Capítulo 39

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Na segunda-feira, as palavras de Alfonso ainda assombravam Anahí. Não bastou ter ficado com ele na cabeça o domingo inteiro, na segunda ainda amanheceu com a voz dele ecoando em sua mente, e em todo o significado de suas palavras. Questionou-se várias vezes se ela era mesmo aquela pessoa que ele citara, arrogante e egocêntrica, porque esteve tão ocupada nos últimos anos que nunca teve tempo para ouvir alguém lhe dizer isso. E talvez, isso queira dizer algo.

Talvez Maite estivesse certa, e ela agiu de forma ignorante o acusando da forma que fez. Talvez tenha se deixado agir impulsivamente e deixado a racionalidade de lado, como fizera diversas vezes.

Desde que conhecera Alfonso, sentia a estranha sensação de não conseguir tirar ele de sua cabeça. Podia se afundar em trabalho, sair com os amigos, mas em algum momento ele aparecia em sua mente, deixando-a perturbada. O beijo dele parecia ainda estar em seus lábios sempre que se lembrava do momento, e tudo o que sentiu quando esteve em seus braços.

Anahí: Você acha que eu fui ignorante? Como Maite havia dito? –perguntou à irmã, que havia ido ao seu escritório, vê-la-

Ginnifer: Com o que? –perguntou confusa, estavam em outro assunto quando a pergunta surgiu-

Anahí: Com Alfonso, o cara do bar. –a lembrou- Você acha que sou arrogante e que só me importo comigo mesma? –questionou preocupada-

Ginnifer: Claro que não. –disse com um riso- Você não é assim, vocês apenas tiveram um momento... –ela se fez de pensativa- Difícil?

Anahí: Talvez Maite tenha razão. –ela disse com um suspiro- Eu não podia ter falado com ele daquela forma, eu nem sequer deixei que ele falasse. Maite tem razão, ele tem razão, eu sou uma arrogante, uma pessoa horrível. –disse em um choramingo, abaixando a cabeça sobre a mesa, fazendo a irmã rir-

Ginnifer: Meu senhor Jesus Cristo. –disse ainda rindo- Quem é você, e o que fez com a minha irmã, segura e dona de si?

Anahí: Tão dona de si que só consegue ver o próprio umbigo. –respondeu ainda com a cabeça abaixada-

Ginnifer: Anahí pelo amor de Deus. –ela levantou a cabeça de Anahí, encarando-a- Se acha que errou, peça desculpas.

Anahí: Não sei como, eu... –ela então se recostou na cadeira- Apaguei o número dele do meu celular.

Ginnifer: Mas você também não se ajuda, não é? –disse com um riso- Veja se... –ela então foi interrompida, pois entraram na sala sem aviso-

Josh: Anahí eu preciso que você vá buscar aquele bicho do meu... –ele entrou sem se anunciar, como fazia sempre e se surpreendendo ao ver que a amiga estava acompanhada- Ginny. –disse com um sorriso- Não sabia que estava aqui. –ele foi até ela e beijou seu rosto, sentando-se ao seu lado-

Anahí: Por que você nunca bate na porta? –disse em um grunhido- Levante-se, eu estou ocupada agora. –mandou-

Josh: Do que falavam? –perguntou ainda com um sorriso no rosto, encarando Anahí-

Anahí: Nada que seja da sua conta, Josh. –respondeu-

Ginnifer: Que bicho você tem que buscar? –perguntou aos dois, rindo de canto-

Anahí: Eu dei um gatinho a Josh de presente de aniversário. –falou encostada em sua cadeira, e agora sorria vitoriosa- Um filhote, e ele claro, odiou. –completou- Quer que eu pegue de volta, mas já disse a ele que animais não se devolvem.

Ginnifer: Um gatinho? –perguntou em um gemido- Por que não me mostrou? –se direcionou agora a Josh- Eu amo gatos, se você não quiser, posso ficar com ele.

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