ix. A PREPARAÇÃO PARA O BAILE
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O PEQUENO PALÁCIO estava lotado, nunca alguém havia visto tantos preparativos em apenas um dia no local que costumava ser silencioso, apenas sendo ouvidos os passos dos Corporalki, Etherealki e Oprichniki pelo local, mas hoje não, hoje até mesmo Materialkis, que costumam ficar nos Ateliês, estavam ali.
Maeven Peverell passou pelo Palácio com Genya, ambas seguindo em direção à sala principal, para poderem tomar café da manhã. Alina estava parada ali, conversando com Nadia, Marie e Jenny. Starkov virou o rosto e encarou a Artesã na companhia de Maeven e se juntou as duas.
— Eu não tive chance de perguntar, mas... você ficou bem depois do treino? — perguntou a Conjuradora, recebendo apenas um aceno de cabeça de Peverell — Que bom! Bom, eu também queria te perguntar algo... você sabe, hoje vão me apresentar ao Rei e a Rainha, e queria saber se você... hmm... se você poderia fazer uma demonstração também, vou me sentir mais confortável.
A apresentação e introdução da Conjuradora do Sol a Ravka, aquilo seria um dos eventos mais importantes da história, e ali estava ela, a humilde Alina Starkov querendo que sua amiga dividisse e compartilhasse de sua glória, vi com muita honra que Maeven sorriu abertamente para a amiga e lhe confirmou a resposta.
O refeitório — se é que um lugar de classe tão alta como aquele poderia ser chamado assim —, estava tão lotado que não parecia ser o mesmo lugar. Diversos Grisha estavam ali, preparando suas forças para a festa que ocorreria a noite e outros se alimentando para não sofrerem com o trabalho árduo que seria arrumar o Palácio para o evento.
As cinco se sentaram na mesa dos Etherealki, já que Genya saiu para se juntar ao seu grupo de Grisha's, e logo começaram a se servir. Peverell pegou um cacho de uvas verdes e comeu todas, não sentia muita fome de manhã. Já Alina, conversava em altas vozes com suas três amigas, enquanto devoravam sanduíches de peito de peru e queixo, a Conjuradora parecia mais animada desde a primeira vez que Maeven havia a visto, aquilo a deixou feliz.
As portas do local foram abertas com um estrondo e todos os Grisha ficaram em silêncio, observando o Darkling entrar com as mãos para trás de seu majestoso kefta preto reluzente. Atrás de si, estavam Ivan, Igor e Fredyor, três Sangradores, os Corporalki eram conhecidos por serem a classe Grisha favorita do Darkling, e bom, eles faziam parte de sua guarda pessoal.
Quando Kirigan passou pelas mesas, Alina notou o olhar significativo que ele lançou a Maeven no meio do caminho, e depois de alguns segundos, ignorou e continuou a andar em direção ao seu "trono" preto no fundo do salão, e assim que ele se sentou, todos voltaram a conversar.
Starkov encarou Peverell que se concentrava em mexer no cacho das uvas que já não tinham mais frutas, apenas caule. Alina sorriu ladina para a Bruxa que apenas lhe encarou com uma sobrancelha arqueada.
— O que está acontecendo? — perguntou a Conjuradora, risonha. Maeven se encolheu, como se não entendesse a pergunta, e de fato estava confusa. Alina sorriu e bateu na mesa com leveza, como se estivesse impaciente — Você tem agido tão estranho!
Maeven riu desacreditada e se levantou da mesa, pegando uma maçã vermelha da mesa e passou pelo lado da morena.
— Não sei do que está falando.
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Genya entrou no quarto de Maeven com afobação, como se estivesse atrasada. O relógio batia 5 da tarde quando a Artesã fez Peverell sentar na mesma mesa e começar a arrumar seu cabelo e rosto.
— Santo Merlin, Genya — exclamou a Bruxa enquanto observava a Grisha quase bater em seu rosto, de tanta a força e velocidade que ela fazia para terminar de maquia-la em dez minutos.
— Me desculpe, Maeven, mas o Darkling disse que você deveria chegar na hora — Peverell bufou ao ouvir mais uma das ordens de Kirigan, mas resolveu fingir que não havia ouvido e deixou a Artesã trabalhar.
As bochechas ficaram novamente avermelhadas com o blush, os lábios também, e agora estavam fofos e com vida, o cabelo ficou mais brilhante, mechas loiras e castanhas apareceram pelos fios. Mas logo se deslocaram para um coque alto e perfeito, na frente, algumas mechas caiam pelo seu rosto.
Genya mexeu os dedos, e um kefta brilhante preto veio em sua direção, os mesmos símbolos vermelhos escarlates saindo dos botões que eram a marca de um sol vermelho. O tecido deslizou sobre sua pele, três vezes mais leve do que o que a mesma usava costumava ser.
Quando Maeven foi para frente do espelho, ela não se viu, ela não conseguia enxergar a menina perdida que era, ela apenas enxergava alguém que tinha um lar, olhando para o reflexo, ela sentiu que pertencia a um lugar.
A Artesã sorriu ao ver sua "obra de arte", colocando uma mecha do cabelo de Peverell para trás da orelha, e apoiando sua mão no ombro da mesma, Genya sorriu para sua amiga, assim como Maeven para ela, de um jeito ou de outro, elas sabiam que o tempo em que teriam para aquela amizade, seria curto, mesmo que fosse lá no fundo, e que não tivessem consciência disso agora.
Alegria não é para sempre, as trevas permaneceram mesmos nos momentos de bondade, mas a luz, a luz iria desaparecer no momento em as sombras aparecessem, e aquela vida que Maeven tinha no Palácio, com Alina, Genya e com Aleksander, aonde sua natureza e seus segredos não eram revelados, não iria permanecer para sempre.
Mesmo não sucumbindo a ela, nem gostando da mesma, Maeven Peverell sempre saberia de uma coisa, as trevas estavam em si mesma. As trevas e a escuridão sempre ganhavam.
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kindred spirits; general kirigan
Fantasy❝ ERA UMA GUERRA, E O ÚNICO PECADO NA GUERRA É 𝗣𝗘𝗥𝗗𝗘𝗥 ❞ 𝐊 . ‧ ✯ ‧ . ━━ Ravka estava à beira de uma guerra. Falta de suprimentos, dificuldades na travessia de um lado do país ao outro, tudo que ocorria pelo país, parecia contribuir p...