anúbis? — Amara franziu o cenho ao ver um cachorro surgir entre as plantas. O cão se aproximou, rosnando baixo para às duas pessoas. — A meu Deus! — O medo ficou evidente em suas palavras.
— Não é o Anúbis. — Thomas chegou à conclusão.
De fato, o cão que se aproximava não era Anúbis, embora parecesse muito com o cachorro. Thomas puxou Amara para trás, enquanto colocava seu corpo à frente para defendê-la de qualquer ataque. O bullmastiff possuía uma pelagem negra, mas uma mancha branca preenchia seu peitoral firme. Era um cão grande, com dentes afiados, disposto a atacar qualquer um que o desafiasse. Thomas esticou a mão quando o animal se aproximou. Esperou um ataque assim que o cachorro o farejou no ar, mas o que veio a seguir foi diferente. O cão mudou drasticamente sua feição. De uma hora para a outra ele pareceu mais dócil, abanando o curto rabo e latindo de modo mais fino.
— Acho melhor entrarmos. — Thomas murmurou para Amara.
— Sem o cachorro nos atacar no caminho? — Ela esticou o pescoço para falar mais próximo do marido.
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𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]
Fanfiction𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 | +18 | Desejos podem ser perigosos. 𝐀𝐌𝐀𝐑𝐀 𝐅𝐋𝐘𝐍𝐍, jornalista e historiadora, se ver obcecada em criar seu maior trabalho embasado nas mentes criminosas mais famosas que o mundo já conheceu. Em meio às pesquisas e...