x. MAEVEN É MAIS DO QUE ELA
DIZ SER━━━━━ ✧ ━━━━━
NOVAMENTE OS QUADROS do Palácio passaram por seus olhos enquanto ela caminhava sem pressa, com Genya ao seu lado, em direção ao Grande Salão. O local estava mais bem arrumado, os quadros estavam como sempre, em molduras de ouro, mas o estranho, era não ver a lua eclipsada, o símbolo do Darkling, em todo o lugar.
Alina Starkov, Maeven Peverell e Genya Safin andaram um pouco mais animadas ao ouvirem o barulho de risadas, conversas e de copos e pratos batendo contra os dedos das pessoas. O Rei, a Rainha, Vasily Lantsov e Nikolai Lantsov estavam lá, os dois monarcas deveriam estar sentados em seus tronos de ouro e os dois príncipes atrás dos pais.
As três mulheres avistaram a festa, de fato, haviam muitos convidados, todos desesperados para verem a Conjuradora do Sol, a Sankta Alina. Mas a mesma não estava tão feliz em fazer uma demonstração, mesmo tendo sua melhor amiga ao seu lado, ela sentia saudade de Mal, queria que ele estivesse ali.
Maeven e Alina se separaram de Genya ao ouvirem a mesma murmurar que não deveriam entrar agora, caminhando exatamente para o lugar oposto de onde deveriam estar, elas entraram no salão, e por sorte, ou azar, deram de cara com o Darkling, em seu lustroso kefta preto.
— Vocês deveriam ter entrado acompanhadas de guardas — murmurou o Grisha entre os dentes. Peverell revirou os olhos e retrucou.
— Ela deveria ter entrado acompanhada de guardas, eu não — Kirigan observou o Bruxa e ignorou o comentário.
O Grisha fez sinal para que Starkov se posicionasse na plataforma, para a demonstração, a mesma subiu no palco e esperou o comando do Darkling e a companhia da amiga.
— Está linda — Aleksander murmurou no ouvido de Maeven — Muito, Maeven — completou e beijou sua testa antes de caminhar para frente da Conjuradora do Sol, acompanhado de Peverell que estava envergonhada.
Alina fez sinal para Maeven, que surpresa pela veridicidade do pedido da Grisha, demorou alguns minutos para processar. O Rei, a Rainha, os príncipes Lantsov, os duques, duquesas, condes, condessas, os nobres e plebeus, todos olhavam fixamente para os três na plataforma. Kirigan olhou para Maeven em expectativa, um tanto curioso para saber como ela faria para apagar as luzes do local.
Peverell fechou os olhos relaxando o corpo, tentando esquecer dos olhares de todos, e logo em seguida abriu os olhos, vermelhos escarlate, brilhando fortemente, ela levantou uma das mãos e a outra ela abaixou, e diferente do que todos os Grisha's imaginavam que ia acontecer, o local não foi coberto por névoa escarlate. As sombras escureceram a sala e os olhos de Maeven ficaram negros como a noite, a névoa preta como a Dobra cobrou as janelas e portas, deixando a sala escura como breu.
General Kirigan observou a mulher ao seu lado, conjurando sombras, e assim como todos os outros na sala, ofegou surpreso. Ao terminar a Bruxa fechou as mãos, mas os olhos agora voltaram ao tom verde, as sombras não desapareceram.
Mesmo atordoada, Alina abriu os braços, fazendo luz sair de suas mãos, indo para frente e se expandindo em dois, destruindo as sombras de Maeven, o que pareceu durar minutos, foram apenas segundos, e em seguida todos os nobres e Grisha's estavam ajoelhados perante a Sankta Alina.
Peverell sorriu e olhou para trás, Starkov retribuiu, antes de caminhar para o meio da multidão, e Maeven se dispersou na festa. Já Aleksander Morozova foi bombardeado de perguntas do rei no momento em que Maeven Peverell se afastou, curioso com a garota:
— Kirigan — chamou o monarca, sua voz soando bêbada — Quem era a Grisha Conjuradora de Sombras?
— Ela não é Grisha — explicou o Darkling, em sua voz, as palavras saindo confiantes, quando na verdade ele mesmo tinha dúvidas sobre aquilo — E muito menos uma Conjuradora de Sombras. Moi tsar e Moya tsaritsa sabem que apenas os Darkling's podem conjurar as sombras.
— Então explique o que acabamos de presenciar, Darkling — Nikolai Lantsov se pronunciou, os cabelos loiros e olhos azuis vivos encarando o líder dos Grisha com ímpeto — A não ser que o Grande Darkling, líder dos Grisha e Moi Soverenji não saiba o que acaba de presenciar?
Ivan, Igor e Fredyor apareceram, fingindo sussurrar algo no ouvido do homem, e Kirigan fingindo um compromisso, saiu da frente da Família Real, para procurar a Bruxa que não era Grisha.
Os Corporalki, Etherealki e Oprichniki foram todos mandados para procurarem a mulher pela festa, mas parecia que Maeven não iria ser encontrada tão cedo, já que havia se passado metade da noite e minguem conseguia encontrar Peverell.
Aleksander Morozova seguiu para o lado de fora do Palácio, ao ver um pouco de luz escarlate, e para sua surpresa, encontrou Maeven Peverell sentada mas escadarias do local, brincando com seus poderes que balançavam entre os seus dedos.
— Maeven — chamou o Darkling com uma voz autoritária, e a garota apenas murmurou algo, sem encarar o General — O que faz aqui fora?
— Vim fugir de olhares como os seus, Aleksander — revelou a Bruxa sem hesitar — Curiosos e alguns julgadores.
Contrariando completamente as ações que o Moi Soverenji deveria ter, ele sentou no chão ao lado dela, observando os prótons nas mãos da mulher, eram quase tão encantadores quantos seus olhos.
— E o meu seria um olhar julgador, Maeven? — questionou o Darkling, observando o rosto de Peverell, que agora encarava as próprias mãos. A mesma colocou suas mãos, repletas de prótons, nas do Grisha, e instantaneamente, a luz vermelha começou a brincar com as sombras que saiam da mão dele.
— Eu não sei, responda-me você, Aleksander — retrucou enquanto as sombras e a luz vermelha dançavam uma com a outra nas mãos dos dois, Maeven deitou sua cabeça no ombro do homem que lhe afagou as costas com carinho.
Era estranho que agora o interesse que tinha por Maeven não fosse apenas pelo seu poder, ele se sentiu bem, quando seus lábios se tocaram mais uma vez naquele momento, ele se sentiu bem.
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kindred spirits; general kirigan
Fantasía❝ ERA UMA GUERRA, E O ÚNICO PECADO NA GUERRA É 𝗣𝗘𝗥𝗗𝗘𝗥 ❞ 𝐊 . ‧ ✯ ‧ . ━━ Ravka estava à beira de uma guerra. Falta de suprimentos, dificuldades na travessia de um lado do país ao outro, tudo que ocorria pelo país, parecia contribuir p...