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A confusão de sentimentos como tristeza, raiva, saudade, e principalmente, impotência e solidão, formam o luto. Amara acreditou que estivesse preparada para passar por isso quando Richard se foi. Ela estava enganada. O primeiro mês foi o mais doloroso, não só para ela, mas como para todos que eram próximos do Abbott. Amara poderia fingir ser forte, aliás, ela havia aprendido a disfarçar muitas dores, mas aquela era de longe a mais difícil. Em meio às lápides, Amara sentou-se na mais alta. Richard havia sido sepultado ao lado da esposa, sob as sombras de uma árvore. O vento frio fez com que os pelos da nuca da mulher arrepia-se. Um buque de girassóis foi deixado sobre o mármore escuro, abaixo de uma fotografia.
— Suas preferidas. — Ela murmurou. — Talvez queira saber que até então tudo tem andado nos conformes. Andrea está até me ouvindo, mesmo que ainda tente controlar muitas situações. — Sorriu levemente. — Sabe, Richie, eu te contei minha história, mas nunca tive a chance de dizer quem eu realmente sou. Na verdade, nunca tive coragem.
Amara abaixou o olhar. A aliança estava no dedo, pesando ainda mais com os julgamentos. Aquela notícia pegara muitos de surpresa. Ninguém esperava ver Amara Flynn se tornar uma Abbott da noite para o dia. Com a novidade, novos problemas chegaram. Outros veículos de comunicação soltavam informações fúteis sobre a nova Abbott. 'Interesseira' era a palavra mais leve que usavam para se referir a ela. Amara tentou não se incomodar, mas era a imagem dela que estava sendo manchada por falsas notícias. Rebater aquelas questões só faria com que outras surgissem, e isso poderia ser muito mais prejudicial para ela e o jornal. Assim como qualquer outra notícia, essa também deixou de ser importante quando outros problemas ao redor do mundo começaram a surgir. Foi então quando Amara pôde voltar a respirar em paz, assim achava.
— Eu deveria ter sido sincera com você desde o começo. Mas acredito que quanto menos souberem sobre mim, melhor será. — Suspirou. A garganta apertou enquanto os olhos arderam. — Eu fui atacada pela mídia só por carregar seu sobrenome. Foi como ser picada por um enxame de abelhas. Eu saí ferida, mas pelo menos sobrevivi. — Amara ergueu o rosto. Era da consciência dela estar sozinha ali, mas sabia que em algum lugar Richie a ouvia. — Andrea disse que eu deveria atacar, mas isso seria pior, levantaria outras questões. Eu sei que tudo que fez foi para o meu bem. Eu agradeço por ter me ajudado a realizar meus sonhos. Talvez no futuro eu não conseguisse muita coisa a não ser um livro publicado.
Amara tentou imaginar o que viria depois da morte. Céu e inferno realmente existiam? Se sim, ela esperava que Richard e a verdadeira esposa, Alice, estivessem no melhor paraíso feito por Deus. Permaneceu em silêncio por um longo tempo, maior do que esperava. Quando sentiu algo pingar no colo, percebeu serem as próprias lágrimas. Amara chorou, dessa vez, como ela realmente deveria. Não era regra ser forte o tempo todo, ela era humana, afinal. A solidão a acolheu como um manto frio, causando um pequeno vazio no peito. Não era só por Richard que estava chorando, mas pelo que também havia deixado no futuro: pai, mãe, amigos...
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𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]
Fanfiction𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 | +18 | Desejos podem ser perigosos. 𝐀𝐌𝐀𝐑𝐀 𝐅𝐋𝐘𝐍𝐍, jornalista e historiadora, se ver obcecada em criar seu maior trabalho embasado nas mentes criminosas mais famosas que o mundo já conheceu. Em meio às pesquisas e...