Capítulo 15

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Anahí acordou no dia seguinte sentindo-se como nunca havia se sentido antes. Já estava pronta em frente sua penteadeira, olhando-se no espelho já com seus cabelos presos impecavelmente, e vestida com seu vestido preto, aquela cor que tanto lhe incomodava. Mas naquele dia, ela não pensou sobre isso, acordou pensando em Alfonso, e no dia que tiveram ontem, em seu beijo e em tudo o que ele a fazia sentir.

Anahí: Bom dia, Ginnifer. –falou, encontrando a outra quando desceu as escadas-

Ginnifer: Bom dia, Senhora. –respondeu, provocando-a, mas Anahí pareceu não ligar- Vai sair?

Anahí: Sim, vou à casa de Maite após o café da manhã. –respondeu- Peça para que Paul prepare a carruagem, por favor. –pediu e a outra assentiu, saindo em seguida-

Anahí não gostava de comer sozinha, mas com os anos acabara se acostumando a isso. Às vezes obrigava Ginnifer a sentar-se a mesa com ela, mas havia dias como aquele em que a amiga estava ocupada demais e não conseguia lhe fazer companhia. Após comer, Paul já a esperava com a carruagem em frente à casa, e assim os dois seguiram para fora da fazenda.

Maite: Any! –ela correu até a irmã assim que a viu entrar em sua casa, abraçando-a-

Anahí: Vim saber como você está. –disse ainda no abraço, que era tão intenso se tratando das duas-

Maite: Estou bem. –disse com um suspiro, soltando-a e segurando suas mãos- Estou feliz que tenha vindo, você agora é minha única família. –confessou, e Anahí viu seus olhos brilharem-

Anahí: Ei, não diga isso. –a consolou- Você tem Mane que ama você, tem seus filhos lindos. Você fez sua própria família, Maite. –ela passou a mão no rosto da irmã carinhosamente, encarando-a

Maite: Sim, mas... –ela suspirou, sentindo uma lágrima escapar de seus olhos, que foi enxugada pela irmã- Digo da família onde cresci. Perdemos a mamãe muito cedo, depois você se casou e eu fiquei apenas com papai. Sei que você não o amava mais, mas eu ainda o tinha como pai. –falou meio envergonhada- Me desculpe.

Anahí: Deixe de ser boba. –falou com um riso- Não se desculpe, ele foi um pai para você. Eu sinto muito que você esteja sofrendo com isso.

Maite: Está tudo bem. –ela pareceu se recompor, secando o rosto- Venha, vamos tomar um chá. –ela saiu puxando a irmã pela casa, levando-a até a sala, onde logo uma empregada apareceu servindo-as-

Anahí: Como ficarão as coisas, os empregados? –perguntou recebendo a xicara que lhe ofereciam com chá-

Maite: Pedi para que Mane cuidasse disso, eu não entendo dessas coisas. Nós duas éramos as únicas herdeiras, e como sabia que você não iria querer a casa, pedi para vendesse todas as propriedades e dividiremos. –contou- Eva virá morar comigo, vai me ajudar a cuidar da casa.

Anahí: Fez muito bem. –ela encarou a irmã- Mas Maite, eu não quero nada. –declarou- Não preciso de dinheiro, e não quero nada dele. –completou-

Maite: Anahí, você também era filha dele, não vou aceitar que não receba. –disse indignada-

Anahí: Guarde então para os meus sobrinhos, como um presente. –decidiu- E ponto, não falaremos mais nisso.

Maite: Eu sou sua única família agora. –falou, respirando fundo-

Anahí: Você e meus sobrinhos são minha única família já tem alguns anos. –corrigiu-

Maite: Você não sente nada pela morte de papai? –perguntou cautelosa- Nada?

Anahí: Não. –respondeu sincera- Teve o que mereceu. –ela então percebeu o choque no rosto da irmã, que sempre fora tão sensível- Me desculpe, não vamos mais falar disso, ok? –pediu e Maite assentiu, mudando o assunto-

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