Capítulo 21

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Dia 29 - parte 2

Várias informações passavam na minha mente muito rápido tentando entender o que estava acontecendo e o que os meus olhos viam, contudo, nenhuma explicação parecia minimamente razoável para mim. Embasbacado, paralisado, em choque, ou qualquer outro adjetivo não era suficiente para me descrever neste momento. A confusão eminente em minha mente me fazia perder o controle da situação que, supostamente, eu deveria ter.

— O que aconteceu, Nick? Confuso? — Nem mesmo as palavras e o sorriso debochado me faziam sair do estado de confusão mental.

— Mas que porra é essa? O que você está fazendo? — Esbravejou Jorge.

— Cala a boca, capacho! O Nick é o único que queremos falando aqui. — Em tom ríspido e apontando a arma em nossa direção, Luiz o ameaçava.

O semblante de Jorge de fúria e suas mãos tremendo me preocupavam. Não podíamos perder o controle, não agora. Vidas estavam em jogo. E eu não vou perder mais ninguém.

— Não precisa ser assim Luiz, podemos cooperar um com o outro e sobrevivermos. Você sabe como as coisas estão lá fora, sozinho você não vai conseguir. — Tento argumentar.

— Ah, precisa sim Nick. Eu não vou esquecer a humilhação que me fez passar e não me venha com seu papinho de bom moço. E não estou sozinho Nick, não esqueça do meu mais novo aliado. — Falou olhando na direção da figura ao seu lado.

— Não consigo acreditar que você está ajudando ele. O que está acontecendo aqui? Por que está fazendo isso? Pode me explicar, Alex? — Engulo em seco e tento acreditar que isso não passa de um engano.

— Eu não tenho nada para te explicar Nicholas, apenas devolva a minha arma e entregue a outra e pouparei sua vida. — Alex falava com uma expressão estranha estampada em seu rosto.

— Seu pirralho, já se esqueceu do que o Nick fez por nós? Se não fosse por ele já estaríamos mortos. — Vociferou Jorge.

— Acho que você ainda não entendeu a posição que está, Jorge. ­— Alex deu um passo, e de sua cintura retirou e exibiu uma pistola semiautomática que ele observava cautelosamente ­— Você só está vivo ainda porque precisávamos de alguém para dar um recado. Sua serventia acabou, se quiser continuar vivo é melhor calar a porra da boca ou eu mesmo atiro e faço seus miolos se espalharem por essa grama fedida.

— Alex, você estava fingindo este tempo todo não é mesmo? — Finalmente controlo minha respiração e começo a ganhar tempo enquanto planejo uma forma de sairmos dessa. — Aquelas armas que você encontrou, elas não eram do motorista não é mesmo? — O encaro seriamente.

— Acreditou mesmo que aquele bunda mole teria uma arma escondida? — Luiz fala entre risos.

— Luiz, você não tem meu interesse agora. Está claro que o Alex é quem esta por trás disso, você não seria capaz de planejar algo deste tipo, então não tenho nada a falar com você. — Ignoro o olhar de fúria dele e volto minha atenção a Alex.

— E o que isso importa para você, Nick? — Alex me encarava seriamente. A expressão de medo do garoto que conhecíamos já não existia mais.

— Eu confiei em você, te protegi e passamos todo esse tempo sobrevivendo juntos, não acha que mereço uma explicação?

— E parece que confiar em mim foi erro... Nick.

— Não importa, mas se o Alex que eu conheci não existe, gostaria de saber quem é o verdadeiro Alex e porque está fazendo isso. Se juntar com alguém como o Luiz que mal conseguiu sobreviver sozinho? Não me parece inteligente para alguém que esteve fingindo e aparentemente escondendo uma arma todo esse tempo.

O Dia Z: O Prelúdio Do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora