❝ ERA UMA GUERRA, E O ÚNICO
PECADO NA GUERRA É 𝗣𝗘𝗥𝗗𝗘𝗥 ❞
𝐊 . ‧ ✯ ‧ . ━━ Ravka estava à beira de uma guerra. Falta de suprimentos, dificuldades na travessia de um lado do país ao outro, tudo que ocorria pelo país, parecia contribuir p...
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xv. VOCÊ E EU MUDAREMOS O MUNDO
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O FABRICADOR AGUARDAVA do lado de fora dos aposentos do General para começar os procedimentos com o Amplificador de Rusalye, ao seu lado estava Genya, que sorria fraco para David de vez em quando, tentando chamar a sua atenção, mas o Duraste não parecia notar, e se estava notando, não demonstrava nada.
A porta se abriu e o Darkling saiu de seus aposentos com Maeven Peverell ao seu encalce, os dois se dirigiram até Safin e Kostyk. Eles pareciam perturbadamente contentes, o que fez a Artesã levantar uma sobrancelha.
— David, está pronto? — Kirigan chamou, olhando profundamente para o Duraste, o que fez o mesmo virar o rosto, tremendo de medo enquanto observava os céus novamente em busca de dragões.
Genya o deu um toque no ombro de encorajamento enquanto Maeven sorria levemente para o mesmo.
— Sim, General — ele disse, a voz tremendo enquanto o mesmo evitava o olhar direto.
— Ótimo — o Darkling respondeu.
Os quatro se encaminharam para o outro lado do baleeiro, onde encontraram um alegre Sturmhond, que parecia muito empolgado com algo.
— Sturmhond, poderíamos usar seus aposentos? — questionou a Conjuradora da Lua, sorrindo para um amigo tão antigo.
O mesmo sorriu para a ruiva depois de virar seu olhar para o Darkling, onde todo o seu ódio se encontrava, se ele tentasse qualquer coisa contra ela, Nikolai jurava que o destruiria.
— Por aqui, General — o corsário disse, olhando para Kirigan.
Os aposentos de Sturmhond eram quase tão grandes quanto o do Darkling, havia uma antecâmara com uma mesa redonda gigantesca no meio, onde se encontravam papéis e pergaminhos por todo o canto. Haviam mapas táticos com estandartes e soldadinhos de papel que marcavam o Primeiro e o Segundo Exército Ravkano, assim como rotas de mercadorias e mais importantemente, listas de relíquias no Mercado Negro.
Maeven nunca havia visto tanto de Nikolai e Sturmhond ao mesmo tempo em um lugar só.
— Estamos prontos — a voz de David tirou Peverell de seus devaneios sobre o príncipe pirata, se virando para encarar o Fabricador e o General das Sombras. Genya se encontrava próxima a Nikolai ao lado da porta, que lhe deram sorrisos encorajadores.
— Você está pronta, Maya Luanishka? — questionou o Darkling, olhando para a Conjuradora da Lua.
Maeven sorriu levemente.
— Sim.
Kostyk se dirigiu até a ruiva e puxou suas mãos, colocando uma escama fina de Rusalye de um lado de seu pulso, dando um pequeno toque para que o mesmo grudasse em sua pele e depois virou sua mão, colocando a outra sobre o verso de seu pulso, quase como uma pulseira. Peverell encarou a estrela no verso de sua mão e puxou a escama um pouco mais para baixo, temendo que cobrisse sua marca de nascença.
Então o Duraste se afastou e trouxe mais uma peça de escamas, desta vez se dirigindo ao General Kirigan.
— Não para mim, David — ele disse fazendo o Fabricador levantar uma sobrancelha e olhar para Maeven que revirava os olhos — Já falamos sobre isso, Milaya.
— Você sabe o que eu penso sobre isso — ela deixou a frase no ar.
O Darkling tirou a escama das mãos de David e o colocou de volta na mesa de Sturmhond, deixando o assunto como finalizado.
— E você sabe o que eu penso e sinto sobre isso — Aleksander disse, olhando para a ruiva que mantinha seu olhar longe do mesmo — O poder é dela, David.
Nikolai levantou as sobrancelhas para Maeven, mas ela o ignorou, não querendo discutir sobre o assunto naquele momento.
David então levantou suas mãos e as colocou sobre o pulso de Maeven, uma energia instantânea passando do pulso da mulher para todo o seu corpo, ela sentia sua veias se eletrizando e seu sangue fervendo, como se o novo poder se instalasse dentro de seu corpo e tentasse se acomodar no que já existia.
Ela alcançou o poder, e ele borbulhou de dentro para fora, explodindo por todo o seu corpo e alma, poder demais, mas ao mesmo tempo, não o suficiente. Então em uma explosão de energia, ela o libertou.
Maeven Peverell brilhava intensamente, como se sua pele fosse transparente e luz, sombra e estrelas brigassem entre si dentro dela, o poder da lua gritando dentro dela por mais. Os aposentos de Sturmhond foram cobertos por luz e sombras, como se os cantos mais claros ficassem estridentes e os mais escuros navegassem agora, nas profundezas mais escuras. Era como se ela tivesse contrastado todo o baleeiro.
E então, fácil como veio, ela facilmente o deixou ir embora.
Aleksander a encarava em uma mistura de adoração e paixão, o que fez a mesma sorrir para ele. David continuava quase sem expressão, mas Maeven percebeu um vislumbre de satisfação e medo em seu rosto. Genya sorria para a ruiva, quase como se estivesse orgulhosa dela, e o mesmo ia para Nikolai, que se alegrava por sua amiga tão antiga.
— Muito obrigada, David — a mulher agradeceu, se dirigindo ao Fabricador. O mesmo só acenou em sua direção, colocando o par de escamas que eram para terem sido do Darkling no bolso e abriu a porta dos aposentos, indo embora.
Genya sorriu novamente para Maeven, dizendo "bravo" duas vezes para ela com os lábios, o que fez Maeven rir enquanto a ruiva saia dos aposentos de Nikolai. O mesmo chegou perto de Peverell e estendeu o braço para ela, ciente da presença do Conjurador das Sombras.
— Parabéns, Srta Peverell — ele cumprimentou, beijando o verso da mão da Conjuradora que sorriu para ele.
— Agradeço, Sturmhond — ela piscou o olho para ele como se guardassem o maior dos segredos, e guardavam.
E então quando o príncipe pirata saiu de seus próprios aposentos, como se quisesse dar espaço aos dois, foi que a ruiva se dirigiu a Aleksander, que não deixou a mulher começar a falar para tomar seus lábios nos dele.
Suas almas dançaram em sincronia, como se fossem iguais, metades separadas por tempo demais e finalmente reunidas.
— Esplêndida, Maya Luanishka — ele disse, colocando sua testa na dela, suspirando contra seus lábios — Esplêndida. Você e eu mudaremos o mundo.
— Sem segredos — ela disse, mantendo a frase como um manto na sua mente, protegendo-a do fato de haverem tantos que ele não sabia sobre. Mas talvez ela devesse começar com os mais leves. — Eu quero lhe mostrar algo.
O homem levantou a sobrancelha, enquanto Maeven puxou sua mão até que estivesse do lado de fora do quarto de Nikolai. Ela caminhou para o topo do baleeiro, o Conjurador caminhando logo atrás de si. Então ela alcançou o mezanino que havia ao lado do mastro.
Era quieto lá, era possível ver todas as estrelas do céu naquela noite, sendo protegido de luz e barulhos da tripulação. Era privado. E aconchegante.
— Milaya? — ele chamou, não entendendo o motivo de estarem ali.
Maeven assobiou para os céus, uma canção tão pura e tão desconhecida para Aleksander que ele suspirou ao som daquilo. Foi quando ela de repente parou, e se virou de volta ao homem que novamente confuso esperou.
Foi quando uma criatura familiar desceu dos céus, escuro como a noite, olhos vermelhos como o poder da lua e pele brilhante como as estrelas.
