Capítulo 29

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Estava frio naquela noite, mas isso não parecia incomodar Anahí e Alfonso, que após fugirem do baile pelo meio da floresta, acabaram indo parar na fazenda. Estavam trancados no quarto desde que chegaram, agora já era madrugada e eles não pareciam que sairiam tão logo.

Alfonso estava sobre Anahí, sentindo seu corpo deslizar pelo dela, invadindo-a, sentindo ela lhe receber calorosamente, enquanto segurava suas mãos com os dedos entrelaçados sobre a cama, ouvindo-a gemer e admirando seu rosto coberto de prazer. Quando o orgasmo atingiu seus corpos por mais uma vez naquela noite, Alfonso caiu ao seu lado, os dois ofegantes, recebendo Anahí que se aconchegou no peito dele. Ficaram ainda calados, sem sequer conseguirem falar, quando ela quebrou silencio do quarto.

Anahí: Você ia mesmo procurar uma noiva? –disse baixinho, passando os dedos pelo peito dele, sentindo seus músculos relaxados- No baile.

Alfonso: Claro que não. –respondeu- Falei para você que não iria achar noiva alguma.

Anahí: Mas você estava lá. –insistiu, gostava tanto de ficar nos braços dele, que não sabia como conseguiu ficar separada dele todo esse tempo-

Alfonso: Estava porque minha tia Alyson me levaria mesmo que fosse amarrado. –falou com um riso- E apesar de eu ter dito a ela que não anunciaria noivado algum, ela ainda tinha esperanças que eu mudasse de ideia.

Anahí: Você ia embora? –ela ergueu o rosto, levando seus olhos até os dele, encarando-o- Ia embora de Tarrytown?

Alfonso: Sim. –respondeu sincero- Já estava tudo pronto para que eu partisse amanhã.

Anahí: Alfonso. –disse alarmada, não conseguia nem imaginar ele deixando-a-

Alfonso: É claro que eu não irei mais a lugar algum. –a tranquilizou, sorrindo- Eu iria porque você não queria mais saber de mim, mas eu iria voltar, não pense que se livraria de mim assim tão fácil. –falou e Anahí sorriu para ele, ficaram se encarando ainda alguns breves segundos até ela falar novamente-

Anahí: Eu estava perdida, achei que estava fazendo o melhor para você. –contou- Todos esperam pelo seu casamento, e você sabe que eu jamais poderei me casar novamente.

Alfonso: O melhor para mim é ficar com você, Anahí. –disse de volta- Eu estava quase enlouquecendo sem você. –ele a puxou para mais perto e Anahí ficou agora na mesma altura de seus olhos, os dois deitados de lado sobre a cama, frente a frente- Eu não vou deixar você porque todos querem que eu me case. Eu amo você, meu amor. –ela passou a mão pelo rosto dele, se aproximando e colando suas testas, beijando-o em seguida-

Anahí: Eu não quis que você se prejudicasse. –confessou- Naquele dia, sua tia esteve aqui. –Alfonso a olhou surpreso e esperou- Me lembrou de algumas verdades. –disse com um suspiro- Além de você não poder se casar, Alfonso eu jamais poderei dar a você uma família. –disse baixinho, vendo os olhos dele ainda mais confusos- Eu não posso ter filhos.

Alfonso: Como você pode saber disso? –perguntou encarando-a, vendo o rosto dela mudar-

Anahí: Quando Thomas era vivo, eu acabei engravidando algumas vezes. –confessou em um fio de voz, doía tanto nela lembrar daquilo- Mas ele sempre acabava me machucando, e eu sempre acabava perdendo o bebê. –ela abaixou o olhar, sem conseguir encará-lo, sem poder ver a dor nos olhos dele também- Até que na ultima vez, eu passei muito mal, sangrei tanto que achei que morreria. Maria me ajudou, eu sentia muita dor, tomei alguns chás, cuidaram de mim, e desde então não voltou mais acontecer. Ele dizia que eu era fraca, que não conseguia segurar seus filhos... –ela suspirou, voltando a encará-lo- Mas eu não conseguia fazer nada para que fosse diferente.

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