Respiro fundo e saio do almoxarifado, dou de cara com Castiel que está com uma cara de perdido.
— Deu a louca no Dean, ele quer ir embora. — explico tudo e Cas da risada.
— Nunca imaginei seu irmão nessa situação.
— Pois é, nem eu. — sorrio de canto passando a mão no cabelo.
— Vou ver se localizo seu irmão, antes que ele faça algo que arrependa depois.
— Ok Cas, eu vou ver a Jade.Bato em seu ombro e vou em direção ao quarto da mais nova Winchester. Dou duas batidas na porta e abro um pouquinho, ela sorri e balança a cabeça para eu entrar. Assim faço, fechando a porta logo atrás de mim. Fico parada em frente a sua cama enquanto mexo meus braços, pensando no que dizer.
— Sam...
— Jade...Falamos ao mesmo tempo e ela da uma risada baixa.
— Pode falar!
— Não, fale você! — digo.
— Eu ia falar pra você sentar, deve estar cansado. — aponta com o olhar para a poltrona vazia.
— Ah sim, estou mesmo um pouco. — me sento — E você? Como tá se sentindo?
— Como quem levou uma facada. — ela ri fraco e até o humor é o mesmo do Dean, o que me faz sorrir.
— É, eu imagino! O bom é você descansar bem e não fazer esforços, né?
— Sim...E assim o silêncio se instalou por mais um tempo, até que ela me olhou como quem queria perguntar algo mas estivesse sem coragem. Apoio os cotovelos na cama e lanço um olhar do tipo "pode perguntar", e assim ela faz.
— Meu pai... digo, o Dean. Você sabe onde ele está?
— An... Olha, Jade — sento na ponta da cama e seguro em suas mãos — isso tá sendo novidade pro meu irmão. Nós vivemos uma vida louca, chega até a ser insana. E por mais que vimos coisas inexplicáveis ao longo da nossa estrada, ele está assustado com a novidade de ter uma filha e ainda por cima quase viu morrer. Ele só foi pensar um pouco, tomar um banho, organizar as ideias... Entende? — tento falar o mais dócil possível, o que parece funcionar.
— É que... Olha, Sam, é novidade isso pra mim também. Digo, eu nem sei o que aconteceu ontem, ainda não consegui entender metade das coisas e o último item da minha lista é afastar o seu irmão. Eu quero muito um pai, mas eu vivi sem um. Não preciso dele agora, mas ficaria feliz se ele fosse presente. É confuso, eu sei. — ela sorri de canto. — Eu quero saber o que é ter um pai. Mas não quero que ele se sinta na obrigação de cuidar de mim. Eu... só preciso de alguém agora. — ela abre um sorriso triste entre lágrimas teimosas, que ela corre limpar.
— Eu entendo, vem cá. — me aproximo e a abraço com cuidado por causa dos pontos. — Vai ficar tudo bem, shh. O Dean é complicado, mas ele é um cara legal. Você vai ver, sobrinha. — beijo sua testa e volto a abraçá-la.Cara, essa garota tem uma energia tão boa e positiva. Parece que a aura dela é pura luz. E eu imagino a dor que ela deve estar sentindo agora. Vou precisar conversar bem sério com o meu irmão, se Cas ainda não tiver o encontrado.
❦ 𝙳𝚎𝚊𝚗 𝚙.𝚘.𝚟.:
Eu nem sei onde estou, apenas dirigi pela cidade e parei em tipo um campo aberto, onde tem umas mesas de madeira para as pessoas comerem. Me sento em um banco, e tenho a vista da cidade já que o local fica num ponto alto. Estou completamente apavorado. Não sei o que fazer.
Eu quero muito a Jade na minha vida, quero mesmo. Mas não sei se consigo cuidar dela. Na verdade, não quero criá-la da mesma forma que eu e Sam fomos criados. Não quero arrasta-la para essa vida, e colocar a dela em perigo constante. Mas como vou deixar ela sozinha aqui? Eu não faço ideia do que fazer.— Dean. — sinto uma mão no meu ombro e olho para trás, vendo Castiel.
— Não chega assim Cas, já falamos disso.
— Desculpe. Esta confuso, não? — senta ao meu lado.
— Você não faz ideia. — dou uma risada leve. — Como ela está?
— Confusa também.
— Eu quero muito ter ela na minha vida, mas não quero que ela faça o que fazemos.
— Dean, a partir do momento que aquele demônio soube que ela é sua filha, ela já está em perigo.
— Eu sei. Argh, que droga! — levanto e começo a andar de um lado para o outro. — Ela ainda nem terminou a escola. Eu não posso simplesmente falar "hey, arruma suas coisas e vamos caçar aberrações!".
— Mas você não pode deixá-la aqui. Ela não tem ninguém além de você, esse é o fato.
— Eu sei Cas. — suspiro cansado. — Me deixe sozinho, preciso pensar um pouco hã?
— Como quiser, mas tome a decisão correta.
— E como eu vou saber qual... — ele desaparece. — Maldito anjo!Vou parar de ouvir o coração por alguns instantes e pensar em algumas hipóteses para tudo da certo. Vamos lá:
Primeiro: eu posso ficar na cidade por mais um mês, o tempo dela formar e assim apresento a vida de caçador. Posso treiná-la e ficar de olho.
Segundo: eu posso deixá-la aqui e visitar de vez em quando.
Ok, a segunda opção é uma péssima ideia. Não sei por mais quanto tempo fico sentado, olhando para a imensidão do céu azul, apenas sei que quando caio por mim já são 15h e minha barriga está roncando. Quer saber? Já sei o que fazer!
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𝙰 𝚏𝚒𝚕𝚑𝚊 𝚍𝚎 𝙳𝚎𝚊𝚗 𝚆𝚒𝚗𝚌𝚑𝚎𝚜𝚝𝚎𝚛
Fiksi Penggemar𝚂𝚒𝚗𝚘𝚙𝚜𝚎: Quando Dean conheceu Lenore, ambos tinham 17 anos e estavam completamente apaixonados durante o ensino médio. Por conta do trabalho da família, o Winchester se vê obrigado a terminar o relacionamento de 2 meses. Lenore, na raiva, não...