Capítulo 25

1.2K 149 20
                                    

"Sozinho sou apenas
Metade do que eu poderia ser
Eu não posso sem você
Estamos costurados
E o que o amor tem amarrado
Eu nunca poderia desfazer."
God gave me you - Blake Shelton

Bianca passou mais um dia em Fartura, cuidando do sobrado de Conceição para que quando, e se, a senhora voltasse, encontrasse suas coisas nos devidos lugares.

Na padaria, seguindo as ordens da própria Conceição, separou os alimentos que ainda estavam bons e os colocou em sacolas, que foram distribuídas aos moradores de rua que sempre estava por ali pedindo o que comer. Era uma forma de ajudar quem precisava, além de não perder tudo jogando no lixo.

Quando a noite chegou, estava esgotada. Conceição ligou em algum momento na correria do dia para avisar que havia chegado bem, e que o filho e os netos estavam bem, na medida do possível. Bianca já sentia que não voltaria a vê-la pessoalmente, mas estava satisfeita por ter conseguido se despedir de forma decente quando ela partiu.

Não havia mais nada a ser feito por ali. O sobrado estava impecável e a padaria havia sido esvaziada mais rápido do que imaginou.

Colocou uma pequena placa com os dizeres "Fechado por luto" na porta do imóvel, como a senhora havia pedido, e foi para o hotel, onde Anabel havia ficado o dia todo com o pai.

— Se o cansaço tivesse um rosto, seria idêntico ao seu nesse momento. — Sorriu com a provocação do espanhol assim que atravessou a porta.

— Nem vou tentar negar. — Abriu os braços quando Anabel correu até ela, e pegando a filha no colo, lhe deu um beijo estalado na bochecha. — Como senti sua falta, meu amor.

— Papai da Bel pita. — Bianca a olhou por alguns instantes.

— Eu sou treinada para decifrar o que você diz, mas dessa vez você me pegou, Anabel. — Vicente não conteve o riso.

— Pedi pizza para nós — esclareceu o homem. — Guardamos a sua porque imaginamos que você chegaria com fome.

— Acertaram. — Ele sorriu.

— Vá toma um banho para relaxar, quando você sair do chuveiro, pode se servir.

Sem questionar, a mulher seguiu para o banheiro, onde passou longos minutos sob a ducha morna, permitindo que a leve massagem da água relaxasse seus músculos.

Quando por fim terminou o banho, se serviu da pizza que haviam deixado para ela e então se juntou aos dois que assistiam uma programação qualquer na TV do pequeno hotel.

Farrearam por algumas horas, até que Anabel finalmente cedeu ao cansaço e adormeceu entre os pais.

— Preciso voltar à Madri — murmurou Vicente, enquanto alisava os cachinhos da filha. — Gostaria que viessem comigo, mas entendo que não será possível dessa vez. Temos que mexer com toda a papelada para que a Bel possa sair do país e provavelmente não ficaria pronto a tempo. — Bianca assentiu. — O bom é que meu nome já está incluso na certidão dela. Um problema a menos para lidar. — Beijou a testa da filha. — Anabel Costa Del Rey — divagou — nome de quem nasceu para estar no poder. — Bianca se remexeu desconfortável, atraindo sua atenção. — ¿Qué pasa?

— Não vamos pressioná-la a nada, certo? Não quero que minha filha cresça se sentindo obrigada a fazer o que quer que seja apenas porquê carrega o peso do seu sobrenome.

— Eu, melhor que ninguém, sei como é se sentir pressionado, mi amor. É evidente que não farei o mesmo com nossa filha. Foi apenas um comentário. — Ela aquiesceu. — Voltando ao que interessa, quero resolver tudo o que for preciso para levar vocês à Madri. Conceição está fora, sabe Deus até quando, então não tem o que você discutir.

Vivendo Um Sonho [Desejos Ardentes - Livro Três] - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora