𝚂𝚒𝚗𝚘𝚙𝚜𝚎:
Quando Dean conheceu Lenore, ambos tinham 17 anos e estavam completamente apaixonados durante o ensino médio. Por conta do trabalho da família, o Winchester se vê obrigado a terminar o relacionamento de 2 meses. Lenore, na raiva, não...
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O dia passou voando, e no final da tarde minha filha já estava liberada daquele hospital. Agora estamos na casa que pertencia a mãe dela, e também meu primeiro amor. Jade foi para seu quarto tomar um banho e trocar de roupa, e os outros dois estão comigo na sala enquanto esperamos as pizzas chegarem.
— Você acha que ela vai querer ficar com a gente? — Sam pergunta. — Não sei. — suspiro frustrado. — É uma grande responsabilidade. — continua meu irmão. — Sam... — olho para ele. — Cala a boca, por favor. — sorrio sarcástico e ele revira os olhos.
Antes que ele possa responder, a campainha toca e o mesmo vai pegar as pizzas, enquanto eu subo as escadas para chamar a Jade. Chego na porta do seu quarto, porém não a encontro lá. Ouço uns sussurros e choro baixo, e vou segundo até o antigo quarto da Leonore. E o que eu vejo me parte o coração. Minha filha estava sentada ao lado da cama da mãe, chorando abraçada com o travesseiro que suponho ainda estar com o cheiro dela. Eu congelei nesse momento, mas apenas percebi que ela me viu quando sem querer fiz um barulho na porta. Ela rapidamente enxugou as lágrimas e eu balancei a cabeça, indo em sua direção dela e acolhendo-a em meus braços. E então, ela desaba.
— Shh, tá tudo bem, meu amor. — afago seus cabelos. — Não tá, não tá! — ela tenta se afastar, mas eu não deixo. — Mas vai ficar, confia em mim! — Minha mãe tá morta! Como que vai ficar tudo bem? Meu Deus... — ela consegue se desvencilhar e anda de um lado para o outro. — E a última coisa que eu falei para ela, foi desejando a morte dela! — chora mais. — Não foi sua culpa. — olho para ela, e recebo um olhar dela. E o que eu vi, me doeu. — É minha culpa sim! O que eu fiz, meu Deus... Eu... Eu... — ela senta na cama e começa a soluçar de tanto choro.
Me sento ao seu lado e encosto sua cabeça no meu ombro, ficando em silêncio. Eu não consigo ver o olhar dela com tanta culpa é dor. Me machucou tanto. E ali eu me vi também: quando eu perdi a minha mãe. Só me toquei que ficamos muito tempo ali, quando ouço sua respiração pesar e seu corpo também. Chamo baixo o nome dela, porém não ouço resposta alguma. Consigo colocá-la no meu colo e vou até o quarto dela, a colocando na cama e cobrindo em seguida. Dou uma última olhada e saio, deixando a porta entreaberta. Assim que desço o penúltimo degrau, Sam me olha e consegue ler o que tá passando na minha cabeça.
— Ela tá de luto, cara. — Eu sei, é que... Eu me sinto um lixo vendo ela assim e não podendo fazer nada, entende? — ando até a cozinha para pegar uma cerveja. — Entendo... mas dá o tempo dela, sabe? Uma hora ela vai ficar bem. — Eu sei... só tenho medo dela não querer ficar com a gente, porque não sei o que fazer se isso acontecer.
E quando o sono bateu, eu dormi em um sofá e Sam no outro. Já de manhã, acordei com a luz chata do sol clareando meus olhos. Olho para o Sam e ele ainda está apagado, espalhado no sofá. Pego meu celular e já são 9 horas da manhã. Levanto, dou uma andada pelo andar que estou e vejo que apenas eu estou acordado, então resolvo fazer um café da manhã caprichado pra Jade. E pra mim também, tô com muita fome. Quebro os ovos, começo a fritá-los e coloco bacon também. Faço um suco de laranja de saquinho e logo está tudo pronto. Deixo tudo bonitinho na mesa, e subo até o quarto da minha filha, que continua do mesmo jeito que deixei-a ontem. Sento ao seu lado na cama e acaricio seu rosto, chamando seu nome baixinho.
— Querida, acorde. — ela resmunga igual eu faço. — Que horas são? — abre lentamente os olhos, se espreguiçando. — Quase 10 horas. Fiz um café da manhã, vamos comer. — Não tô com fome. — senta se encolhendo, sem olhar para mim. — Você precisa comer. — seguro sua mão. — Eu sei, mas eu não quero... — suspira. — Vamos, só um pouquinho. — sorrio de lado e ela se dá por vencida, levantando.
Descemos e enquanto ela vai para a cozinha, dou um tapa na testa do Sam para ele acordar, e o mesmo senta num instante assustado.
— Vem, tem café. — falo passando por ele.
E assim ele me segue até onde está o café da manhã. Comemos em silêncio, Jade mal toca na comida e bebe metade de um copo de suco. E depois disso, nosso dia foi extremamente longo: Ajudei minha filha a resolver as coisas do velório da mãe, postamos uma nota online sobre o falecimento dela e Jade fez um lindo discurso homenageando Leonore. Revi muitos amigos que há tempos não via, e por mim, estamos novamente na casa dela. Já são quase 2 horas da manhã, e nós três estamos tomando uma cerveja. Eu sei que a Jade é nova para isso ainda, mas sei que é a única coisa que pode fazê-la sentir melhor. E também será a única vez que vou deixar ela beber. Deus me livre que ela fique igual eu. Sam já entrou e agora estou eu e a minha garota no jardim, sentados na grama e comendo a pizza que ficou na geladeira, bebendo um pouco.
— Eu fico pensando... Eu vou me formar, mas e depois? Não faço a menor ideia de como vai ser meu futuro. — morde a pizza. — Você tem alguma profissão em mente? — bebo um gole da minha cerveja. — Não! Isso que é o pior, porque se eu tivesse alguma ideia tudo bem, mas eu não tenho. — franze o cenho olhando para a grama. — Ai complica né? — dou uma risada e deito na grama. — Tá bom, tem uma coisa... — ela me avisa olha. — Que seria...? — Quero caçar com você e o tio Sam. — sorri para mim e eu sento no mesmo instante. — Uou, peraí! — olho para ela. — Você tá falando sério? — Sim, por que? — me olha confusa. — É muito perigoso, e também são coisas que você nunca imaginou ver na vida! — Eu sei, mas eu quero. Vocês são a minha família agora, e eu quero ficar junto com vocês. — dá um sorriso triste e eu a abraço. — Então eu fico feliz com a sua decisão!
Ela retribui o abraço e depois ficamos sentados lá até quase o amanhecer, conversando e comendo. Quando o sol começa a querer nascer, decidimos entrar para dormir. E essa foi sendo a nossa rotina toda noite por um mês: sentar no gramado do quintal e conversar até de madrugada. Mas sem cerveja pra ela, claro. E hoje é diferente, pois é o dia da formatura dela. A Claire veio buscar Jade para um dia de beleza, e combinei de ir buscá-la no horário da cerimônia. Eu só não esperava ter que usar meu terno. Assim que deu o horário, cheguei na casa da garota loira e buzinei, logo a minha moreninha sai da casa totalmente linda. E nesse momento eu lembrei de Leonore. Ela herdou toda a beleza e elegância da mãe, e pelo visto o amor pelo modelo do vestido também. Sorrio orgulhoso e abro os braços, abraçando-a.
— Você está linda, querida! — Obrigada pai. — sorri para mim me soltando. — Aliás, essa é a Claire. Amiga, esse é o meu pai.
Aperto a mão da garota que fica me olhando de um jeito que... Credo, Deus me livre! Acho que Jade percebe, já que da uma cotovelada na amiga. Claramente ela puxou o jeito de resolver as coisas com um pouco de agressividade de mim. Ai que orgulho.