Capítulo 38

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Quando Anahí chegou no escritório, estava furiosa por tudo o que havia acontecido, havia ganhado sua causa, mas estava inconformada pelo que aconteceu. Não conseguia acreditar que pela primeira vez que não insistiu em descobrir quem seria o advogado que enfrentaria, e que acabara sendo justamente quem não queria que fosse. Lembrou-se das breves conversas que tivera com Alfonso por mensagens, e em nenhuma ele citou que a enfrentaria no tribunal defendendo um criminoso.

Sua mente não parou durante todo o caminho até o escritório, pensando em todas as hipóteses possíveis para que ele não tivesse contado a ela sobre aquela audiência, e entre elas, a que mais lhe enfurecia, era que toda aquela proximidade fosse para tentar desestabilizá-la diante do júri.

Alfonso havia ficado paralisado diante da acusação. Ele nem teve como se defender, por mais que achasse que nem precisaria se defender daquilo. Ele jamais defenderia um homem que agredisse uma mulher por conta própria ou por concordar com tal coisa, ele repudiava qualquer tipo de violência como aquela. Mas ele fizera um juramento quando se formara, e Anahí mais do que ninguém deveria saber disso. Além de tudo, ele precisava trabalhar para se manter.

Ele ficara tão indignado com tudo que sequer conseguira almoçar daquele dia, voltou ao escritório e se afundou nos processos que tinha para estudar, tentando de alguma forma tirar aquela mulher de sua cabeça.

Durante aquela semana Alfonso voltou ao tribunal, e felizmente não a encontrou novamente, pois se encontrasse não sabia realmente o que faria, sonhava em dizer umas boas verdades àquela mulher que gostava de pisar nas pessoas e mandar que os outros apaguem seu número de sua agenda. Ele ainda tinha o sangue fervendo com a acusação que lhe foi feita.

No sábado seguinte, Alfonso resolvera não ficar mais dentro de casa e resolveu encontrar um amigo que há muito tempo não via, estudaram juntos no colégio, o amigo mudou-se para Nova York quando ainda eram adolescentes, mas nunca perderam o contato.

Alfonso: Você acredita que ela me acusou de apoiar o meu cliente? –falava indignado, estavam em um bar qualquer no Brooklyn- De concordar com o que ele fez.

Mane: Que loucura Alfonso, olha onde você foi se meter. –disse com um riso, bebendo sua cerveja- Não voltaram a se falar?

Alfonso: Não, e nem quero mais vê-la na minha frente. –respondeu-

Mane: Mas pelo que me falou, poderão se encontrar outras vezes no tribunal.

Alfonso: Sim, mas se Deus existe, não pegarei mais nenhum caso contra ela. –ele balançou a cabeça- Quero ela bem longe de mim, só de lembrar já me deixa irritado... –ele tomou sua cerveja, e mudou o assunto- Mas e você, me conte? Como está a vida aqui?

Mane: Voltei a pouco tempo de Londres, estava lá fazendo uma especialização. –contou- Tenho um consultório em Manhattan, mas preciso de uma reforma urgente. Você não conhece nenhum arquiteto?

Alfonso: Não cara, eu só conheço o pessoal do escritório. –respondeu com um riso- Está difícil fazer amigos aqui nessa cidade.

– Alfonso? –o chamaram, fazendo-o virar seu corpo e ver alguém acenando-

Alfonso: Josh? Que surpresa. –falou com um riso, vendo o outro se aproximar da mesa onde estava-

Reconheceram-se, pois já haviam se encontrado algumas vezes, além do dia em que foram apresentados, esbarrando-se duas vezes naquela semana no tribunal. Já pareciam velhos conhecidos.

Josh: Parece que nos encontramos em lugares diferentes de um tribunal, não é? –disse o cumprimentando- Estava com uns amigos de jogo, mas eles tiveram que ir embora.

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