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SMALL HEATH
Inquietação é o estado de desassossego que impede o repouso. O medo é a sensação que proporciona um estado de alerta e receio. Amara conhecia bem a definição dos dois sentimentos que a afligia. Naquela casa, cujo a escuridão ia muito além da madrugada fria, às duas sensações atiçavam a mulher a perambular sem sono pelos cômodos. Antes que o sol nascesse, Amara e Thomas partiram da mansão de Warwickshire, chegando a Small Heath pela madrugada. Ada partira para o hotel que estava hospedada, alegando que os encontrariam ao amanhecer e avisaria aos demais Shelby sobre uma reunião no antigo covil do clã.
Aquele Natal seria mais vermelho do que esperado. Amara culpava-se por não ter dado a atenção que deveria aos novos empregados. Agora se encontrava mais uma vez tendo que se esconder de um homem ao qual ela deveria ter matado há meses. A casa que estava abrigada era pequena, geminada com outras. A sala de estar era de longe o cômodo mais espaçoso e com móveis rústicos, Thomas vivia ali antes de se casar. Amara deslizou pelo único corredor que a levava para uma cozinha apertada. A esquerda viu uma porta, onde provavelmente daria ao quintal com uma vista nada privilegiada. Ela voltou para a sala novamente, subindo as escadas que dava para o segundo andar. Entre as três portas, Amie entrou na que a levaria para o quarto.
Thomas estava dormindo ou fingia isso, ao seu lado, Anúbis repousava com a cabeça sobre a barriga do dono. Amara deu passos na ponta dos pés, aproximando-se da janela. Ainda estava escuro, sendo possível ver poucas estrelas brilhando no céu e a singela luz da lua por detrás de nuvens pesadas. Small Heath repousava em um sono pesado e até mesmo as fábricas não soltavam suas densas fumaças por longas chaminés. Recordou-se dos relatos de Thomas e do que ele vivera horas antes de sair de casa. A armadilha, o assassinato, muita desgraça em poucas horas. Amara pôde ver sutilmente o próprio reflexo no vidro da janela, não parecia ser ela. Não. A Amara refleti estava longe de ser a mesma mulher do início do ano. Um gosto amargo subiu para a boca, era sangue, ela mordera a própria língua e nem percebera.
Enjoada com o gosto, ela o engoliu pesadamente. Empurrou um pouco a janela, permitindo que o vento frio tocasse a pele suada. Amara se debruçou contra o peitoril e ergueu o rosto para o céu novamente. Tudo teria que ser diferente agora, ela mesmo dissera que a melhor defesa era o ataque, então seria assim. Mancini receberia um ataque dos Shelby quando menos esperasse. Um leve indício de movimento no céu chamou sua atenção. Amara fechou os olhos e desejou que tudo se resolvesse rápido. Ela queria voltar para casa. Quando abriu os olhos, viu uma claridade corta o céu.
Ela recuou um passo, atordoada. Uma onda de tontura a dominou instantemente fazendo-a cair sentada sobre a cama. Anúbis despertou em um salto, procurando o colo da dona para tranquilizá-la com o que fosse possível. Amara fechou os olhos e empurrou a sensação para longe. Abriu os olhos outra vez, vendo outros escuros e curiosos a encararem.
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𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]
Fanfic𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 | +18 | Desejos podem ser perigosos. 𝐀𝐌𝐀𝐑𝐀 𝐅𝐋𝐘𝐍𝐍, jornalista e historiadora, se ver obcecada em criar seu maior trabalho embasado nas mentes criminosas mais famosas que o mundo já conheceu. Em meio às pesquisas e...