i. A BRUXA QUE NÃO É GRISHA
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O SOM DAS RODAS DE MADEIRA contra o terreno pedregoso irritava, ainda mais com a quantidade de poças de lama, que quando passavam por cima, faziam um som que machucava os ouvidos da Conjuradora. Ela conseguia ouvir de longe, como se estivesse em uma bolha ou debaixo do oceano, o barulho da faladeira que o Soldado do Segundo Exército, Fredyor, fazia ao falar com seu companheiro carrancudo.
Alina Starkov encarou o céu cinzento pela pequena janelinha da carruagem, com esperança de ver algo mais do que apenas uma imensidão acinzentada repleta de nuvens igualmente cinzas. Suspirou fundo e voltou o olhar para o interior do automóvel, pensando, ao ver o acolchoado vermelho dos bancos, em como sua vida tinha virado de ponta cabeça em apenas algumas horas.
A poucas horas atrás ela estava em uma embarcação para a Dobra, como Cartógrafa, haviam sido atacados por Volkras, perdido metade da tripulação, e então, encarando Mal, ela conjurou o Sol. Havia sido levada para a tenda do General Kirigan e ele ordenou que a levassem para o Pequeno Palácio, e aqui estava ela, sozinha, com um bando de idiotas, indo para a casa das bruxas.
Um solavanco forte fez com que ela quase caísse do banco, e encarou desesperada os dois Grisha's a sua frente que se levantaram ao perceber que a carruagem havia parado.
— Nós já voltamos, fique aqui — afirmou Fedyor ajustando sua boina de kefta. Alina assentiu depressa, sentindo um bolo repentino na garganta — É para sua segurança — completou.
Starkov ficou ali, parada, o coração na boca, completamente preocupada com o problema que os Soldados estavam enfrentando. E como se estivesse sendo chamado apenas pelo som de seus pensamentos, o "problema" apareceu.
Armados até os dentes, Drüskelles apareceram de todos os cantos, apontando um para cada Grisha, escolhendo seus alvos sem se importar com a desonra de atacar quando o inimigo se mantinha de costas. Alina pensou em gritar, mas por mais que tentasse não saia voz de sua garganta.
Mas um grito irrompeu da garganta de alguém do mesmo jeito. Mais de 10 Grisha's caíram mortos no chão no instante seguinte, Fredyor e seu companheiro carrancudo foram até atrás de uma árvore, não protegidos pelas roupas de kefta, e precisando de abrigo. Uma Sangradora ajudava a descobrir quantos inimigos haviam apenas com as batidas do coração, quando caiu morta no chão.
Acompanhada do grito finalmente dado pela Conjuradora de Sol ao ser puxada para dia da carruagem e cair de costas no chão, sendo arrastada pelas pernas para o meio do campo. O Drüskelle que havia lhe capturado tinha a aparência maltrapilha e malcuidada, sangue de apresente por toda a sua face, assim como enormes rasgos em suas roupas. O caçador levantou o machado e murmurou antes de deixá-lo cair:
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kindred spirits; general kirigan
Fantasi❝ ERA UMA GUERRA, E O ÚNICO PECADO NA GUERRA É 𝗣𝗘𝗥𝗗𝗘𝗥 ❞ 𝐊 . ‧ ✯ ‧ . ━━ Ravka estava à beira de uma guerra. Falta de suprimentos, dificuldades na travessia de um lado do país ao outro, tudo que ocorria pelo país, parecia contribuir p...