Capítulo 9

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O sol mal havia nascido quando Anahí desceu as escadas de casa naquele dia, já pronta, com seu vestido negro de sempre, os cabelos devidamente presos e seu chapéu de palha nas mãos, pronta para o dia longo que viria.

Ginnifer ainda preparava o desjejum, como todas as manhãs, especificamente naquela com um sono a mais da noite mal dormida que tivera. A fazenda parecia estar a salvo, mas ainda havia muito trabalho a ser feito. Quando se preparou para chamar sua patroa, ficou chocada quando algo negro no jardim chamou sua atenção.

Ginnifer: Anahí! –gritou, correndo até ela- O que está fazendo aí a esta hora? Você nem fez o desjejum ainda. –lembrou indignada. Não acordara tarde, estava tudo no mesmo horário, mas parecia que não para Anahí-

Anahí: E qual o problema nisso? –respondeu, continuando o que fazia, abaixada entre as flores, salvando o que podia ser salvo- Você queria que eu dormisse enquanto todos tentam salvar a minha fazenda?

Ginnifer: Mas ainda é cedo...

Anahí: É tarde Ginnifer, já está tarde demais. –falou, olhando para Ginnifer e respirando fundo- Olhe só... –apontou para todo o jardim, algumas flores não haviam resistido e estavam murchas, outras completamente sem vida- Veja como tudo está destruído.

Ginnifer podia sentir o sofrimento dela em dizer aquelas palavras, conseguia ver em seus olhos a dor de ver todo seu trabalho quase na ruína. Via Anahí todas as manhãs cuidar daquele jardim como se fosse um filho, era uma das poucas coisas em que via fazer os olhos de sua patroa brilharem.

Ginnifer: Vai ficar tudo bem outra vez, você vai ver. –tentou animá-la, mas Anahí estava irredutível, voltando a podar suas flores, tirando tudo o que estava seco- Já preparei seu café da manhã, venha comer.

Anahí: Não sinto fome. –ela agora não lhe dava mais atenção e voltava ao seu trabalho-

Ginnifer: Mas tem que comer. –insistiu-

Anahí: Pode ir, vou depois. –seu tom era o que Ginnifer já conhecia, onde não se devia insistir pois seria em vão, e então ela só se retirou-

Anahí perdeu a noção do tempo ali sozinha em seu jardim, colhendo, podando, limpando a terra e regando o que ainda havia alguma chance. Não aceitava qualquer tipo de ajuda, e ali conseguia se desligar de todo o resto do mundo.

E foi no meio daquela manhã, que uma visita chegou a fazenda. Ginnifer foi então novamente até o jardim chamá-la, que não havia saído de lá em nenhum segundo sequer desde que acordara.

Anahí: Ginnifer, eu já disse que estou indo. –ela estava abaixada sobre a terra, levantando-se e limpando as mãos em uma toalha que sempre levava consigo-

Ginnifer: Vim avisar que a Senhora tem visita. –falou, recebendo o olhar reprovador de Anahí, tanto pelo "Senhora", como pelo recado dado. Ginnifer sabia o quanto ela quase não recebia visitas na fazenda, geralmente eram produtores para falarem de negócios, e ela sempre estava com Paul, ou Maite, mas era tão raramente-

Quando Anahí olhou em direção a entrada da fazenda, lá estava ele, Conde Alfonso, vindo em sua direção assim que a viu.

Anahí: Tudo bem Ginnifer, pode ir. –falou, dando um longo suspiro antes dele se aproximar-

Ginnifer: O café ainda espera por você. –disse uma ultima vez, sorrindo para a careta de Anahí e saindo em seguida-

Alfonso: Anahí. –cumprimentou, assim que chegou até ela- Bom dia. –ele tentou pegar a mão dela para formalizar o cumprimento, mas Anahí as escondeu atrás do corpo, estavam sujas de terra-

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