"Não vou mais me apegar a ninguém
eu só quero viver em paz
quero ser como um passarinho
livre a voar."
Alma sem cor - Geovanna Jainy— Eu sou um puto?
— Não faça essa cara de indignado, espanhol! Você sabe que não vale nada! — Liz cutucou.
— Como você me julga mal, corazón. — Fingiu estar ofendido. — Não deveria falar assim com o irmão caçula que conheceu há pouco tempo — dramatizou.
— Eu poderia cair nesse papinho furado, acontece que você é tão cara de pau quanto eu, então desista. Talvez funcione com Mariana. Ela é a mais velha, tem um instinto protetor acerca dos que ama, e ainda acha que você é santo. — Revirou os olhos. — Pior é que ainda diz que quem não presta sou eu. Não que não seja verdade, mas não levo você para o mal caminho, como ela diz, você já estava lá quando eu cheguei. — Vicente riu. — Sinceramente, não sei como ela pode ser tão ingênua se tratando de você.
— Eu finjo bem.
— Filho da puta — disse aos risos. Apesar de ter conhecido Liz depois, a ligação e a amizade dos dois era tão sólida que parecia que haviam sido criados juntos. Liz era leve, tinha o riso fácil e sempre lhe deu abertura para se aproximar. Não que não se desse bem com Mariana, muito pelo contrário, a amava e sentia que era recíproco, mas a irmã mais velha era mais reservada, demorou um pouco mais para permitir que ele se aproximasse, e por ser mais calada, Vicente ainda tinha algum receio de fazer alguma brincadeira, diferente de como era com Liz, com quem raramente tinha uma conversa séria. — Por falar no instinto protetor da nossa irmã, saiba que ela não vai facilitar para o seu lado com relação a Bianca, espanhol.
— Alguma dica?
— Só não faça merda. Primeiro porque Mariana tem muito carinho pela garota, segundo, porque Bianca já precisa lidar com muitas merdas na vida dela. Então, se sua intenção for apenas afogar o ganso, deixe isso claro. Sentimento é coisa séria, não brinque com os dela.
— O que é afogar o ganso?
— Você pode não conhecer algumas expressões brasileiras, mas não banque o idiota comigo, espanhol. Sei que entendeu muito bem. — Ele riu despreocupadamente, mas se recompôs quando a porta da sala se abriu, revelando Miguel. — Oi, Mascarado! — Liz se levantou para receber o marido com um beijo. — Achei que ia passar a tarde com sua mãe.
— Ia, mas senti saudades da minha esposa. — Segurou sua cintura e a puxou para mais um beijo, sorrindo quando ela o encarou com desconfiança. — Ok, ela foi jogar bingo — admitiu. Ouviram o riso discreto de Vicente, que também se levantou. — Como vai, cunhado?
— Muy bien — O espanhol abriu um pequeno sorriso ao lhe estender a mão.
— Vou tomar um banho e ler um pouco. Continuem o que estavam fazendo. — Deu um beijo rápido na esposa e sumiu pelo corredor.
— Por que você o chama de Mascarado? — Liz riu e voltou a se sentar, o convidando a fazer o mesmo.
— Longa história para contar agora. Mas, acredite em mim, nossa confusão amorosa daria um livro! — O rapaz riu, tentando imaginar o que a irmã poderia ter aprontado com o pobre Miguel.
Passaram mais algum tempo falando amenidades, até que Liz tocou no nome da mãe.
— Por falar nisso, é sobre ela que vim falar — disse Vicente.
— O que foi? Ainda insistindo em se aproximar de Mariana? — O rapaz suspirou.
— Ela não desiste fácil, Liz. Nossa mãe sempre tem tudo do jeito que quer, e agora que está sendo contrariada, tenho receio de que ela perca a noção. — A mulher de olhos azuis franziu as sobrancelhas.
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Vivendo Um Sonho [Desejos Ardentes - Livro Três] - CONCLUÍDA
RomanceBianca cresceu em uma família desestruturada. Com pais alcoólatras e irmãos dependentes, a garota negligenciada optou por ter uma vida diferente, encontrando em Mariana e Tessália, o apoio que desejava. Vicente nasceu em berço de ouro, entretanto, o...