iv. HISTÓRIA DE VIDA DE MAEVEN PEVERELL
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AS ESTRELAS CADENTES caiam no céu, a parte nobre de Katterdam, em uma pequena cidade chamada Connacht, hoje presenciava uma linda chuva de meteoros que irrompiam em vivas e pedidos de sorte pelos Katterdanos. Todos menos um pequeno grupo de camareiras e a rainha.
Os aposentos de madeira da rainha Esme eram normalmente silenciosos, dado o tempo em que o ocupava para a leitura, mas nessa noite era possível ouvir os berros do salão principal. Ela estava dando luz a uma garota.
"Só mais uma vez" ela ouviu, mas sabia que aquilo era apenas um incentivo, já que não seria a última. E o quarto tornou a se encher de berros, e por fim, apenas um choro foi ouvido. Susan, a camareira da rainha, pegou a criança no colo, e emocionada, entregou-a para Esme.
A rainha pegou sua filha nos braços, e esperou, esperou pelo tão esperado sentimento de felicidade e proteção que suas amigas lhe contavam, o sentimento de saber que aquilo era fruto de seu amor. Aquele sentimento nunca veio. E sentindo enorme ódio, por ter carregado aquela coisa no ventre por nove meses, e ter sentido essa dor, apenas para não amá-la, ela entregou a herdeira do trono de Connacht para Susan que olhou confusa para sua rainha que apenas descansou os olhos e adormeceu, consumida pela dor e necessitando de descanso.
- O que aconteceu? - perguntou Susan, um tanto confusa. Anastácia que era uma mulher alta, encarou de soslaio para a rainha adormecida e deu de ombros, sem uma explicação.
Fleur, uma camareira baixinha e gorda pegou a criança nos braços e sorriu ao ver os dedos e pés murchos da criança. Lucy que estava logo ao seu lado bufou, limpando o suor da testa:
- Devemos levá-la ao rei Edward - exclamou em um tom de "como se fosse óbvio". As camareiras que pareciam estar hipnotizadas pela criança, concordaram com rapidez.
E descendo as escadas do Palácio, elas levaram a criança ao Grande Rei Edward, o Magnífico, e também pai da recém-nascida, que agia repousava no colo de Fleur.
Chegando a sala do trono, elas se reverenciam perante o trono, e então encarraram o homem barbudo e de capa vermelha. Uma coroa em sua cabeça. Ele parecia cansado e sem ânimos para o dia seguinte.
- Moi Soverenji - pronunciou-se Lucy com um tom leal - Vossa Majestade, a Rainha Esme, caiu no sono logo após o parto e nos entregou a Princesa.
O rei, não pareceu ficar mais animado ao ver a filha no colo da camareira, na verdade, ele parecia ainda mais tedioso do que estava antes. Susan, percebendo que o Rei não queria dizer nada sobre o assunto, se pronunciou.
- Moi Soverenji, queremos saber - ela murmurou - O que faremos com a criança?
E de repente, Edward III pareceu interessado pelo assunto, e se ajustando no trono, ele encarou Fleur. Olhou a filha nos braços da camareira por alguns instantes, e então voltou a atenção à Susan, e sem um pingo de gentileza ordenou:
- Traga-me a criança.
Fleur deu três passos à frente e entregou a Princesa para Anastácia, que aparentava ser a mais disposta a encarar Edward. A camareira caminhou em direção ao trono, e se ajoelhando e levantando a criança como uma espada, o Rei pegou a filha nos braços.
Encarou o rosto da filha, os pequenos fios ruivos no couro cabeludo eram perceptíveis, e o fato da criança estar dormindo fez com que o homem se zangasse, curioso para saber a cor dos olhos, seriam eles verde esmeralda como os seus, ou castanhos claros como o da Rainha?
E então, após breves momentos contemplando a sua herdeira, ele levantou o braço do bebê, e ao encarar o verso de seu pulso, se assustou, quase deixando a criança cair. Jogando o bebê para o colo da camareira novamente ele urrou:
- Essa criança não é minha filha! - e apontando para as portas de entrada e saída ele continuou - Levem-a para longe desse castelo, para Fjerda! Deixem a em uma cesta no meio da rua, e façam questão de deixar o pulso dessa coisa bem à vista!
- Mas, Moi Soverenji... - tentou contra por Susan.
- Sem "mas"! Isso é uma ordem! - berrou novamente.
E então Susan e Fleur saíram do castelo, sozinhas, sem a companhia de Anastácia ou Lucy, apenas as duas, que cruzaram por um dia inteiro, toda Connacht, a caminho de Fjerda, reino vizinho. O embrulho nos braços de Susan, parecia um papel de presente, apenas deixando o rosto para fora.
Fjerda era um lugar sujo, repleto de ratos, as ruas de pedra e barris por toda a parte, aonde se encontravam caçadores de Grisha bebendo, jogando e apostando.
E ao chão, em frente a uma casa de madeira, na parte mais limpa da cidade, elas depositaram a criança, herdeira de Connacht, aos pés do reino mais brutal de toda Ravka e Katterdam. As duas camareiras reias observavam a criança que haviam ajudado a dar luz e suspiraram penalizadas e confusas pela decisão de seu senhor.
- Devíamos apenas deixar um bilhete, com o nome da criança e quem ela é - disse Fleur, fungando.
Susan lhe deu um pescotapa e sussurrou irritada:
- Ela ao menos tem um nome, Fleurície?! - e então olhou para a Princesa, novamente hipnotizada, parecia de fato que havia um encanto no rosto da criança - Devíamos chamá-la de Maeven - murmurou, com um tom de voz irreconhecível, parecendo apaixonada.
- Por que Maeven, Susan? - questionou Fleur, também encantada.
- O significado de "Rainha de Connacht", com os pais tendo-a rejeitado, acredito que ela precise de um título para se proteger - e não foi mais discutido, as duas camareiras concordaram, e agarrando um pedaço de pergaminho do bolso, escreveram um bilhete, com assinatura Real.
E assim as duas se foram, deixando para trás Maeven Romanoff Peverell, a herdeira de Connacht, sozinha, com um bilhete, em um embrulho, adormecida apenas com uma estrela azul de seis pontas tatuada no verso do pulso direito e olhos que ainda não haviam se abrindo, mas que podiam encantar qualquer um.
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kindred spirits; general kirigan
Fantasy❝ ERA UMA GUERRA, E O ÚNICO PECADO NA GUERRA É 𝗣𝗘𝗥𝗗𝗘𝗥 ❞ 𝐊 . ‧ ✯ ‧ . ━━ Ravka estava à beira de uma guerra. Falta de suprimentos, dificuldades na travessia de um lado do país ao outro, tudo que ocorria pelo país, parecia contribuir p...