xviii. i beg you to be merciful, please

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xviii

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xviii. EU TE IMPLORO PARA SER
PIEDOSO, POR FAVOR

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OS PRIMEIROS RAIOS de Sol apareciam pela janela, fazendo a mulhersuspirar antes de levantar, colocando as cobertas de lado, ela respirou mais uma vez. Encarou o vestido que havia testado no dia anterior para a "destruição da Dobra", ela não queria usá-lo. Sabia que significava falsa esperança e ilusão.

Invés disso, Maeven Peverell agarrou seu kefta preto e foi em direção ao banheiro. Sentia-se cansada, não parava de mentir. Se sentia imponente, por não poder fazer nada por seus amigos a não ser esperar pelo Esquife. De repente ela quis não ter aceitado sua missão.

O tecido de veludo tocou sua pele delicada e pálida, e se encarou no espelho, apenas esperando, talvez por Genya? Pelo Darkling? Alina? Ela não sabia o que fazer. O reflexo a sua frente não parecia ser seu, se encontrasse a Artesã, talvez pedisse para a mesma deixar sua pele parecer doente, e que olheiras aparecessem em seus olhos, a sensação era parecida com a do dia do Festival de Inverno. Aquele dia.

A porta se abriu com força, e a mesma se levantou com rapidez, tendo consciência de que ainda não havia se vestido para a cerimonia. Ivan apareceu, em seu kefta vermelho escarlate, com sua profunda carranca no rosto, parecia, para ela, que desde que havia voltado, seu desgosto pela mesma havia aumentado.

Ele a encarou de cima a baixo e levantou o nariz como se reprovasse:

— Vista-se. O esquife sai em 20 minutos — disse simplesmente e depois saiu, com Igor em sua cola e outro Corpornalki curandeiro ao seu lado.

Maeven respirou de novo e colocou o kefta em cima da cama, olhando uma última vez para ele, com um pouco de sorte ela nunca mais veria aquela vestimenta de novo. E por incrível que parecesse, não conseguia saber se era algo bom. O vestido preto com detalhes brancos, dourados e vermelhos estava sobre uma cômoda, esticado na madeira, Maeven deu passos para frente e pegou a peça de roupa, reprimindo a vontade de chorar. Era isso que era agora? Iria mesmo chorar? Era tão fraca a esse ponto?

Limpou o rosto, tentando limpar qualquer vestígio de tristeza, e colocou o vestido sobre o corpo, cruzando o quarto em direção a escrivaninha, talvez aquela tortura não acabasse, e talvez ela tivesse que parar por ali.

OS SOLDADOS ENCARAVAM três figuras deslumbrantes que caminhavam pela área do Exército, vários se benzendo ao verem a Conjuradora do Sol passar. Os outros Conjuradores usavam casacos grossos de pele, para que o colar da Grisha não fosse exposto.

Alina Starkov tentava sorrir, mas só o que saia de seu lábios era uma fina linha, que indicava seriedade, temera a Dobra da Sombras uma vez, agora ela não sentia nada. Estava vazia. Maly estava preso e iria ser executado, no meio da escuridão, sua melhor e única amiga agora era uma "prisioneira eterna" do Darkling, e tudo por ter sido fraca.

O Darkling mantinha sua postura importante, a cabeça erguida e o peito estufado, naquele lugar ele parecia ter o respeito de um Rei, embora não tivesse a adoração da Sankta ao seu lado.

Maeven estava impassível, sentia o peso do casaco em seu colar, o peso da mão de Kirigan que estava em suas costas, como se a qualquer momento fosse cair, e era ele quem a estava segurando. Ela encarou a caixa de Sombras a sua frente, não sentiu medo. O que deveria temer? A morte? O pensamento a fez querer rir de leve. A morte era uma velha amiga.

Aleksander deu um leve empurrão em suas costas ao entrarem no Esquife, era bem maior do que os normais, embora nunca tivesse estado em um, era bem comum ver alguns em Fjerda ou sendo construídos protótipos no Pequeno Palácio.

Alina e muitos nobres entraram logo atrás dos dois, aonde amarraram a perna de Starkov, discretamente no chão do veículo.

— Não — sussurrou a ruiva, apertando as unhas contra as mãos.

— Não? Não, o que? — perguntou o Darkling, transparecendo tanta calma que chegava a assustar.

Peverell engoliu um seco ao ver o "barco" começar a andar, e Zoya, sendo forçada a erguer as mãos em movimentar o veículo. Maly estava preso na borda do Esquife, para ser sacrificado. As areias negras apareceram a sua frente.

Maeven se colocou na frente do homem e de kefta preto, e segurou suas duas mãos.

— Por favor — murmurou nervosa — Não faça isso. Se tem algo de humano em você... mostre piedade, por favor... — implorou. Sabia o que acontecia depois, ele mataria todos os nobres que se colocassem contra ele, e depois engoliria a cidade à frente, para mostrar seu poder — Aleksander.

O murmúrio saiu tão baixo de seus lábios, que ela só soube que ele havia ouvido quando, seu corpo travou, ele apertou as mãos da Conjuradora e levou-as até seus lábios, em seguida tirou uma mecha de cabelo do rosto da mulher e sorriu leve.

— Piedade? — questionou, se aproximando da Grisha a sua frente, e beijou de leve seus lábios, tão discretamente que nenhum dos nobres viu — É. Acho que posso ser piedoso — concordou — Vou lhe deixar se despedir de Fedyor, Zoya e Alina antes de serem arremessados para os Volkras.

A feição de Maeven mudou drasticamente, e ela se afastou, pela primeira vez se sentindo ameaça da pela voz do homem. Havia ficado tão pálida quanto já era, seus lábios se esbranquiçaram. Aleksander olhou dentro dos olhos dela e sentiu seu medo, não de si mesma, dos outros.

— Você? — murmurou — Você é um monstro.

E foi quando as trevas engoliram a todos, que Maeven estendeu as mãos e deixou tudo ser iluminado por uma luz tão pura que fez muitos se afastarem. A luz brilhou pela volta do Esquife, e o Darkling olhou novamente dentro de seus olhos, não via mais medo, não havia raiva, preocupação, não havia nada.

Ela parecia ser apenas um corpo sem alma.

Ou melhor, um que havia perdido a sua.

kindred spirits; general kirigan Onde histórias criam vida. Descubra agora