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BIRMINGHAM
O lugar barulhento não incomodava. Aliás, era melhor ouvir o barulho de lutas do que tiros. Amara começava a entender o real motivo de tantos socos e sons guturais emitidos pelos homens ao desferir golpes em grandes sacos de pancadas. Não havia jeito melhor de dissipar a raiva acumulada senão daquela forma. Ela gostaria de fazer o mesmo, principalmente em trocar os saltos por sapatos confortáveis, vestidos por shorts e regata, e nas mãos, usar luvas para proteger os dedos. Contudo, não tinha tempo para aquilo, ela deveria focar em outra forma de esvaziar a raiva que sentia. O assobio coletivo só a fez se lembrar que estava em um ambiente dominado por homens, e o odor pungente de suor também deixava isso claro. Thomas lançou um olhar furioso para os demais, enquanto dava passos largos até a esposa. O cigano se perguntava o que diabos ela estava fazendo ali ao invés de estar protegida em casa.
— O que estão olhando? — O Shelby rugiu. Sua voz ecoou facilmente pela academia, fazendo com que os outros homens desviassem o olhar da bela mulher. — O que faz aqui? — Perguntou já próximo dela. Amara revirou os olhos.
Se Thomas Shelby pensava que a manteria presa em casa, estava enganado. Ao sair na porta, foi escoltada por cinco homens, todos bem armados, assim como ela, que carregava uma pequena arma bem presa no coldre na coxa. O dia prometia ser cheio de confrontos, além é claro, daqueles que já travavam com Mancini. Amara não era a mulher que ficava em casa esperando que o marido resolvesse tudo. Ela ia à guerra, estando grávida ou não.
— Passei no seu escritório, Lizzie disse que você havia vindo para cá. — Amara passou pelo marido. Encarou todo o ambiente antes de virar o rosto para ele. — Antes de ir ao encontro de Jessie, eu pensei em ver como ia seu novo negócio.
— Aqui não é um lugar adequado para mulheres. — Thomas disse logo atrás. Parou quando Amara lhe lançou um olhar afiado.
— Qualquer lugar que eu estiver é adequado para mim. — Falou. Thomas bufou, mas por fim sorriu levemente com a audácia familiar da esposa, assim como sentiu uma estranha atração.
— Ora se não é a Sra. Shelby! — Uma voz vinda de longe chamou atenção de Amara. Era um homem de meia-idade, usando um casaco pesado e chapéu por cima dos cabelos longos e grisalhos. — É um prazer finalmente conhecê-la. — Estendeu a mão para ela. Amara apertou, tentando se lembrar do rosto.
— Amara, esse é Aberama Gold. Para todos os efeitos, meu novo sócio. — Thomas disse sem muita emoção nas palavras.
— Ah! Claro, Senhor Gold. — Recordou-se. Sabia que ele seria o responsável por tirar Michael e Krishna da cidade e mantê-los seguros em algum vilarejo cigano. Com o passar do tempo, Aberama se envolvia cada vez mais com os Shelby. — Então, onde está seu garoto de ouro? — Amara ergueu uma sobrancelha. Aberama a chamou com um aceno. Estava animado.
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𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]
Fanfiction𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 | +18 | Desejos podem ser perigosos. 𝐀𝐌𝐀𝐑𝐀 𝐅𝐋𝐘𝐍𝐍, jornalista e historiadora, se ver obcecada em criar seu maior trabalho embasado nas mentes criminosas mais famosas que o mundo já conheceu. Em meio às pesquisas e...