Vivendo Um Sonho [Desejos Ardentes - Livro Três] - CONCLUÍDA

Capítulo 4

"Uma aventura é mais gostosa quando é perigosa
Se eu te chamar pra beber algo e me aproximar da sua boca
Se eu te roubar um beijinho, vamos ver, você fica brava comigo?"
Propuesta Indecente - Romeo Santos

— Bianca! — A jovem olhou para a amiga ao ouvir seu nome ser gritado acima da música. — À sua esquerda! — Se virou na direção indicada, vendo dois clientes antigos a aguardando com sorrisos amigáveis.

Deixou o pano com o qual enxugava os copos e foi até eles.

— Estavam sumidos. — Abriu um sorriso pequenino. — O de sempre? — Cristian assentiu. Os gêmeos, Cristian e Cauan, chamavam muita atenção por onde passavam. Os cabelos ruivos e os olhos claros, eram como placas reluzentes atraindo a atenção de todos ao redor. Além de serem um colírio para os olhos, o fato de serem gêmeos idênticos os tornava as fantasias eróticas perfeitas para o público feminino e parte do masculino.

— Estávamos viajando a trabalho — respondeu Cauan. — Como anda tudo por aqui? — Bianca se afastou rapidamente para buscar as cervejas dos irmãos. Depositou as garrafas sobre o balcão e as abriu com agilidade. Sempre iniciavam com duas cervejas cada, depois partiam para bebidas mais fortes. Não exageravam, eram muito conscientes sobre suas resistências ao álcool, por isso eram os clientes preferidos de todos. Nunca davam trabalho.

— Na mesma. Cidade pequena quase não tem movimento, a não ser o da língua do povo. — Cristian riu, assentindo com a cabeça.

— Por falar nisso, já ficamos sabendo da sua performance no palco na última sexta-feira — provocou Cauan. — Agora precisa se apresentar quando estivermos por aqui.

— Não vai rolar — disse aos risos. — Foi só um momento de loucura.

— Bianca! — Olhou para a amiga novamente, seguindo seu olhar para outros três cliente.

— Já volto, meninos. — Correu para atender os homens, observando a loucura que a boate estava naquela noite. Isso porque nem era sexta-feira.

Voltou para perto dos gêmeos, deixando mais duas cervejas dispostas sobre o balcão para eles.

— Por conta da casa.

— Por isso eu amo essa garota — brincou Cristian. Os gêmeos eram dois dos poucos clientes com quem se sentia bem para conversar. Como não exageravam na bebedeira, nunca houve insultos ou falta de respeito deles para com ela. Eram educados, gentis e sempre deixavam boas gorjetas. — Qual o motivo de todo esse movimento por aqui hoje?

— Não faço ideia. Não era nem para eu ter vindo. Estava me preparando para dormir quando Gimenes me ligou e pediu para vir dar uma mão a Laura. Quando cheguei já estavam a todo vapor.

— O que diz aos seus pais quando vem para cá? — perguntou Cauan. — Certa vez você nos disse que não trabalhava aqui em tempo integral porque não queria que eles soubessem.

— Não é como se eles se importassem ou sentissem minha falta. Hoje mesmo, quando saí, estavam apagados, cada um em um canto da casa. Quando eu voltar, certamente estarão do mesmo jeito. — Encolheu os ombros.

— Precisa sair daquela casa, Bianca. Aquele lugar não lhe faz bem — comentou Cristian, recebendo um olhar de reprimenda do irmão. — Desculpe, não quis ser...

— Tudo bem. — Forçou um sorriso. — Você não disse nenhuma mentira.

Após as duas cervejas, os gêmeos acertaram o que deviam, recusando os uísques costumeiros por ainda estarem cansados da viagem, então deixaram uma boa gorjeta para Bianca e se foram.