Vivendo Um Sonho [Desejos Ardentes - Livro Três] - CONCLUÍDA

Capítulo 7

"Eu quero parar com esses joguinhos bobos que nós jogamos
E eu estou me sentindo em direito
Se você se sente da mesma maneira
Deixe-me saber imediatamente
Adoraria deixá-la molhada
Entre suas coxas
Porque eu amo quando vem dentro de você
Eu fico tão animado quando estou perto de você."
Untitled (How Does It Feel) - D'Angelo

Após um banho rápido, Bianca se sentou em frente a televisão e passou a zapear os canais em busca de algum filme para ver até conseguir pegar no sono.

Se assustou quando ouviu baterem à porta. A casa de Mariana, assim como as demais daquela rua, não possuía muros na frente, apenas nas laterais para separar uma residência da outra, então qualquer pessoa podia entrar no quintal, e esse era seu medo. Estava sozinha, e para piorar, os irmãos estavam de volta. Após o surto de Giovani, temia que o irmão a tivesse seguido até ali. Não era de se duvidar. O homem não tinha escrúpulos ou limites.

Voltaram a bater, e mesmo com receio, Bianca se levantou para atender.

Abriu uma pequena fresta para poder espiar, e soltou um longo suspiro aliviado antes de escancarar a porta.

O homem a mediu de cima a baixo, se demorando um pouco mais em seus seios, onde os bicos marcavam o tecido da blusa surrada. Como estava sozinha ali, não se preocupou em vestir um sutiã, pois gostava de dormir à vontade. No entanto, quando Davi e Mariana estavam em casa, vestia roupas mais comportadas.

— ¡Carajo! — praguejou.

— Vicente? — titubeou. — Sua irmã não está.

— Eu só vim buscar um envelope. — Bianca hesitou. — São cópias dos documentos dela. O envelope está na última gaveta da cômoda. Só preciso pegar e já vou embora.

Assentindo, a jovem deu um passo para o lado, permitindo que ele entrasse.

— Onde está minha sobrinha?

— Também não está. — Ele a olhou sem entender. — Eu vim para cuidar dela, mas o pai a buscou para passar a noite com ele. Enfim, sua irmã disse que eu podia ficar para não perder viagem.

— Você está sozinha aqui? — Bianca assentiu.

Ele olhou em volta, colocou as mãos nos bolsos frontais de sua calça e abaixou a cabeça, suspirando profundamente.

— Eu vou pegar o que vim buscar. — Saiu apressadamente e entrou no quarto da irmã.

Bianca voltou a se sentar no sofá após fechar a porta, adotando uma postura rígida, completamente ereta, mesmo sem a intenção de fazê-lo. Não entendia o porquê de o nervosismo e a ansiedade a torturarem naquele momento.

Quando o ouviu deixar o quarto, se pôs de pé para encará-lo.

O homem engoliu a pouca saliva que tinha na boca. O desejo que sentia por ela estava cada vez mais vivo. Se perguntou o porquê de ainda resistir àquela sensação. Por que se torturava ao invés de deixar tudo às claras e descobrir se ela partilhava da mesma sensação?

Viu quando ela retorceu a barra da camiseta, um tanto quanto nervosa. Talvez sentisse aquela tensão também, ou, na pior das hipóteses, estava receosa por estar sozinha com um homem praticamente desconhecido.

— Tem medo de mim? De estar aqui comigo? — Resolveu aniquilar a dúvida, suspirando pesadamente ante a negativa da moça. — Então você sente isso também, não sente? — Ela umedeceu os lábios com a ponta da língua, aquiescendo com a cabeça.