In a different way

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Voltou de Surrey extremamente carinhoso, carinhoso de um jeito diferente.

Durante o fim da tarde não me soltou um minuto sequer, me abraçava, rodopiava, apertava, beijava como se nunca mais fossemos nos ver, e volta e meia parava e me olhava como se eu fosse a coisa mais incrível do mundo.

Eu adorava sentir todo o amor e carinho que aquele olhar claramente emanava, era perfeito e eu nunca na minha vida senti algo como isso, amar algo de verdade é muito diferente de qualquer outra experiência que eu já tive, e é impossivel de se colocar isso em palavras, é tão mágico e maravilhoso, é sentir que cada dia que passa vale a pena por aquela pessoa, pra faler a verdade, tudo valeria a pena por ele, meu sentimento de gratidão junto desse surto de amor me fez perceber que eu faria tudo no mundo apenas por aquele olhar e aquele sorriso.

-Minha Lizzie..  Nem imagina como eu senti sua falta- Repetia pela milionésima vez hoje enquanto me abraçava com mais força.

-Foram três dias Ric, fala como se fosse uma eternidade- Falei rindo com minhas mãos em seus cabelos.

-Mas é como se fosse! Parece que o tempo para longe de você- Disse se levantando- Te trouxe uma coisa, nem pense em sair daí!- Completou saindo do quarto.

A luz quase não existia do lado de fora da janela, a noite estava chegando e lotada de estrelas decorando o céu, olhar estrelas sempre foi um dos meus hobbies para escapar um pouco do mundo real, era como se aqueles pontinhos brilhantes conversassem comigo, e volta e meia me diziam as palavras mais belas possíveis sem emitir nenhum som.

Fui cortada de meus devaneios quando o outro voltou ao quarto segurando um buquê de flores que cobria quase que seu rosto por completo.

-Surpresa Lizzie!- Falou com um sorriso tentando aparecer por trás das flores.

-Eric! Isso é loucura!- Gritei animada quando vi aquilo entrando pelo quarto- E é lindo!- Completei enquanto tentava fazer caminho entre as as pétalas e encontrar nossos lábios.

-Já percebeu que esse momento nunca aconteceu antes?- Perguntou rindo.

-Que momento exatamente?

-Nunca te chamei pra sair antes- Eu nunca tinha pensado sobre isso antes- Então, quer sair comigo hoje à noite? Com hoje a noite quero dizer daqui a uma hora- Perguntou me entregando aquele conjunto de petalas e folhas.

Eu preciso mesmo dizer que ia?

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-Com colar ou sem?- Perguntei em frente ao espelho enquanto posicionava a peça a frente do meu pescoço.

-Sem- Respondeu sem muito ânimo, provavelmente nem viu direito as duas opções.

-Não acha que vai ficar sem graça se não tiver nenhum acessório?- Perguntei denovo, eu precisava de ajuda- Eu gosto tanto deles...

-Gosta de acessórios?- Perguntou e consegui ver pelo reflexo que se aproximava- Bom saber, te comprei isso...- Completou abrindo uma pequena caixa aveludada azul escuro que revelou um lindo anel prateado cravejado com brilhantes cujo formato era a silhueta de uma serpente.

-Isso é incrível!- Foram as únicas coisas que saíram da minha boca, eu estava congelada com a beleza daquela peça.

-Que bom que gostou, acho que combina com você...- Falou encaixando o anel em minha mão- E sabe que isso não é um insulto.

Acredite, não é. Por mais que muitos vejam como 'Traiçoeira e venenosa' eu prefiro interpretar como a renovação, a vida, a enternidade e a sabedoria, falo desse significado o tempo inteiro e trago ele na minha vida, não tinha como ter um presente melhor.

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Decidimos ir ao primeiro bar com letreiro bonito que encontrassemos, eu ainda não sei quão tontos esses seguranças são aqui em Londres, sempre consigo entrar em qualquer lugar.

Descemos por uma estreita escada de tijolos e chegamos à um grande salão com teto baixo e luzes coloridas, era estranhamente aconchegante.

E logo depois reconheci dois rostos em meio as pessoas dançando: Jim e Daisy, não acho que foram juntos, só se trombaram por lá.

-Está me seguindo?- Perguntei indo em direção aos dois que estavam próximos ao bar iluminado pela forte luz rosa.

-Eu não me daria o trabalho, e eu nem sequer...- Apenas ignorei o que Daisy dizia e segui andando até Jim que estava sentado em um dos bancos altos.

-Não sabia que costumavam vir aqui- Jim fala retribuindo o abraço que iniciei.

-E não costumamos, começamos a andar por aí até encontrar um letreiro interessante, então entramos nesse- respondi sorrindo e me sentando em um dos bancos.

-Bloody Mary Lisa?- Eric me pergunta enquanto fala com o barman.

-Sempre!- Falei animada, eu adorava bloody mary...

-Como gosta dessa coisa com tomate?- Daisy me pergunta apontando para a coqueteleira

-Como não gosta? É delicioso...

-Tem tomate, molho worcestershire, limão e pimenta com vodka, como consegue me dizer que é delicioso?- Ela parecia realmente assombrada com a idéia de ser um coquetel salgado.

-É preconceito com os ingredientes, se não pensar que é tomate com molho worcestershire não parece tão ruim- Falei enquanto recebia minha taça- Experimenta.

-Eu não vou colocar isso na minha boca!- Dizia empurrando minha mão e sorrindo.

-Não é tão ruim quanto parece! Te juro que é gostoso... Por favorzinho!- Insisti fazendo biquinho.

E consegui, tomou uns dois goles e imediatamente um sorriso tímido surgiu em seu rosto e suas bochechas coraram.

E agora você pensa 'mas Elisabeth, você não odeia a ruiva da maçã?' e não. Odiar é uma coisa que eu tento não fazer, e eu estava em um bar pra me divertir, custava dar algumas risadas com a garota? Não, então eu aproveitei o momento.

E foi extremamente divertido, dançamos, cantamos, pulamos, rimos, gritamos e tudo mais que podíamos. Eu adorava essas situações de não ter nenhum compromisso e ser completamente livre nas minhas escolhas!

-Não vão beber mais uma taça! Chega de bloody mary!- Jim nos repreendeu mais uma vez. Qual o problema em mais uma tacinha?

Talvez eu não tivesse 'total liberdade' mas era uma boa porcentagem...

-Não devia ter me apresentado isso Elisabeth! Olha o que fez comigo!- Daisy dizia bebendo mais um gole do que chamava de 'coisa de tomate' mais cedo.

-Claro que eu devia! É delicioso não é?- Perguntei com um sorriso enorme no rosto.

Daisy era uma pessoa legal quando não se sentia ameaçada, toda aquela implicância era pura insegurança, e eu ia fazer o meu melhor pra mostrar que ela não precisava desses pensamentos idiotas...

It's going wrongOnde histórias criam vida. Descubra agora