iv. maeven peverell's story of life

3.9K 460 170
                                    

iv

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

iv. HISTÓRIA DE VIDA DE MAEVEN PEVERELL

━━━━━ ✧ ━━━━━

AS ESTRELAS CADENTES caiam no céu, a parte nobre de Katterdam, em uma pequena cidade chamada Connacht, hoje presenciava uma linda chuva de meteoros que irrompiam em vivas e pedidos de sorte pelos Katterdanos. Todos menos um pequeno grupo de camareiras e a rainha.

Os aposentos de madeira da rainha Esme eram normalmente silenciosos, dado o tempo em que o ocupava para a leitura, mas nessa noite era possível ouvir os berros do salão principal. Ela estava dando luz a uma garota.

"Só mais uma vez" ela ouviu, mas sabia que aquilo era apenas um incentivo, já que não seria a última. E o quarto tornou a se encher de berros, e por fim, apenas um choro foi ouvido. Susan, a camareira da rainha, pegou a criança no colo, e emocionada, entregou-a para Esme.

A rainha pegou sua filha nos braços, e esperou, esperou pelo tão esperado sentimento de felicidade e proteção que suas amigas lhe contavam, o sentimento de saber que aquilo era fruto de seu amor. Aquele sentimento nunca veio. E sentindo enorme ódio, por ter carregado aquela coisa no ventre por nove meses, e ter sentido essa dor, apenas para não amá-la, ela entregou a herdeira do trono de Connacht para Susan que olhou confusa para sua rainha que apenas descansou os olhos e adormeceu, consumida pela dor e necessitando de descanso.

- O que aconteceu? - perguntou Susan, um tanto confusa. Anastácia que era uma mulher alta, encarou de soslaio para a rainha adormecida e deu de ombros, sem uma explicação.

Fleur, uma camareira baixinha e gorda pegou a criança nos braços e sorriu ao ver os dedos e pés murchos da criança. Lucy que estava logo ao seu lado bufou, limpando o suor da testa:

- Devemos levá-la ao rei Edward - exclamou em um tom de "como se fosse óbvio". As camareiras que pareciam estar hipnotizadas pela criança, concordaram com rapidez.

E descendo as escadas do Palácio, elas levaram a criança ao Grande Rei Edward, o Magnífico, e também pai da recém-nascida, que agia repousava no colo de Fleur.

Chegando a sala do trono, elas se reverenciam perante o trono, e então encarraram o homem barbudo e de capa vermelha. Uma coroa em sua cabeça. Ele parecia cansado e sem ânimos para o dia seguinte.

- Moi Soverenji - pronunciou-se Lucy com um tom leal - Vossa Majestade, a Rainha Esme, caiu no sono logo após o parto e nos entregou a Princesa.

O rei, não pareceu ficar mais animado ao ver a filha no colo da camareira, na verdade, ele parecia ainda mais tedioso do que estava antes. Susan, percebendo que o Rei não queria dizer nada sobre o assunto, se pronunciou.

- Moi Soverenji, queremos saber - ela murmurou - O que faremos com a criança?

E de repente, Edward III pareceu interessado pelo assunto, e se ajustando no trono, ele encarou Fleur. Olhou a filha nos braços da camareira por alguns instantes, e então voltou a atenção à Susan, e sem um pingo de gentileza ordenou:

- Traga-me a criança.

Fleur deu três passos à frente e entregou a Princesa para Anastácia, que aparentava ser a mais disposta a encarar Edward. A camareira caminhou em direção ao trono, e se ajoelhando e levantando a criança como uma espada, o Rei pegou a filha nos braços.

Encarou o rosto da filha, os pequenos fios ruivos no couro cabeludo eram perceptíveis, e o fato da criança estar dormindo fez com que o homem se zangasse, curioso para saber a cor dos olhos, seriam eles verde esmeralda como os seus, ou castanhos claros como o da Rainha?

E então, após breves momentos contemplando a sua herdeira, ele levantou o braço do bebê, e ao encarar o verso de seu pulso, se assustou, quase deixando a criança cair. Jogando o bebê para o colo da camareira novamente ele urrou:

- Essa criança não é minha filha! - e apontando para as portas de entrada e saída ele continuou - Levem-a para longe desse castelo, para Fjerda! Deixem a em uma cesta no meio da rua, e façam questão de deixar o pulso dessa coisa bem à vista!

- Mas, Moi Soverenji... - tentou contra por Susan.

- Sem "mas"! Isso é uma ordem! - berrou novamente.

E então Susan e Fleur saíram do castelo, sozinhas, sem a companhia de Anastácia ou Lucy, apenas as duas, que cruzaram por um dia inteiro, toda Connacht, a caminho de Fjerda, reino vizinho. O embrulho nos braços de Susan, parecia um papel de presente, apenas deixando o rosto para fora.

Fjerda era um lugar sujo, repleto de ratos, as ruas de pedra e barris por toda a parte, aonde se encontravam caçadores de Grisha bebendo, jogando e apostando.

E ao chão, em frente a uma casa de madeira, na parte mais limpa da cidade, elas depositaram a criança, herdeira de Connacht, aos pés do reino mais brutal de toda Ravka e Katterdam. As duas camareiras reias observavam a criança que haviam ajudado a dar luz e suspiraram penalizadas e confusas pela decisão de seu senhor.

- Devíamos apenas deixar um bilhete, com o nome da criança e quem ela é - disse Fleur, fungando.

Susan lhe deu um pescotapa e sussurrou  irritada:

- Ela ao menos tem um nome, Fleurície?! - e então olhou para a Princesa, novamente hipnotizada, parecia de fato que havia um encanto no rosto da criança - Devíamos chamá-la de Maeven - murmurou, com um tom de voz irreconhecível, parecendo apaixonada.

- Por que Maeven, Susan? - questionou Fleur, também encantada.

- O significado de "Rainha de Connacht", com os pais tendo-a rejeitado, acredito que ela precise de um título para se proteger - e não foi mais discutido, as duas camareiras concordaram, e agarrando um pedaço de pergaminho do bolso, escreveram um bilhete, com assinatura Real.

E assim as duas se foram, deixando para trás Maeven Romanoff Peverell, a herdeira de Connacht, sozinha, com um bilhete, em um embrulho, adormecida apenas com uma estrela azul de seis pontas tatuada no verso do pulso direito e olhos que ainda não haviam se abrindo, mas que podiam encantar qualquer um.

kindred spirits; general kirigan Onde histórias criam vida. Descubra agora