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— Ah... Tem uma mulher. — Suspirou entre as palavras. — Sim, uma mulher, que eu amo. E nesse momento, eu imagino como ela deve estar decepcionada. — Tragou o cigarro. Ele também se sentia decepcionado consigo. — Eu cheguei tão perto.
A morte era o destino que Thomas havia aceitado de bom grado. Contudo, quando os tiros foram disparados atingindo os homens ao seu lado e não a ele, entendeu que seu propósito na terra ainda não tinha acabado. Atordoado com as palavras que recebera, o Shelby caminhou pela mata sem rumo, até cair novamente em uma estrada e pedi carona até a estação de trem. A noite estava escura e tortuosa, Thomas pensou que não a encontraria mais ali àquela hora. Era tarde o suficiente para saber que Amara partira. Mas bastou ver a silhueta feminina tomando forma em meio a neblina, que percebeu que escolheu a mulher certa para amar e faria de tudo para vê-la bem.
— Amie! — Thomas chamou. Estava cansado e rouco, mas ainda havia forças para dizer o nome com clamor.
Amara soluçou alto. Levou uma das mãos para o rosto, perdendo o equilíbrio das pernas. Thomas foi rápido em dar passos mais largos e apressados, tomando-a em seus braços de maneira ofegante.
— Eu pensei que você estava morto! — Ela chorou. Thomas deixou um leve beijo no topo dos cabelos escuros e salpicados com o sereno. Amara observou os respingos secos de sangue na roupa dele, assim como um machucado na têmpora.
— Eu também pensei que esse seria meu fim. — Sua mão afundou na nuca, trazendo-a para perto. — Mas eu estou aqui, pronto para dar um fim nisso tudo. Eu fiz uma promessa a você.
— Não tem mais trem. Não tem mais ninguém nessa estação além de nós dois. — Ela balançou a cabeça. — Acho que isso é um sinal para desistimos e voltarmos.
— Precisamos sair da cidade. — Thomas sentiu a garganta arranhar. — Vamos dar um jeito.
Thomas a puxou pela mão. A caminhada foi um pouco longa até chegarem nos trens que transportavam mercadorias. O Shelby sabia que um daqueles partiria para Gales. Deixando Amara a sós, rapidamente correu até uma pequena cabana onde os maquinários se encontravam em uma partida de carta. Um suborno foi pago para que o casal pudesse se aventurar no vagão de trigo em paz e chegassem ao seu novo destino. Horas depois, a luz da lua entrava pela abertura espaçosa, assim como o vento frio esfriava o lugar. Amara se arrastou até Thomas, deixando um beijo rápido nos lábios dele antes de aninhar em seu colo, sendo acolhida em um abraço quente e confortável. Ela se sentia como uma adolescente, fugindo de pais conservadores ao lado do seu namorado de caráter duvidoso. Bem, algumas coisas não eram tão diferentes e sua trajetória daria uma boa história.
— Pensando em pular do trem? —Perguntou ela erguendo um pouco a cabeça. O casaco de Thomas serviu como um lençol para aquecer ambos os corpos unidos em um canto.
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𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]
Fanfiction𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 | +18 | Desejos podem ser perigosos. 𝐀𝐌𝐀𝐑𝐀 𝐅𝐋𝐘𝐍𝐍, jornalista e historiadora, se ver obcecada em criar seu maior trabalho embasado nas mentes criminosas mais famosas que o mundo já conheceu. Em meio às pesquisas e...