Capítulo 17

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Naquela noite, Anahí estava em seu quarto, o pensamento longe, sentindo Ginnifer pentear seus cabelos, aquele que era um ato natural entre elas. Ginnifer sempre elogiava os longos fios de Anahí e adorava penteá-los. Anahí gostava do gesto, lhe fazia lembrar quando era criança e penteavam seu cabelo tão delicadamente.

Ginnifer: Acho que Conde Alfonso gosta mesmo de você. –comentou, ainda penteando os cabelos de Anahí, tendo sua atenção- Ele vem lhe ver todos os dias.

Anahí: Ginnifer, você não tem como saber disso. –falou, mas ela mesma havia ficado pensativa com a frase- Eu não sei o que pensar sobre tudo isso. Ainda acho tudo uma grande loucura.

Ginnifer: Não pense. –aconselhou- Apenas viva, o que pode acontecer de ruim?

Anahí: Alfonso me faz sentir umas coisas... –ela então lembrou-se de mais cedo, quando estavam próximos ao lago e ele a beijou tão intensamente que seu corpo inteiro reagiu-

Ginnifer: Faz seu corpo gelar e esquentar ao mesmo tempo? –perguntou, soltando um risinho. Já havia passado por aquilo- E você tem vontade de beijá-lo ainda mais?

Anahí: Como você... –ela virou-se, encarando a outra, mas dando-se conta em seguida-

Ginnifer: Como eu sei? –Anahí assentiu- É o que sinto quando estou nos braços do meu amado. –disse apaixonada, jogando-se sobre a cama de Anahí- Foi o que eu senti quando me entreguei a ele pela primeira vez.

Anahí: Mas Ginnifer, é horrível. –disse temerosa, levantando-se do banco da penteadeira que estava e indo até ela, ajoelhando-se sobre a cama- Como você pode falar assim?

Ginnifer: Não é horrível, é maravilhoso. –corrigiu, encarando-a- O que aconteceu com você foi horrível, porque a pessoa que estava com você não a amava. –disse cuidadosa, e o rosto de Anahí endureceu com as lembranças- Tenho certeza que com Alfonso será perfeito.

Anahí: Não diga isso, eu não vou deixar que ele faça isso comigo. –falou convicta-

Ginnifer: E por que não? –disse chocada, erguendo-se sobre os cotovelos-

Anahí: Eu não vou sentir aquilo de novo, é terrível. –respondeu-

Ginnifer: Apenas dê uma chance, você vai ver que não é desse jeito. –sugeriu- Conde Alfonso é delicado, está apaixonado por você, tenho certeza que vai a tratar com muito carinho.

Anahí: Pare de falar essas coisas, Ginnifer. –pediu, lembrando-se dos beijos que trocaram mais cedo e sentindo o rosto esquentar com a lembrança-

Ginnifer: Apenas dê uma chance e você verá que estou certa.

Anahí balançou a cabeça, deitando-se na cama e se preparou para dormir. Ginnifer deitou-se de frente para ela e ficou, até que ela adormecesse, e depois finalmente se foi.

-

Alfonso chegou cedo à fazenda naquele dia ensolarado, cumprimentando sempre educadamente os empregados que lhe recebiam, pegavam seu cavalo e o levavam para o estabulo. Ele então caminhava até a mansão, admirando as lindas terras que havia ali. Quando chegou a mansão não entrou, e foi direto ao jardim, pois sabia que era lá que ela estava. Desta vez, ele dispensou que algum empregado o acompanhasse, pois ele achava que não era necessário, já conhecia aquela fazenda como a palma da sua mão. E então ele seguiu sozinho, e quando chegou ao jardim, sentiu o coração acelerar, antes mesmo de vê-la.

Mas era como se fosse uma preparação para o que sentiria depois, pois quando seus olhos a encontraram foi somente o que ele sentiu, seu coração descompensado.

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