𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝟸𝟸.

420 38 2
                                    

Chegamos ao hotel e retiro o pano de meu braço, olhando para o mesmo e respirando fundo para não focar na dor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Chegamos ao hotel e retiro o pano de meu braço, olhando para o mesmo e respirando fundo para não focar na dor. Essa vida de caçadora de sobrenatural está cada dia mais complicada, parece até um seriado teen de tanto drama.

Entro direto no banheiro, tirando o restante de roupa que resta em meu corpo, e assim sinto meu corpo relaxar com a água quente do chuveiro descendo em cada curva de mim. Mas não consigo relaxar por muito tempo, pois meu machucado está começando a arder um pouco demais, e é uma tortura ter que limpar aquilo.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali dentro, limpando e pensando em como minha vida mudou em tão pouco tempo. Eu confesso que daria tudo para voltar ao que era antes desse agito todo, apenas minha mãe e eu. E agora, com essas três pessoas que são minha família também.

Saio do chuveiro me enxugando com a toalha branca, que suja um pouco de sangue do meu braço. Visto minha calça de moletom super larguinha, com uma jaqueta preta do mesmo tom e top por baixo. Abro a porta e vejo dois rostos preocupados me olhando.

- O que foi? Eu estou viva! - digo fazendo careta.
- Vem cá, vou fazer um curativo em você. - diz meu pai.
- Não sou criancinha pai, sei me cuidar sozinha. - falo pegando meu band-aid da Barbie.
- Muito adulta mesmo né. - tio Sam diz debochando, me fazendo revirar os olhos.
- Parece que a criancinha precisa dormir pra acabar com o estresse. - meu pai diz se levantando.
- A criancinha aqui é bem mais madura que vocês pelo menos. - revira os olhos e entra no banheiro.

É muita coisa de uma vez só, e as vezes me sinto mal por saber que os dois estão nisso desde crianças. Até porquê, com 10 anos eu só queria brincar de amarelinha, casinha e sonhava em um
dia conhecer o amor da minha vida, e viver um romance clichê. Mas a vida adulta tende a pregar peças, e exige maturidade pra resolver e lidar com problemas. Realmente, é tudo muito louco. E não nego que vira e mexe penso em como eu estaria se tivesse cursando uma faculdade. Será que eu teria achado o amor da minha vida, e estaria vivendo minha comédia romântica?
Em meio de tantos pensamentos, me deito e acabo dormindo quando o meu corpo relaxa por inteiro. Estou exausta.

❦ 𝙳𝚎𝚊𝚗 𝚙.𝚘.𝚟.:

Saio do banheiro e vejo a Jade dormindo numa cama, e Sam em outra. Me sento numa das cadeiras em volta da mesa redonda e abro uma cerveja, olhando para minha filha. Acho que nunca vou superar o que tive com a Eleonor, e o fato de uma ser a cara da outra me assusta. Eu queria ter conhecido a Jade antes, ser o cara que ensinou ela a andar de bicicleta, a dançar, a dizer o quão lindo ela estava mesmo no seu pior dia. E vou me esforçar ainda mais para ser isso hoje, e todos os dias. Ela merece. Honestamente? Quero colocar ela num pote e proteger de todos os males, nunca mais se machucar, sabe? Mas já que não posso fazer isso, vou dar a minha vida pela dela sem hesitar. É loucura dizer isso, mas nesse pouco tempo juntos, já posso dizer que a amo mais que tudo nesse mundo. Eu sou pai. E agora que a minha ficha está caindo.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
𝙰 𝚏𝚒𝚕𝚑𝚊 𝚍𝚎 𝙳𝚎𝚊𝚗 𝚆𝚒𝚗𝚌𝚑𝚎𝚜𝚝𝚎𝚛Onde histórias criam vida. Descubra agora